Marcas Precoces: O Trabalho Precoce das Crianças no Brasil
MARCAS PRECOCES
Miguel Luiz da Costa Junior // Acadêmico da UFPE ? Secretariado
O Brasil é um país onde se aprende desde cedo a pegar no pesado, acordar cedo, não ter café da manhã e trabalhar muitas vezes debaixo de um sol escaldante. Para isso, basta olharmos a realidade de mais de 4 milhões de brasileirinhos espalhados pela vastidão deste país que logo notar-se-á que eles são marcados por trabalhar longas jornadas por uns poucos trocados.
É de se lamentar que os nossos futuros médicos, engenheiros, professores e formadores de opinião sejam privados de ter seus sonhos cada vez mais distantes, por aprenderem desde cedo que na prática as políticas de nosso país favorecem aos que dispõem de mais recursos e seja também dura demais com os que não têm culpa de ter nascido numa favela, debaixo de uma ponte ou sobre papelões. Essa realidade corrói o caráter de tantas crianças inocentes que só queriam gozar de sua infância, se divertir com um brinquedinho, ir à escola, ter direitos à saúde pública de qualidade e de ter uma perspectiva de vida mais digna. No entanto, suas realidades são distorcidas e movidas pela ganância dos que representam a população no congresso.
É revoltante que vivamos em meio a uma sociedade egoísta, corrompida e que denigre as prioridades no uso dos ricos recursos muitas vezes até escassos. Infelizmente, tendemos a aceitar que o futuro do nosso país, nossas crianças, sejam as maiores vítimas desse descaso e inversão de valores, que por parte dos nossos governantes, trocam a saúde pública de qualidade, por altos investimentos em cartões postais para os flashes das câmeras fotográficas dos turistas que aqui vêm para se deleitar de nossas belas praias, shoppings e festas; que esquecem o ensino público já falido, e gastam milhões em obras superfaturadas, que exportam uma grande parte dos melhores alimentos enquanto nossos irmãos reviram o lixo em busca de restos humanos para alimentar-se ou ainda, que preferem investir em dezenas de presídios de segurança máxima a construir escolas técnicas para capacitarem nossos cidadãos.
Enfim, é triste assistirmos estáticos a esse filme da nossa realidade sem movermos nossas mãos em favor dos pequeninos do nosso país, para deixarem de serem marcados precocemente todos os dias pelo trabalho a que são submetidos e terem pelo menos uma oportunidade de crescerem com um pouco mais de perspectiva de um futuro melhor na nossa nação penta-campeã.
Bibliografia:
Buarque, Cristovam. Os Instrangeiros ? A aventura da opinião na fronteira dos séculos. (2ª edição).
Autor: Miguel Luiz
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