A Importância Econômica do Programa Minha Casa Minha Vida na Gestão Lula



O Brasil realizou a sua abertura econômica na gestão Collor, há 20 anos, até chegar à presidência Luis Inácio Lula da Silva, que promoveu um conjunto de mudanças no país, principalmente em sua geopolítica internacional, ou seja, com outros países e organizações mundiais.
Diante deste novo posicionamento no mundo, o Brasil assumiu uma importância maior, principalmente por sua economia apresentar crescimento e estabilidade. Um fato que consolida este novo país no cenário internacional é o de enfrentar a crise dos Estados Unidos em 2008 sem ser muito afetado, como foram os países ricos, com a União Européia por exemplo.
Sendo assim o Brasil se posiciona com um líder mundial e é claro que questionamentos surgem, pois como que em apenas uma década o país abandonou o conceito de subdesenvolvimento para até intermediar atritos diplomáticos no Oriente Médio, como caso do Irã em 2010?
O país promoveu os programas sociais que visavam às classes E, D e C, e previam bolsas para cursos superiores, bolsas para alimentação, programas habitacionais dentre outros, o que além do caráter "socialista" do "lulismo" visou à questão econômica.
Os programas que apresentaram problemas e também bons resultados promoveram o aumento do consumo interno do Brasil e potencializou a economia do país. Desta forma a "roda da economia" passou a girar.
O que aconteceu foi o seguinte: com os programas sociais as pessoas passaram a consumir, o que gerou novos empregos e mais consumo. Além disso, o crédito que é uma premissa básica do sistema capitalista, foi liberado, para estas pessoas das classes D e E pudessem consumir.
O que ocorreu nestes últimos oito anos da gestão Lula foi que milhões de brasileiros saíram da miséria e pobreza absoluta e passaram a constituir a classe C
Desta forma, velhos problemas como o subdesenvolvimento, a dívida com o FMI dentre outros perderam relevância e espaço na mídia brasileira e fatos novos como o fortalecimento da classe C, a projeção do Brasil no mundo e a liderança de Lula tem mudado o conceito do Brasil
Foi com a crise de 2008 que o Brasil mudou esta imagem, pois o consumo interno diminuiu a dependência de outros países e o país se apoiou em seu próprio mercado e dos países em desenvolvimento como a China, resignificando a tradicional retórica histórica da dependência dos países ricos.
O Programa "Minha Casa Minha Vida" desenvolvido na gestão Lula (2002-2010) se transformou em um dos pilares do desenvolvimento econômico do Brasil, pelo fato de incentivar a indústria da construção civil, que passa desde a areia, cimento, ferro, mão de obra, transportes até a comercialização e criou fluxo: desta forma, na perspectiva de Demétrio Magnolli, Lula liberou crédito e acelerou o fluxo e fez o capitalismo brasileiro deslanchar.
Se analisarmos, a construção civil ativa diversos setores da economia como os já citados, cria empregos, as empresas aumentam a sua capacidade de produção para atender o mercado em expansão e para isso investem mais, ou através de recursos próprios, aumento de capital ou ainda financiamentos, sendo que o BNDES participa ativamente deste processo de garantia de crédito. .
A diferença do programa habitacional foi que além de ativar a economia brasileira, beneficiou as Classes E, D e principalmente a classe C, que como vimos, se ampliou muito nos últimos anos com a diminuição da pobreza.
Raciocínio simples: o governo federal, através da Caixa Econômica Federal liberou recursos, as empresas investiram e contrataram, e os imóveis foram para os menos favorecidos. Todos foram favorecidos.
O déficit habitacional do Brasil foi reduzido e esta movimentação através do programa habitacional garantiu que o Brasil sofresse menos os impactos da crise americana de 2008/2009.

Prof. Ivan Santiago Silva - Graduado em Geografia e pós graduado em Educação, docente titular do Instituto Superior de Ciências Aplicadas do curso de Geografia e Ciências Sociais. É autor do livro Brasil, Imperialismo e Integração na América Latina
Fale com o autor : [email protected]
Autor: Ivan Santiago Silva


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