FAMÍLIA PIRES



Pires ou Peres é um sobrenome português de origem patronímica, que quer dizer filho de Pêro ou Pedro. É um dos primeiros sobrenomes da história de Portugal. O primeiro relato que se tem notícia trata de Vímara Peres (Galiza, c. 820 ? 873), senhor da guerra cristão da segunda metade do século IX do Nordeste da Península Ibérica. Vassalo do Reino das Astúrias, foi enviado, a mando de Afonso III das Astúrias, retomar o vale do Douro das mãos dos mouros, já que se afigurava uma linha de defesa fundamental para o pequeno reino cristão das Astúrias. Vímara foi um dos responsáveis pela repovoação da linha entre o Minho e Douro e, auxiliado por cavaleiros da região, pela ação de presúria do burgo de Portucale (Porto), que foi assim definitivamente conquistado aos muçulmanos no ano de 868. Nesse mesmo ano, tornou-se o primeiro conde de Portucale.
Vímara Peres foi também o fundador de um pequeno burgo fortificado nas proximidades de Braga, Vimaranis (derivado do seu próprio nome), que com o correr dos tempos, por evolução fonética, se tornou na moderna Guimarães, tendo sido o principal centro governativo do condado Portucalense quando da chegada de D.Henrique, falecendo em Guimarães em 873. O seu filho, Lucídio Vimaranes (etimologicamente, «filho de Vímara»), sucedeu-lhe à frente dos destinos do condado, instituindo-se assim uma dinastia condal que governaria a região até 1071. Note-se que na Ibéria Medieval, Conde foi um título e posição equivalente à de Duque.
No Brasil tem-se notícia no nordeste da família de João Pires Baptista e Maria Pires de Ávila, a qual pertencia a tradicionais troncos paulistas, descendia por seu pai de Jusepe de Camargo e por sua mãe de Baltasar de Godói, havendo sido o donatário Martim Afonso de Sousa um de seus avoengos, assim como os Caciques Tibiriçá, Piquerobi e ilustres Bandeirantes. Também no norte, especialmente no Pará há família Pires Pimentel, fundadora do município de Bragança Paulista, na pessoa de Antônio Pires Pimentel, em 15 de dezembro de 1763.Posteriormente, entre outros, vários Bragantinos se dirigem a um bairro chamado Camandocaia - Sertão de Bragança - e em 1824 iniciam a estruturação do futuro município de Amparo.Casou-se, em Amparo, com Elvira Hermínia Goulart Penteado ? descendente, assim como, também, o seu marido, de Dom Afonso Henriques, primeiro reinante em Portugal e por decorrência de Hugo Capeto. Uma de suas filhas, Julieta Penteado Pimentel de Queiroz (Dona Yaya), casou-se em 1904, com o Juiz de Direito da Comarca de Amparo, o Dr. Flavio Augusto de Oliveira Queiroz, que era seu primo distante. Fazendeiro de café naquela cidade, tinha na politica ? era republicano - seu verdadeiro alento e foi um dedicado militante pelo? novo? regime.
Em 11 de agosto de 1889, recebeu em sua casa em Amparo, o Dr. Campos Sales para um comício que foi realizado em sua própria residência, da qual abriu as portas para todos os seus concidadãos, a fim de ouvirem as palavras do notável politico e que, posteriormente, foi hospedado pelo ilustre chefe republicano Silva Pinto. Ocupou a Intendência Municipal (à época instituição equivalente a prefeitura) de Amparo de 1897 a 1899 e dentre outros fatos relevantes da sua gestão, destaca-se a inauguração a 8 de maio de 1898, da iluminação elétrica pública da cidade.Homenageando-o, a Prefeitura de Amparo deu o seu nome a um logradouro da cidade: a Rua Intendente Damazio Pires Pimentel. Em Pernambuco a famíia Pires associa-se aos Carvalho, Caribé, Trapiá, Sá, Araújo, Freire e Caldas. Em Parnamirim, essa família aparece associada aos Lima e Miranda por casamento ou por relações comerciais e políticas.


Autor: Djalmira Sá Almeida


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