Escola Modelo da Rua Saldanha Marinho



RESUMO

Enveredamos pelos caminhos da investigação, observando os detalhes que estão postos na tentativa de compreender o momento histórico da criação da Escola Modelo da rua Saldanha Marinho. Busando perceber o momento histórico e as ocorrências no contexto de cada momento da existência desta sentenária escola. Nesta linha de tempo visualizaremos de forma severa anuances da história na busca da verdade. Não conseguimos acesso ao documento que denominassem a Escola como Grupo Escolar, assim respeitaremos os vácuos históricos e caminharemos nessa busca.

Palavras Chaves: Saldanha,Grupo,Escola,Instrução , Publica, República.

INTRODUÇÃO:

Criada pelo decreto lei Nº 393, de 03 de fevereiro de 1900 no final do governo de José Cardoso Ramalho Junior, que governou de (1898-1900). Após um golpe no governador Fileto Pires de quem era vice-governador. Percebe-se, que já nasce com a denominação de "Escola Modelo da Rua Saldanha Marinho". Note-se o ato de fundação define o lugar onde seria construida, mas não denomina a escola como "Escola Modelo Saldanha Marinho". Caminhando pela linha de tempo da historia da instituição buscaremos assinalar e traduzir essa trajetória secular tentando postar no tempo e nos acontecimentos de importância paralela, que nos permita passar pela história enxergando a importância deste prédio para a educação e para a sociedade manauara e, ou Amazonense.
Demonstraremos na medida do possível a pouca importância dada a historia e o desapego sistemático pelo guardar memória; e como o esforço de alguns não é observado e finda por perder-se e extraviar-se as informações. Em que pese os esforços de alguns alguns estudiosos no sentido de valorização da memória, que arrasta-se pelo tempo: Artur Cesar Ferreira Reis,Antonio Souto Loureiro entre outros não menos importantes.
A deficiência de informação alia-se a pouca vontade de alguns servidores públicos, que observa-se ser minoria, mas que atrapalham sensivelmente o trabalho de pesquisa no que tange ao acesso a informação. Percebe-se também que esse entrave ocorre no meio e não não na ponta, onde sempre se obtém toda a facilidade e boa vontade, que vai do mais humilde servidor até a direção e aqui destacamos a atual direção da Escola Saldanha Marinho e seu corpo de educadores.
No advento da Republica dotou-se, o modelo político dos Estados Unidos da America baseado no sistema presidencialista. Na organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista aos moldes citados. A Reforma de Benjamim Constant tinha como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola primária. Estes princípios seguiam a orientação do que estava estipulado na Constituição brasileira1889, ou seja, a Constituição provisória.
Uma das intenções desta Reforma era transformar o ensino em formador de alunos para os cursos superiores e não apenas preparador. Outra intenção era substituir a predominância literária pela científica. Esta Reforma foi bastante criticada: pelos positivistas, já que não respeitava os princípios pedagógicos de Comte; pelos que defendiam a predominância literária, já que o que ocorreu foi o acréscimo de matérias científicas às tradicionais, tornando o ensino enciclopédico. É importante saber que o percentual de analfabetos no ano de 1900, segundo o Anuário Estatístico do Brasil, do Instituto Nacional de Estatística, era de 75%. Como nos coloca Dermeval Saviani.

A ESCOLADA RUA SALDANHA MARINHO:

É neste contexto da educação nacional que o então Governador do Estado, Coronel José Cardoso Ramalho Junior cria por decreto lei nº 393 de 03/02/1900 a "Escola Modelo da Rua Saldanha Marinho". Vice-governador de Fileto Pires de 1896-1898, Ramalhoa junior arquiteta a cassação de Fileto e fica no governo até 1900, quando passa o Estado para Silvério Nery eleito para o mandato de quatro anos. Ao assumir Silvério Nery suspende os pagamentos feitos por Ramalho junior para ajustar as contas públicas.
Criado no apogeu do ciclo gomífero, o decreto de sua criação deixa claro, que o prédio foi criado para ser um escola, e só volta a baila em 1908 , quando: o Coronel Joaquim Eulálio Gomes da Silva Chaves (Vice-Presidente), do Clube da Guarda Nacional do Amazonas tomou a seguinte decisão (Apud BRITO. 2009 P.26) Fica creada na Cidade de Manaós, capital do Estado do Amazonas, uma Escola Militar Prática, que se denominará- Escola Militar Prática do Amazonas (Revista Archivos, annoIV, vol.IV, nºIII, pg. 70).
Segundo leituras feitas as obrascontradas por Ramalhos Junior em 1900; e suspensas por Silvério Nery para averiguação só retomaram seu curso por força de decisão federal. Daí as várias suposições sobre a edificação do prédio da wesquina da rua Saldanha Marinho e o vazio de informações entre 1900 e 1908. O Tenente-Coronel da Guarda Nacional, engenheiro civil, natural de Minas Gerais JOAQUIM EULÁLIO GOMES DA SILA CHAVES, comanda a criação da Escola Livre de Instrução Militar do Amazonas, inaugurada dia 22 de novembro de 1908. Ao assumir a presidencia do Clube da Guarda Nacional do Amazonas na sessão de 10 de novembro de 1908.
Relator do Estatuto transforma a Escola Prática Livre de Instrução Militar em Universidade Livre de Manaós em 17 de Janeiro de 1909. consta na ata do dia 22 de novembro de 1908, nas folhas 3 e 4 ( Ata da Sessão solene), que nomeava por voto o Capitão pedro Botelho da Cunha e para Seu Vice-Diretor o Capitão Ernesto Carlos Cesar. Perceba-se que a Escola de Instrução Militar nem mesmo chegou a funcionar como tal. O ensino na Escola Universitária Livre de manaós seria constituido por dois cursos, o preparatório e o curso superior, ambos com o objetivo de cuidar da Instrução militar.
Isso vai de encontro ao que afirma Braga (1974), que diz: que a Escola da rua Saldanha Marinho nasceu para ser grupo escolar vide em (Preambulo da História e Memória da Educação no cidade de Manaós pg113 e 114). Em momento algum o Decreto assinado por Ramalho Junior denomina as escolas, defini local, a saber o Bairro do Mocó e o Bairro dos Remédios e a Escola da rua Saldanha Marinho. Assim posto por (ASSIS;LIMA E RODRIGUES p.p.113,114,115).
A Lei nº 601 de 8 de outubro de 1909, assinada porANTONIO CLEMENTE RIBEIRO BITTENCOURT, Governador do Estadso do Amazonas, Considerando válidos os Títulos Conferidos pela Escola Universitária Livre de Manaós. Assinada pelo Secretário de Francisco Publio Ribeiro Bittencourt.
Interpreta-se que A Escola da Rua Saldanha Marinho era lugar próprio para, fora cedido para far-se-ia constar no documento público. Precisamos ler que:- A Escola livre de Instrução Militar do Amazonas, não passou de uma ideia. A leitura que pode ser feita é outra, todos os envolvidos naquele momento da história eram militares, A Escola que funcionaria no prédio seria a Escola Livre de Instrução Militar, que foi transformada em Escola Universitária no momento da criação do Estatuto de Funcionamento. Vai funcionar na Escola da Rua Saldanha Marinho até o dia 10 de Janeiro de 1913.

EM 1913 GOVERNADOR JONATHAS DE FREITAS PEDROSA CONCEDE A PEDIDO DA DIRETORIA SOB LEI Nº728, DE 29 DE SETEMBRO DE 1913, o uso fruto do prédio situado à Av. Joaquim Nabuco onde funconava a Repartição de Obras píblicas, entregue oficialmente em 12 de fevereiro de 1914. Segundo (BRITO,2009 p.42) e (OLIVEIRA p.6).


O primeiro documento oficial que cita; A Escola da Rua Saldanha Marinho, como Grupo Escolar é o Relatório do Governador Efigênio Salles de 1928. Onde é possivel ter uma breve noção do comportamento da instrução pública. Nele está descriminado o número de alunos, número de assiduos e número de reprovados. Se dividirmos 707 alunos por 2 = 353.5 alunos por turnos dividdos por 6 que é o número de salas de aula 59 aulos por sala de aula isso matriculados. Daí a noção de abandono escolar. Dos 707 matriculados frequentavam 377 pouco mais da metade, ou seja, 21 alunos por sala em cada turno e destes 270 aprovaram em 1928.
Vide Relatório :


(Governador EPHIGÊNIO DE SALLES 1926-1929 Relatório sobre a Instrução Pública)
Não encontramos documentos que registrem esta fase de 1913 a 1927, é o governo Ephigênio Salles 1926 - 1930, que no seu relatório sobre a Instrução pública de 1930. Colaca uma luz sobre as mazelas do ensino.Dando-nos prova cabal que a Escola da Rua Saldanha Marinho tornou-se "Grupo Escolar após a mudança da Escola". Outra informação oficial que afirma a denominação do Grupo Escolar Saldanha Marinho, é a Portaria, que decreta luto Oficial de três dias pelo passamento da Normalista Dona Custódia Carneiro de Lima, Professora e Diretora do Grupo Escolar Saldanha Marinho no (Diário Oficial S/nº do dia 11 de fevereiro de 1930. Manaus, coluna 01.p5. Fevereiro de 1930). Segundo (MOTA PINTO-2005.pp.117-120) Onde também faz alusão a uma lista encontrada em 1932, onde havia uma relação de nome de professores classificados participar da Revista Sociedade Amazonense de professores n°4.

(Fotografia atual da Escola Saldanha Marinho- 04/05/2010)

Novamente caímos num vácuo histórico, onde Histórias são contadas, mas nada de ofical, nada que possa ser comprovado. Creio que, com tempo mais prolongado, talvez consigamos estabelecer uma linha do tempo pela ficha dos alunos. Se um dia for permitido se fazer pesquisa séria neste Estado onde a informação é negada descaradamente por pseudo-servidores. A intenção de ser turística esbarra na condição de não ter memória.
Autor: Alberto Silva


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