O Ritmo das Narrativas



Todo escritor deseja que seus trabalhos tenham uma boa receptividade do público e da crítica. Como a raposa de Saint-Exupéry, o leitor precisa ser cativado. Para tanto, o autor precisa elaborar uma obra que conquiste a atenção já nas primeiras linhas e que tenha a capacidade de mantê-la até o seu desfecho. O texto deverá ser instigante e atraente o tempo todo.
Vários fatores influenciarão no resultado final deste trabalho, como, por exemplo, a criatividade, o domínio do vocabulário, a capacidade de criar uma empatia com os leitores. Dentre esses fatores, o ritmo da narrativa certamente é um dos mais importantes. É por intermédio dele que o autor ditará a velocidade, a fruição do texto.
Por vezes, poderá o escritor utilizar uma linguagem mais direta, sem rodeios, buscando, dessa forma, envolver o leitor com um ritmo frenético. Há autores, no entanto, que optam por um ritmo de narrativa lento, com longas e belas descrições; tais obras serão mais apreciadas por aqueles que gostam não apenas de ler, mas de verdadeiramente embarcar numa viagem literária, por vezes, até, como se fizessem parte da trama na condição de personagens.
Porém, a opção pelas narrativas lentas ou por ritmos velozes não tolhe do autor a liberdade para alternar estes ritmos dentro de uma mesma obra. Sabendo dosar estas rupturas de linearidade, podem os escritores estimular ainda mais a curiosidade de público e crítica, conferindo à obra uma atmosfera de permanente vivacidade.
Uma narrativa onde há alternâncias de ritmos será sempre instigante e surpreendente, além de oferecer um caráter inovador, rompendo as barreiras dos estilos literários convencionais.

(A íntegra do texto será publicada na obra impressa Fragmentos, a ser lançada pela Giz Editorial)


Autor: Ricardo Guilherme Dos Santos


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