Movimento negro ressurge no Brasil



1.5. Movimento popular ? movimento negro: ressurgimento no Brasil
Para Silva (1988: 177) a década de 70 e início dos anos 80 foi marcante para surgimentos dos vários movimentos populares e grupos diversos de lutas pela terra, trabalho etc. Embora, tenha passado pela experiência da ditadura militar, com movimento popular ficou fragilizado, sem comunicação entre os diversos grupos e movimentos de luta.
O regime de 1964 procurou a todo custo intimidar os movimentos de luta através da Lei de Segurança Nacional, além de aplicar assassinatos e torturas às lideranças comunitárias. Isto causou terror aos opositores do regime, que dificultava a articulação nas lutas populares libertárias.
O movimento negro foi massacrado pelo regime, por ser um movimento dos pobres e articulado politicamente contra o regime ditatorial. Depois de muita perseguição, o movimento negro ressurge em 1970 frente à indignação ética que passava a população negra marginalizada, fala de condições de vida digna..
Em 1978 houve diversos fatos que provocaram reação ao movimento negro a tomar posição e ir em busca de seus direitos desrespeitados, principalmente na morte de Robson Silveira da Luz, por policiais que o torturaram, e também pela expulsão de jogadores negros do time juventude de Tietê, assassinato do negro Milton Lourenço, morto pelo policial, no bairro da Lapa, todos estes fatos aconteceram em São Paulo.
Diante destes fatos, a comunidade negra articulou então, um ato público para exigir justiça. Reuniu mais de três mil pessoas no Teatro Municipal onde foi tirada uma moção de apoio dos Estados de Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Sergipe, Alagoas, e de negros presidiários da Casa de Detenção de São Paulo.
Na carta de convocação ao Ato Público foi demonstrado que "Não podemos mais calar. A discriminação racial é um fato na sociedade brasileira, que barra o desenvolvimento do povo negro, destrói as almas e as capacidades de realização como ser humano... Não podemos mais consentir que o negro sofra perseguições constantes da polícia sem dar uma resposta".
1.6. Movimento Negro: uma luta presença na história do Brasil

Conforme Silva (1988: 179) o povo negro foi sempre organizador de lutas, desde o tempo da escravidão, e pós-escravidão buscou reacender a chama do direito e da cidadania.
Uma das primeiras lutas feitas pelo negro foi o banzo que o fazia morrer de saudade da mãe África, uma espécie de greve de fome assumida como protesto contra a escravidão.
Os quilombos foram destaques na luta contra a escravidão, por terem habitações de negros fujões que como organização comunitária alternativa ao sistema de escravidão formara uma maneira viver na terra num desenvolvimento sustentável inigualável para suas época. Foi uma experiência de Terra Prometida, onde a justiça e a fraternidade imperavam, numa convivência inter-racial. Lá foram conviver negros, índios e brancos injustiçados, principalmente os negros que lutavam contra a escravidão. Isto acontece nas favelas de hoje, onde o povo negro convive com negros, índios nativos e brancos em busca da terra sem males.
Foram criados muitos quilombos espalhados por este Brasil a fora, entre os maiores estavam: no estado de Sergipe os quilombos de: Capela, Itabairna, Divina Pastora, Itaporanga, Rosário, Engenho Brejo, Laranjeiras, Vila Nova. Na Bahia são conhecidos os quilombos do Urubu, Jacuipe, Jaguaribe, Maragogipe, Campos de Cachoeira, Orobó, Tupim, Andaraí, Xique-xique. No estado de São Paulo: o quilombo do Jaguara do Araquara, Aldeia de Pinheiros, Juniaí, Itapetinga, Fazenda Monjolinho. Muitos outros no Maranhão, Pará, Piauí, Paraíba, Pernambuco e Amapá. O maior e mais perseguido foi o dos Quilombos de Palmares, na Serra da Barriga, hoje Estado de Alagoas. No dia 20 de novembro de 1695 foram mortos 20.000 negros e decapitaram Zumbi dos Palmares.
Muitas organizações negras eram formadas de confrarias, irmandades, lugares religiosos para manter a unidade social.
Na Bahia existia os cantos negros que no cruzamento de ruas os mais velho se reuniram para conversar sobre os tempos jovens. Os terreiro de Umbanda, Candomblé e Xangô foram formas de organizar a comunidade negra. A Capoeira também teve seu espaço entre os negros valentes que resistiam a perseguição policial.
Houve também revoltas históricas dos negros, a revolta de Malês foi uma das maiores que a Bahia teve por ser de grande proporção. Foco de luta que determinou ao povo bahiano a possibilidade de sonhar uma república afrobrasileira.
Nos anos de 1878 a 1888 os negros sempre estavam se rebelando, até que houve o reconhecimento do império e decretou a Lei Áurea. Sem o apoio do povo negro que estava escravizado, não recebeu indenização e até hoje luta pela reforma agrária. No mio de comunicação social, no início deste século os negros tiveram seus jornais com destaque O Clarim, fundado em 1924, O Princesa do Norte, O Novo Horizonte, A Voz da raça e O Patrocínio.
Em 1930 foi criada a frente negra. Organização que influenciou o centro que convergia a diversas entidades negras. Com postura política de acesso ao poder pelo partido negro brasileiro, poderia ser um congresso nacional do negro?
A ditadura de Vargas foi um golpe contra o movimento negro, que perseguiu de imediato. Para sobreviver criaram os clubes de lazer de uma classe média reduzíssima, onde não tinha espaço para a luta política, pois o acesso ao poder era de uma classe branca e racista. Tudo que tinha caráter popular foi reduzido e destruído. Os líderes sumiram, eram perseguidos em todos os lugares. Em 1954 surgem as organizações culturais fundaram a federação das entidades negras em São Paulo. Em 1964 houve novamente a perseguição do regime militar que fez desaparecer os movimentos negros e heróis negros como Carlos Maringhela e outros revolucionários da época.
1.7 Surgimento da consciência negra libertadora na igreja

O movimento negro na sociedade civil, não é fato novo, mas na Igreja quando surge consegue trazer muita novidade e agitação. Vários são fatores que determinam o surgimento do movimento negro em âmbito eclesial, fatores principais.
O primeiro fator é a consciência negra nas igrejas, de origem européia onde a maioria das lideranças são brancas. Em 1889 a Igreja rompe com o Estado, isto provoca posição a favor dos pobres. Com o Vaticano II a Igreja é vista como Povo de Deus, uma comunidade sensível aos reclamos do povo.
No segundo fator a igreja assume os pobres e empobrecidos e assume como opção evangélica com os pobres e sofrimentos dos excluídos. Os cristãos negros tomam consciência de sua marginalização e opressão.
Percebem que na vida eclesial também há discriminação. Então nasce uma indignação ética e a busca do que fazer para superar esta situação. Ressurge o movimento negro afro religioso Em diversos lugares a religião afro tem sido instrumento de luta e resistência. Os diverso grupos negros de reflexão entram em crise e vão visitar os terreiros que trouxe a fonte da vida em ação familiar, convertendo lideranças o movimento negro as religiões africanas. Grupos negros de Teresina Agentes de Pastoral Negros - nasceu em 1988 na Campanha da Fraternidade que tem com tema ouvi o clamor deste povo, com o lema: fraternidade e o negro. mas há o grupo negro nova Ylwaiê no parque Piauí que tinha um trabalho voltado par celebração afro e outros aspectos afros de resgate cultural e político. O Ijexá nasceu em 2004 e é formado por jovens e adolescentes de ambos os sexos nas áreas de percussão, canto e dança. Grupo Cultural coisa de negro, atualmente o grupo conta com 16 componentes, entre dançarinas, percussionistas e cantores. grupo afro de Teresina, criado em 1990, com o objetivo de elevar e valorizar as raízes do povo negro. O som da banda é uma mistura de sons tipicamente afros, mas com um toque tipicamente piauiense.

Autor: Fernancio Barbosa


Artigos Relacionados


Consciência Negra

Escolha Do Ministério Da Igualdade Racial

A Emancipação Negra

20 De Novembro- NÃo É Dia Dos Preetos!!

"consciência Branca"

Luta Dos Negros Contra Brancos Para Ter Direito Civil

Racismo O Pior Preconceito