A valorização da leitura e escrita para a transformação social
ADENILDE SOUTO PAIXÃO
RESUMO
A leitura em si exerce um papel preponderante em relação aos alunos na busca de uma nova visão para o mundo, a partir de análises em leituras e escritas. Onde o professor é o elemento chave nessa construção de conhecimento, pois, parte dele a iniciativa de estimular os alunos a leitura e a escrita. E a escola como matriz geradora também exerce seu papel nas atividades pedagógicas, envolvendo a família e a sociedade para desenvolver e apoiar o aluno mediante aquisição do conhecimento através da leitura e da escrita. Podemos dizer que o hábito pela leitura não é algo que nasce conosco. É uma tarefa intelectual que se consegue somente com a prática. Outro aspecto de importância a ser levado em consideração no ato de ensinar a ler e escrever é colocar os alunos em contato com diversos tipos de textos. Sabe-se que os gêneros textuais, podem tornar-se ferramentas nas interações sociais e para reflexão sobre as competências da leitura. Assim, o professor de leitura e escrita deverá assumir e demonstrar na prática o posicionamento político frente à sociedade e o papel na escola. Portanto, a leitura e a escrita são atividades fundamentais na formação intelectual do indivíduo, pois os ajuda a refletir sobre a realidade vigente no processo de transformação e contestação social.
Palavras-chave: Leitura. Escrita. Transformação. Social
RESUMEN
La lectura por sí misma tiene como función ejercer un papel muy importante con relación a los alumnos en la búsqueda de una nueva visión para el mundo a partir de análisis en lecturas y escritas. Donde el profesor es el elemento clave en esa construcción de conocimiento, pues, parte de la iniciativa de estimular a los alumnos a la lectura y a la escrita. Y la escuela como establecimiento centralizador y controlador también ejerce su papel en las actividades pedagógicas abarcando la familia y la sociedad para desarrollar y apoyar el alumno mediante adquisición del conocimiento por medio de la lectura y de la escrita. Podemos decir que la costumbre por la lectura no es algo que surgió con nosotros. Es una tarea intelectual que se consigue sólo con la práctica. Otro aspecto importante a ser considerado en el acto de enseñar a leer y escribir, es poner los alumnos en contacto con diversos tipos de textos. Se sabe que los géneros textuales, pueden volverse herramientas en las interacciones sociales y para la reflexión sobre las competencias de lectura. Así, el profesor de lectura y escrita deberá ejercer la función de demostrar en la practica el posicionamiento político frente a la sociedad y el papel de la escuela. Así que, la lectura es una actividad fundamental para la formación del individuo, pues nos ayuda en la reflexión sobre la realidad vigente el proceso de transformación y contestación social.
Palabras- clave: Lectura. Escrita. Transformación. Social.
INTRODUÇÃO
A leitura e a escrita desde os primórdios da existência humana têm sido utilizadas como formas de comunicação e expressão. Neste ponto de vista, apresenta-se a temática: a valorização da leitura e da escrita para a transformação social. Pois, torna-se necessário enfatizar a referida temática pela existência da problemática da não valorização precisa da leitura e da escrita na escola.
Tendo como objetividade analisar a real situação da leitura e escrita no âmbito educacional. Haja vista que, na mentalidade do homem primitivo surgiu à necessidade de deixar a raça posterior humana o traço de sua passagem terrena então se utilizava de símbolos para registrar os fatos mais importantes da sua história.
Dentro dessa perspectiva, o homem contemporâneo também se utiliza dessa arte para comunicar-se e expressar-se, fazendo uma análise reflexiva de como a leitura e a escrita podem ajudá-lo na transformação social tendo a escola e a família como mediadores na construção dos conhecimentos.
Nessa expectativa, o presente trabalho foi confeccionado a partir de estudos pautados em grandes nomes, bem como Paulo Freire, Theodoro Silva e entre outros que buscam explicar com categoria a importância de um estudo mais aprofundado. Posteriormente, este será publicado via on-line para somar com o campo literário na cientificidade em prol do social.
1. AS DIFERENTES FORMAS DE LEITURA
No mundo da leitura existem muitas facetas em várias dimensões. Muitos lêem para obter informações simples e complexas e outros lêem por mero prazer, para distraírem-se ou divertirem-se.
O ato da leitura requer sutilezas que somente o leitor a partir da prática com a leitura irá adquirir.
A descoberta da leitura é um processo ativo de apreensão da realidade, e está interligada à experiência pessoal para alunos e professores. O momento inicial da leitura deve ser muito especial, prazeroso e compartilhado na busca de desvendar horizontes e desenvolver a sensibilidade.
Ler é antes de tudo compreender o ser. A linguagem revela a experiência da vida, registra os sentidos simbólicos de que está impregnado o real. Diante de um texto o leitor não apenas decodificar signos, mas, compreende-o, transforma-o, resignifica-o e ocorre uma mudança no interior do próprio leitor.
Quando se refere à leitura, observa-se que é uma atividade difícil, algo que requer disciplina para que possa ser dominada. O fascínio pela leitura começa antes da aprendizagem das letras, quando a criança tem o primeiro contato com o livro, ouvindo a leitura das histórias infantis, que ilustram seu mundo imaginário.
"A leitura do mundo precede a leitura da palavra", Paulo Freire, (1996, p.81), Neste trecho, Freire elucida muito bem que a criança antes mesmo de ter um contato direto com as letras, já faz uma leitura de mundo através dos significantes que o seu cognitivo reconhece. Por exemplo, se ela vê um céu escuro, logo deduz que virá uma grande tempestade pela frente, isto é, faz-se uma leitura através dos símbolos, na qual Paulo Freire define esse estudo como semiologia ou semiótica.
1.1 O mundo da leitura e da escola
A escola como centro formador social, tem funções primordiais para desenvolver trabalhos pedagógicos, envolvendo corpo docente, discente e comunidade na construção do conhecimento através da leitura e da escrita. Sendo assim, a escola deve trabalha desde as séries iniciais a leitura para que o aluno nessa fase já crie habilidades e prazer pelo ato de ler. O incentivo da leitura de textos literários proporciona ao educando fazer uma reflexão sobre como os homens e como as coisas poderiam ser diferentes se tivessem um grau mais avançado de compreensão do mundo a partir das leituras.
Onde essa compreensão não pode ficar reduzida a informações óbvias e sim provocar interesse de mudar, combatendo o elemento determinante da alienação, a ignorância.
Dentro de uma visão geral, passa-se a perceber que algumas escolas valorizam somente as leituras repetitivas impostas pelos currículos escolares e desvalorizam o que realmente interessa aos alunos. Simplesmente os alunos são obrigados a desvendar as intenções dos autores nos textos e os professores esquecem-se de estimular o senso crítico nos alunos que posteriormente servirá para libertar-los do comodismo e da alienação.
Agindo assim, os professores excluem a capacidade do aluno em ler um texto, contextualizá-lo de acordo com a realidade e excluem também a dimensão da criatividade que pode ser estimulada em uma leitura.
Trabalhar diferentes gêneros textuais na escola estimula o aprendizado e a formação crítica dos alunos que ajudam a contribuir com soluções para problemas sociais e políticos.
1.2. A importância do professor no desenvolvimento da leitura
Dentro desse contexto o papel do professor exerce função determinante para o trabalho de desenvolver o hábito pela leitura. Mas antes disso, o professor precisa ser um leitor, gostar de ler, pois, sem essa habilidade jamais conseguirá desempenhar um trabalho com êxito com a leitura e consequentemente com a escrita.
Contudo, o professor precisar ter uma preparação teórica e metodológica para trabalhar a leitura na escola a partir de uma experiência vivenciada pelo próprio aluno. Segundo o professor Ezequiel Silva, existem duas formas da atuação do professor na educação, uma para fazer os alunos se adaptarem ao meio, ou seja, aceitar o que está sendo imposto pela sociedade, ou libertar e transformar a situação vivenciada pelo país com uma vontade de sair desse patamar de holocausto para um nível diferente, superior, sem alienação. Levando-se em consideração que isso somente irá acontecer se a própria sociedade conscientizar-se que a mudança pode ocorrer, se a acomodação deixar de existir e a ação começar a ocorrer a partir da problemática que incomoda e exige mudança.
Qualidade e quantidade de leitura caminham juntas, é muito importante que o aluno compreenda o que está lendo, que possa reconhecer a idéia principal, identificar detalhes, perceber sutilezas, desenvolver senso crítico, estabelecer relações dentro e fora do texto, transpondo para a sua realidade situações e emoções.
Os livros com linguagens alongadas rebuscada e formais ao extremo, já tiveram seu ápice para os grandes estudiosos e até serviram e servem para alguns de inspirações. Para Paulo Freire (2007, pag.11):
O estudo sério de um livro como artigo de revista implica não somente uma penetração crítica em seu conteúdo do básico, mas também numa sensibilidade aguda, numa permanente inquietação, intelectual, num estado de predisposição à busca.
O que se busca hoje é um retrato da realidade, o educador deve promover uma atividade criando um vínculo entre aluno e leitura despertando-o para o conhecimento e para o aprendizado crítico.
1.3. Leituras x sociedade
Para a maioria das crianças brasileiras, a escola é efetivamente o único local em que elas têm contato direto com os livros e situações de leituras sendo, nesse âmbito que poderão tornar-se leitores. Diante da ausência de livros e de situações de leitura no convívio familiar, o estímulo e a descoberta do prazer de ler dependem do trabalho desenvolvido na escola.
O aluno no ambiente alfabetizador da sala de aula, num clima favorável de confiança e respeito tem a oportunidade de exercitar, com segurança seu potencial criativo e capacidade que tem de expressar-se. É através das várias linguagens orais, gestuais, musicais e gráficas, que a criança desenvolve sua atividade simultaneamente constrói conhecimentos sobre a leitura e a escrita, num mundo particular repleto de sentido significativo.
A sociedade moderna, sobretudo a juventude, tem em sua grande parte aversão a linguagens rebuscadas, vivem em grupos com linguagem e até jargões próprios muitas vezes querem um livro que explane de forma clara, precisa e objetiva que se aproxime ao máximo da realidade pelo menos da realidade cultural onde a história estar inserida.
Com a globalização vieram as modernizações tecnológicas e os livros didáticos devem acompanhar estas tendências voltadas para o encantamento do leitor provocando nele não somente a vontade de ler, mas, a sede de novos conhecimentos. Como ressalta Ezequiel Theodoro da Silva (1980, pag.35): "Que se estimule por todos os meios, o gosto pela leitura e o uso do dicionário, quer em aula, quer no lar do estudante, para que se transformem em hábito"
O ambiente social também deve estimular o aluno ao hábito de ler e compreender, isso certamente irá contribuir na aquisição de conhecimento pelo aluno nas suas relações com o mundo.
É por base da leitura que o aluno contribuirá consigo próprio, ao ler ele certamente irá compreender e dialogará melhor diante da sociedade. A leitura é uma atividade essencial na vida do ser humano, pois, lhe dar ampla visão do mundo sem contar que o hábito que se adquire não só em sala de aula, mas, em meio a toda sociedade.
Koch (2007) diz:
Os textos, como formas de cognição social, permitem ao homem organizar, cognitivamente o mundo. E em razão dessa capacidade que são também excelentes meios de intercomunicação, bem como de produção, preservação e transmissão do saber. Determinados aspectos de nossa realidade social só são criados por meio da representação dessa realidade e só assim adquirem validade e relevância social, de tal modo de que os textos não apenas tornam o conhecimento visível, mas, na realidade, sociocognitivamente existente. (...).
Podemos perceber neste trecho na visão de Koch, que ao produzir ou ler um texto o ser humano precisa está envolvido de todas as segmentações dos saberes, próprios da realidade humana e social. A leitura e a interpretação do texto só poderão levar à transformação dos sujeitos sociais e da sociedade em geral.
Portanto, uma sociedade que domina a leitura e escrita, tem o domínio político nas atividades de cidadania.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A leitura e a escrita são primordiais na questão sociopolítica, pois é a partir delas que nasce o grande desejo da transformação social, uma reflexão sobre a realidade crítica dos fatos. Tomando o texto como uma unidade significativa, o professor deve entregar aos alunos produções textuais que tenham significado para eles com temas relacionados a própria realidade, ou seja, que possam levá-los a uma reflexão madura e crítica buscando a transformação social.
A participação do professor como mediador no processo de construção cognitiva é de suma importância, por isso ele deve ter saber como vai trabalhar com a leitura para ajudar o aluno sobre essa reflexão crítica.
O ensino da leitura e da escrita deverá ser significativo, ou seja, estar ligado aos contextos sociais dos sujeitos da aprendizagem, pois, faz parte do exercício da cidadania. As escolas precisam promover a educação para todos os indivíduos, a fim de que participem ativamente da sociedade, despertando no educando os aspectos cognitivos, emocionais e, sobretudo, sociais, que devem ter prioridade em todos os sistemas de governo.
REFERÊNCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade: e outros escritos. 12.ed. São Paulo: Paz e Terra,2007.
SILVA, Ezequiel Theodoro. O ato de ler: fundamentos psicológicos... 10.ed. Campinas: Cortez, 1980.
Revista Língua portuguesa.20.ed.São Paulo:Escala Educacional,2009.
ROCCO, Maria Thereza Fraga. Viagens de leitura: cadernos da TV escola. Brasília: Ministério da educação e do Desporto,Secretaria de Educação à Distância, 1996.
CARDOSO, B e Teberosky, A. Reflexões sobre o ensino de leitura e escrita. 2.ed.Petrópolis:Vozes,1994.
Autor: Adenilde Souto Paixão
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