Dificuldades na Elaboração e Implantação do Planejamento Estratégico em Instituições Públicas



Este Artigo Científico busca mapear e catalogar as principais dificuldades encontradas na elaboração e na implantação do Planejamento Estratégico nas instituições públicas.
Iniciaremos fazendo uma abordagem conceitual do Planejamento Estratégico e seqüencialmente discorreremos sobre as principais dificuldades encontradas no processo de elaboração e implantação do PE.
Segundo Peter Drucker
"O Planejamento Estratégico é o processo contínuo de tomada de decisões empresarias, envolvendo risco, no presente de modo sistemático e com o maior conhecimento possível do seu futuro".
Já, Igor Ansoff diz que
"A estratégia é um conjunto de regras para a orientação do comportamento de uma organização e tomada de decisões. Ele sugere 4 tipos de regras , são:
1. Regra de desempenho medido pela empresa - qualitativos, mesmo que objetivos em seus aspectos quantitativo são chamados de metas.
2. Regra de desenvolvimento da relação da empresa com seu ambiente externo - Que produto e tecnologias a empresa desenvolverá, onde e para quem os produtos serão vendidos, como a empresa conquistará vantagens sobre os concorrentes. Essa regra é chamada de estratégia de Produtos e Mercado.
3. Regra para estabelecimento das relações e dos processos internos da organização.
4. Regra pela qual a empresa conduzirá suas atividades do dia-dia - chamadas de políticas operacionais.

Assim, concluo que "Planejar Estrategicamente é formular de modo sistemático os objetivos a serem alcançados, com alternativas de alcance e, com a elaboração de cenários prospectivos de futuro".
Diante do que seja o Planejamento Estratégico, listaremos algumas das principais dificuldades encontradas para sua elaboração e implantação em instituições públicas, bem como algumas instruções legais que devem ser seguidas e que podem burocratizar todo o processo.
Segundo o Instituto Latino-americano de Planificación Econômica y Social um sistema de classificação orçamentária tem as seguintes finalidades:
1. facilitar a análise dos efeitos econômicos e sociais das atividades do governo;
2. facilitar a formulação dos programas que o governo deve elaborar para cumprir suas funções;
3. contribuir para uma execução rápida do orçamento;
4. facilitar a contabilidade fiscal.
Entretanto, a divisão (tanto da receita, quanto da despesa) em diversos subgrupos pode tornar o processo mais lento, e ainda, a fraguimentação da despesa em suas diversas rubricas orçamentárias pode inviabilizar o cumprimento dos objetivos propostos.
Como principais dificuldades, apresentamos:
1. Falta de um diagnóstico confiável e atualizado, ou até mesmo a inexistência de tal retrato da realidade da instituição, fazendo com que haja uma perda razoável de tempo, dinheiro e esforço humano para resolver problemas que não tem muita relevância ou não são prioritários no processo de elaboração e implantação do PE;
2. Dificuldade em enxergar a médio e longo prazo. As pessoas só conseguem focar-se no aqui e no agora ? tornando dessa maneira ? todas as ações prioritárias, o que evidentemente, inviabiliza o processo. As ações a serem realizadas necessitam ser classificadas na sua ordem de prioridades ? inclusive, deve-se tornar condicionante a execução de uma nova ação, e execução final ou conclusão da ação subseqüente;
3. Falta de profissionais qualificados ? técnicos bem preparados e instruídos para conseguir envolver todos os atores no processo e transmitir com clareza ? desde a importância até o processo de avaliação e correção das possíveis falhas existentes;
4. Resistência ao novo e apego a velhas práticas na condução dos trabalhos e rotinas internas ? essa "chaga" faz o desenvolvimento não adentrar e não permite que o "pensar estrategicamente" subsidie as decisões. ? Argumenta-se que determinado trabalho já é feito daquele jeito ha muito tempo, então, deve ser a melhor maneira de se fazer;
5. Integração do PE com as políticas e com outros instrumentos que norteiam a execução das ações de qualquer instituição ? não adianta aqui, elaborar e tentar implantar um instrumento que não tenha correspondência com a missão, visão de futuro, valores, diretrizes e objetivos do órgão;
6. Falta de comprometimento da administração superior com o PE ? por esse dificultar a execução conforme interesses pessoais, de modo político, ou seja, não atendendo os critérios técnicos apresentados no diagnóstico;
7. Dificuldade em registrar, oficializar o PE depois de elaborado ? normalmente ele existe de forma oficiosa e não tem valor legal quanto à busca do cumprimento dos objetivos propostos;
8. Falta de recursos humanos para que sejam envolvidos diretamente em todo o processo do PE, desde a sua elaboração, como do seu monitoramento e avaliação para correção de falhas que por ventura surjam na execução.
Esclareço que existem muitas outras dificuldades a serem encontradas no processo de elaboração e implantação do Planejamento Estratégico, contudo, abordei aquelas que mais dificultam ou ate mesmo, inviabilizam o início do processo ou sua implantação.

Referências Bibliográficas
DRUCKER, Peter. Administrando para o futuro os anos 90 e a virada do século. São Paulo; Pioneira, 1992 ISBN
ANSOFF, Igor. A Nova Estratégia Empresarial
São Paulo; Atlas, 1990 ISBN
OLIVEIRA, Djalma de. Planejamento Estratégico ? Conceito, Metodologia e Práticas. 18 Ed. São Paulo; Atlas, 2002 ISBN
BASTOS, Helena Assaf. Gestão de Recursos Públicos. POSEAD. Brasília/DF: CETEB, 2007.

Autor: Emanuel Denner Lima De Sena Rosa


Artigos Relacionados


Formulação De Objetivos E Metas Estratégicas

A ImportÂncia Do Planejamento EstratÉgico Em OrganizaÇÕes De Tecnologia Em InformaÇÃo: Um Estudo De Caso

Escola Estratégica Do Planejamento

O Desafio Para Consolidar Um Planejamento Estratégico (cristiano Paiva, Janyr Matos, Rodrigo Eimantas)

O Que é A Gestão Estgratégica?

Planejamento Estratégico: Uma Competência Essencial Para O Sucesso Empresarial

Planejamento Estratégico, Afinal O Que é?