Criança e Desigualde Social
"O Brasil cresce!", diariamente essa frase está estampada em colunas de jornais e revistas. A economia brasileira está nos deixando conhecidos lá fora, a pouca influência da crise mundial nos deixou orgulhosos com nossas finanças, hodiernamente participamos até mesmo do G-20. Eu me pergunto se, olhando pra dentro da nossa nação, as pessoas estão cegas ao se orgulharem desses grandes desenvolvimentos. Eu me interrogo na questão de o que estamos fazendo com nossas crianças que é tão sinônimo de futuro. Elas mostram os calos na mão e os pés rachados, e isso não é fruto das brincadeiras, mas das posturas adultas que assumem; elas falam das suas necessidade e medos e a gente fecha a janela do carro para que esses "meninos- de -rua" não perturbem a nossa utópica paz.
Ora, se clamando por nossos restos, mendigando nas ruas a gente não enxerga, quando com uma arma ameaça nossas vidas a gente percebe a presença delas. Se não por piedade é pelo medo, que essa mancha da nossa invisibilidade social, é notada.
O Estatuto da Criança e do Adolescente garante inúmeros direitos, resta saber, quais são essas crianças. Pois se está intitulado questões básicas de uma infância saudável e grande parcela destas está excluída dessas garantias, ou a gente dá outro significado ao que consideramos criança, ou a gente usa os textos da nossa constituição como belos e/ou meros poemas.
Essa infância tolhida faz do nosso Brasil um país apartado do desenvolvimento humano, e quão desumano é deixarmos à margem as nossas próprias crianças, o nosso próprio futuro.
Autor: Lia Carelli
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