A discrepância entre o incentivo à pesquisa cientifica e as provas objetivas no Ensino Superior.
Vivemos num mundo de contradições, não podemos negar, mas partindo do pressuposto que as Universidades deveriam servir como fonte de suporte ao Governo para que a sociedade como um todo possa ser beneficiada, como pode este mesmo Órgão (a Universidade) ser a primeira a tolher a indagação do aluno? Provas Objetivas possuem um único beneficio que é o de manter o "orçamento" sob controle, pois como são fáceis e rápidas para serem elaboradas e corrigidas (correção feita por computadores) fazem um bem enorme para o "cofrinho".
Nota-se, no Brasil, uma vaidade muito grande no Ensino Superior a qual gera um desconforto tão extenso que faz com que alunos promissores sejam "descartados" de um programa de Pós-Graduação simplesmente porque ele não mostrou competência(?) segundo o brilhante e elaborado sistema de provas objetivas. O que se espera mesmo de um aluno? Que ele seja um autômato decorando as inúmeras páginas de livros, apostilas e anotações? Que ele tenha capacidade intelectual para analisar, pesquisar, julgar, comparar, compreender, identificar falhas e elaborar uma solução? Não precisamos nem ter um Phd para identificarmos o caminho do desenvolvimento educacional.
A inquietação do discente é que o leva à pesquisa, e determinados métodos pedagógicos/ didáticos simplesmente não nutrem isso no aluno. A mente do discente precisa ser provocada e não programada para responder com um X a alternativa certa. Faz-se necessário que o Ensino Superior reveja suas políticas de avaliações para que a pesquisa científica seja uma das bases do progresso do nosso país.
Os países, classificados como de primeiro mundo, possuem ambições educacionais. Um X na resposta correta não lhes basta, eles cobram que seus alunos desenvolvam portfólios e que desenvolvam um senso analítico/ critico. Claro que não são todos os alunos com vocação para a pesquisa cientifica, mas são todos munidos com ferramentas para que se esta for a sua aptidão que este aluno a siga com suporte e êxito.
A política educacional precisa de menos politicagem e mais interação entre os alunos e seus mestres, entre seus mestres e os reitores. Minha experiência de haver morado durante anos fora do Brasil ? estudando e trabalhando ? faz com que eu defenda, com convicção, a necessidade de que o sistema de avaliação deixe de ser quantitativo e passe a ser qualitativo. Há a necessidade de que as Universidades reconheçam e respeitem os diferentes estilos de aprendizagem, que o "cabresto" se restrinja ao voto eleitoral (fato vergonhoso, mas ainda corrente no Brasil), pois num sistema educacional ético não há espaço para a ditadura.
Autor: Oficina Educativa
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