A OBRA DE MENON



Cerca de 3.000 anos Antes de Cristo, Mênfis já era uma metrópole, capital do reino egípcio. Às margens do rio Nilo viviam agricultores, ao longo da costa do Mediterrâneo encontram-se povoações de pescadores e nos campos do interior, aldeias de pastores.

Hanareb, o oleiro, viveu sob o governo da quarta dinastia egípcia e morava próximo da capital, numa casa construída sobre uma elevação, onde as cheias do Nilo não alcançavam. O filho dele, Zer, o ajudava na fabricação de odres, ânforas, vasos e outros utensílios de barro cozido ao forno que vendiam ou trocavam por outras mercadorias no mercado da cidade. Hanareb era hábil com o cinzel e com ele esculpia belas figuras nos vasos que fabricava. Zer se encarregava de pintá-los.

Logo que o dia clareou, Hanareb levantou-se e acordou o filho para mais um dia de trabalho. Enquanto tomava leite de cabra com mel e comia um pedaço de pão, disse ao filho:

- Vamos terminar mais alguns vasos e amanhã iremos ao mercado.

- Preciso de botinas novas, meu pai.

- Tua mãe lhe fez um par faz pouco tempo!

- Sim, mas não desprezando o trabalho de minha mãe, as de Ozor duram mais!...

- Precisamos comprar azeite, trigo e leite. Eu estava pensando em adquirir uma vaca leiteira...

- Vai ser difícil. O senhor sabe como os pastores veneram suas vacas!

- Vou falar com Huni, ele tem um grande rebanho.

Hanareb acabou de comer e levantou-se.

- Vamos.

- E as minhas botinas? Perguntou Zer mergulhando um pedaço de pão no pote de mel.

- Depois a gente trata disso, no mercado.

Saindo da casa, Hanareb colocou uma mão no ombro do rapaz.

- Você já está na idade de casar. Vou falar com nosso vizinho, Menares, pois ele tem três filhas solteiras. Vocês vão morar conosco, a casa é grande e cabe mais uma família.

- Farei o que desejares, meu pai.

Hanareb sorriu e os dois seguiram para uma construção mais comprida do que larga, com paredes de adobe e teto de folhas de palmeira, próximo da casa. Chegando à entrada de sua olaria, Hanareb estacou e olhou para a trilha na margem do rio. Um homem se aproximava com um saco de linho pendurado ás costas.

- Parece que conheço aquele homem. Disse o oleiro. Zer ficou ao lado do pai, esperando o visitante. Hanareb soltou uma exclamação e foi ao encontro do homem.

- É Menon! Menon, meu irmão!

Os dois irmãos se abraçaram

- Que Ptá lhe dê muita saúde! Disse o oleiro.

- A você e sua família, meu irmão! Respondeu Menon com alegria. - Eu receava que vocês não morassem mais aqui!

- Como vês, continuo com a olaria. Venha, vamos entrar, você deve estar cansado e com fome!... Este é Zer.

- Zer? Como cresceu! Já é um homem! Então, Zer, lembra-se de mim?

O rapaz sorriu, sacudindo a cabeça. Menon passou uma mão pelos cabelos dele e os três entraram na casa.

Àques, esposa de Hanareb, tinha acordado e estava colocando lenha no fogão. Ela recebeu o cunhado com um sorriso e um aceno de cabeça. Pegou um pedaço de pão e entregou-lhe.

Menom inclinou o busto agradecendo, molhou o naco de pão no óleo e colocou-o no santuário doméstico, próximo da entrada. O visitante foi convidado a sentar-se e lhe foi oferecido vinho, pão e frutas.

- Por onde você andou? Perguntou Hanareb.

- Por vários lugares. Trabalhei para um navegador fenício por alguns anos e depois fui para Tebas, trabalhar como auxiliar de um arquiteto que me ensinou a profissão. Resolvi voltar para Mênfis por que sentia saudades de vocês.

- Então, vai morar conosco?

- Sim, se meu irmão tiver trabalho para mim.

- Como arquiteto não, mas precisamos de um lavrador para cuidar da lavoura.

- Aceito qualquer trabalho. Respondeu Menon com alegria. Depois de Menon comer, Hanareb levou-o para ver o campo cultivado.

- Veja. Meu terreno vai até aquela pedra, mas depois das cheias é difícil saber onde fica...

Menon sacudiu a cabeça e observou o terreno cultivado irrigado por canais que traziam água do rio.

- Existe uma regra, um jeito para você remarcar o seu terreno. Pegue uma corda, faz três nós com uma vara de distância entre eles. Você fixa a corda com três estacas, com um dos ângulos voltado para o nascer do sol. A estaca dois, no nó quatro é um ângulo reto. Dessa forma você remarca as suas terras tendo como ponto de partida, aquela pedra.

- Seguirei a sua orientação, meu irmão. Amanhã vou à cidade comprar sementes e registrar mais um pedaço de terra para você cultivar.

- Vou com você. Quero ver como está Mênfis.

Na manhã seguinte, Hanareb e Menon partiram para a capital. Zer seguiu como condutor da carroça, carregada de vasos. Ao meio dia chegaram às portas da cidade. Hanareb foi obrigado a ceder cinco vasos para o coletor de impostos, para ter o direito de comercializar seus produtos no mercado. Os dois irmãos ajudaram Zer a armar a tenda na praça e depois se dirigiram para o escritório do governo que administrava compra e venda de terras. Após registrar as terras e pagar o imposto com argolas de prata, Hanareb e Menom voltaram para a tenda.

- Um arauto passou pela praça anunciando que o governo está convocando arquitetos para planejar a construção do túmulo do Faraó. Disse Zer. Hanareb olhou para o irmão.

- Você é arquiteto, deves oferecer teus serviços. Terás privilégios trabalhando para o governo.

Menon permaneceu calado, pensativo. Hanareb insistiu.

- O que você quer? Ser lavrador o resto de sua vida? Vá se alistar!

- Mênfis deve ter bons arquitetos, não sei se terei condições para competir com eles!...

- Não custa nada tentar, meu tio! Disse Zer.

- Depois você vai se arrepender por não ter tentado. Avisou Hanareb.

- Está bem. Onde devo ir?

- No escritório da administração de obras. Respondeu Zer.



Oito arquitetos se apresentaram no escritório de Tanuhe, o administrador de obras. Menon fez sua inscrição. Tanuhe falou para o grupo:

- O Faraó, que representa o deus Hórus na terra, governador supremo de todo o Egito, chefe de todas as tribos, resolveu dar inicio a construção de seu túmulo, a morada de seu corpo, quando sua alma for morar junto aos deuses. O Faraó não deseja uma construção com muito luxo, mas um túmulo que perdure pelos séculos e que seja inviolável. Os candidatos devem trazer uma miniatura da obra dentro de quinze dias. O arquiteto que for escolhido receberá casa, terras e servos, além de alimentos para sua família enquanto for funcionário do governo. Alguma pergunta?

Como não houve perguntas, Tanuhe encerrou a reunião. Menon voltou para a tenda de Hanareb e relatou como ocorreu a sua inscrição.

- Você já tem alguma idéia?

- Não, ainda não.

- Então se dedique a isso e não se preocupe com mais nada. Disse Hanareb.

Nos três dias seguintes, Menon passou longas horas passeando pelos campos, fazendo desenhos e cálculos em folhas de papiro. No quarto dia ele foi à olaria do irmão e pediu um pouco de barro. Fazendo pequenos tijolinhos, ele empilhou-os em camadas decrescentes.

- O que acha disso? Perguntou ele para Hanareb.

- É esse o modelo? Uma mastaba?

- Muito mais alto. Imagine cada pedra com uma altura que vai até o seu peito, o comprimento de quatro passos largos e a largura de dois passos largos!

Hanareb coçou a barba, refletindo.

- Será um túmulo grande!

- Pois é o que o faraó quer, um monumento duradouro e que evite os ladrões de túmulos.

- E como vais fazer para colocar as pedras lá no alto?

- Ainda não pensei nesse problema, porém costuma-se usar rampas para o transporte. Terei que fazer desenhos e cálculos.



Quando expirou o prazo dado por Tanuhe, Menon dirigiu-se ao escritório do administrador. Oito arquitetos, incluindo Menon, apresentaram um modelo para a obra. O primeiro concebeu uma construção com teto arredondado sustentado por quatro colunas esculpidas e uma porta de granito. O segundo trouxe um modelo constituído de um prédio com cinco torres. O terceiro concebeu uma construção robusta, sendo o corpo de leão com a cabeça do Faraó. O quarto modelo a ser aprovado para análise, foi o de Menon e o restante foi recusado pelo administrador de obras. Os quatro candidatos seriam entrevistados pelo conselho de ministros do reino, Ticho, ministro do tesouro, Reset, ministro do trabalho e Yken, ministro dos sacrifícios religiosos, além de Tanuhe. Menon foi o primeiro a ser chamado para a entrevista. Os modelos e as plantas de cada obra estavam sobre uma mesa.

- Fale sobre a sua obra. Pediu Ticho. De pé diante da mesa, Menon respondeu:

- É uma construção alta e forte, símbolo da grandeza e poder de nosso soberano. As primeiras camadas de pedras representam nossos reais antepassados, depois os funcionários, os súditos e o exército. Acima está à família real e no cume, os deuses do bem. O sacerdote ergueu a mão e perguntou:

- Os súditos não deveriam estar por ultimo e o faraó em primeiro lugar?

Menon fez uma pausa. Tinha que ser cauteloso com a resposta.

- Permita-me discordar, pois o Faraó não merece estar abaixo de todos.

- Mas, os súditos estando abaixo, dá a impressão de que sustentam o Faraó e os deuses!...

Menom raciocinou depressa.

- Na verdade o povo está no meio, sendo disciplinados pelos funcionários reais e protegidos pelo exército. Se eu estiver errado, que me corrijam!...

- Isso não tem a menor importância. Retrucou Reset. - Seja mais objetivo.

Menom respirou aliviado.

- A construção terá cento e quarenta e quatro metros de altura e duzentos e trinta e quatro de base. No cume haverá um templo dedicado aos deuses.

Ticho perguntou:

- E onde poderemos construir a obra? Tens alguma idéia?

- Sim, em Gizé, próximo das pedreiras do Mokhatom e da floresta, pois precisaremos de muita madeira. As pedras terão um metro e meio de altura, dois de comprimento e quatro de largura.

- Serão pedras muito pesadas. Afirmou Tanuhe. - Como pensa em transportá-las da floresta para a planície?

- Com trenós puxados por homens e cavalos. Podemos construir uma estrada com pedras cobertas de betume. Usaremos a madeira da floresta para a construção de trenós, rampas e andaimes.

- Já tens um cálculo de quantos homens será necessário para começar a obra? Perguntou Reset.

- Nas pedreiras dois mil homens, na estrada dez mil, na floresta, dois mil e na construção do túmulo uns dez mil homens. No total, vinte e quatro mil homens entre pedreiros, carregadores, lenhadores, cozinheiros, aguadeiros, carpinteiros, capatazes e feitores.

- Não temos tantos escravos assim! Retrucou Ticho.

Menon ficou calado sem saber o que dizer. Reset veio em seu auxilio.

- O Faraó pode convocar os agricultores para trabalhar na obra durante as cheias do Nilo. Em troca do trabalho seriam dispensados os impostos e algumas anistias seriam concedidas. Seria alistamento obrigatório durante as cheias.

- E quanto à alimentação desses trabalhadores? Indagou Ticho. - Se dispensarmos os impostos sobre a agricultura, nossos silos ficarão praticamente vazios!

- Uma solução seria importar alimentos. Respondeu Reset.- Mas, isso nós temos que discutir com o Faraó.

- E quanto ao interior da obra, como será? Perguntou Yken.

Menon apontou para o desenho na folha de papiro sobre a mesa.

- A entrada ficará em local secreto acima do solo e selada depois do sepultamento. O subsolo será composto por vários túneis, câmaras, poços e salas sem saída para enganar possíveis intrusos.

Yken retrucou:

- Mas, o Faraó deseja um túmulo à prova de ladrões!

- Sim senhor, mas não podemos esquecer os maus espíritos, devemos também enganá-los!...

- Muito bem! Exclamou Tanuhe. - Pode se retirar e volte aqui dentro de quatro dias.

Menon se retirou e quando retornou naquele prazo, Tanuhe disse-lhe que os outros arquitetos não apresentaram explicações convincentes para algumas questões e que a obra dele foi aprovada. Ganhou o colar de Arquiteto Real e uma casa mobiliada para morar, servo e outros privilégios. Menon fez uma única exigência, que seu irmão trabalhasse na obra como administrador de arte e ofício.



Passou-se quase dois anos para que todos os preparativos ficassem prontos. Finalmente no dia do inicio da obra, Menon reuniu-se com seus três auxiliares numa tenda em Gizé. Ele estendeu a planta da obra sobre a mesa e olhou para Néfer, Miquém e Amenófis.

- As primeiras pedras já estão sendo trazidas para cá. Disse ele.- A primeira camada será um polígono de duzentos e trinta e quatro metros. A segunda, dois metros menor e assim sucessivamente até a altura de cento e quarenta e sete metros. Usaremos granito para a estrutura e calcário para o revestimento. Você, Amenófis deves localizar o norte, Miquém assentará as estacas de acordo com as medidas que Néfer dará.

- Como devo proceder para traçar o ângulo reto mestre? Perguntou o jovem Néfer. Menon olhou para ele.

- Se não sabes, nada tens a fazer aqui!... Preciso de gente com prática!

- Desculpe mestre. Sei muito bem o que tenho que fazer. Pensei que o senhor, que estudou em Tebas, conhecia outro método de cálculo.

- Não conheço. Agora, se sabes mesmo o que tens que fazer, diga!

- Sim senhor. Depois que Amenófis determinar o norte, devo traçar um círculo ao redor desse ponto que será marcado com uma estaca voltada para o norte. Na estaca serão amarrados dois pedaços de corda que serão estendidas em direção a dois pontos separados no horizonte, passando sobre o círculo. Uma terceira corda, exatamente do mesmo tamanho, sairá da estaca dividindo o espaço entre as duas e uma quarta corda esticada unirá as outras três e então, teremos um ângulo reto!

- Existe outro método com uma corda de treze nós, mas assim está bem. Amenófis terá que esperar o anoitecer para ver o caminho das estrelas. Enquanto isso, vocês calculam com precisão o lado de cada camada, para que o pico não fique afastado da direção do centro da primeira. As paredes precisam ter a mesma inclinação. Façam os cálculos e usem o prumo. Enquanto isso vou ao Mokhatom supervisionar o trabalho nas pedreiras.

Menon saiu da tenda, pediu um carro com condutor e dirigiu-se para as montanhas. Uma estrada larga foi escavada num dos flancos menos inclinado do monte. Por ali transitavam carroças e trabalhadores levando pedras polidas para a estrada na planície. Outro caminho coberto por toras de madeira foi construído próximo dali. Por ele desciam as enormes pedras talhadas. No topo do monte os capatazes escolhiam e mediam nas paredes rochosas os blocos de pedra que deveriam ser extraídos. Os pedreiros aproveitavam alguma fissura na rocha, alargavam com seus formões com ponta de ferro fazendo um pequeno buraco, onde colocavam pequenos pedaços de madeira e depois encharcavam com água. A madeira inchava e trincava a rocha, facilitando o trabalho de extração. Ao ser extraído, a pedra era aparada, colocada no esquadro e lixada até ficar na medida exata. Em seguida o bloco era amarrado com fortes cordas presas em roldanas e descida pelo caminho de toras até os trenós na base do monte. As cordas tinham que ser constantemente molhadas para evitar que a fricção as queimasse.



Da montanha, Menon rumou para a floresta. Carroças carregadas de madeira rumavam para o local da construção. A madeira se destinava para o fabrico de rampas, escoras, escadas e plataformas. Trenós não duravam muito, estacas e escoras tinham que serem substituídos. Com o passar dos anos, enquanto a construção se erguia, a floresta de cedros diminuía de tamanho. A campina desapareceu. Quando a construção terminou, Gisé transformou-se num deserto de areias.

A obra estava chegando à metade quanto certo dia, uma das rampas cedeu sob o peso de três pedras. Quarenta e três homens morreram e outros tantos ficaram feridos. O método para erguer os blocos de pedra pelas rampas já não era eficiente e Menon resolveu encontrar outro jeito para erguer as camadas superiores. Depois de oito anos administrando a obra, sentia-se cansado. O acidente deixou-o abalado. Outros trabalhadores tinham perecido durante aqueles anos por acidente. Esgotado, Menon pediu aos ministros algumas semanas para descansar e resolver problemas da obra. Os sacerdotes estavam impacientes, pois o faraó já estava com a idade avançada e a saúde frágil. Tanuhe concordou com os argumentos do arquiteto e os ministros o dispensaram por um ano. Enquanto isso as pedras continuaram a serem cortadas.

Naquele ano, Menon casou-se com Amez-ti, filha de Tanuhe, e depois do casamento o casal partiu para Tebas, hospedando-se em casa de parentes. Oito meses depois, Menon recebeu uma carta de seu sogro Tanuhe dizendo que os ministros resolveram continuar a obra sob a direção do arquiteto Amenófis. Menon resolveu voltar logo para Mênfis. Quando chegou a Gisé, encontrou alguns trabalhadores em plena atividade. Não havia muitos homens, pois era época da semeadura nas lavouras e a maioria dos trabalhadores estava trabalhando em suas terras.

Numa tenda, protegendo-se do sol, Ticho e Yken conversavam com Amenófis. Menon percebeu uma estrutura de madeira ao lado da parede sul da construção.

- O que está acontecendo? Perguntou. Amenófis olhou para ele, e sem dizer nada, dirigiu-se para um grupo de carpinteiros ditando ordens.

- Amenófis recebeu ordens para dirigir a obra, e ele vai tentar erguer as pedras com outro sistema. Respondeu Ticho. Menon aproximou-se da estrutura, observando-a. Consistia em quadro colunas de madeira presas com traves, tendo no topo um grosso rolo de madeira sobre o qual passavam cordas amarradas num bloco de granito que seriam puxadas pelos operários. Quando tudo estava pronto, Amenófis ergueu o braço dando a ordem para os homens puxarem. Lentamente a pedra começou a ser erguida. A cada esforço, as cordas eram amarradas em estacas para uma pausa. Mas ao chegar à metade do caminho, algumas traves se partiram e o rolo ficou inclinado. A pedra ficou segura com o apoio das estacas. De repente a estrutura estalou e começou a tombar, o rolo cedeu e a pedra caiu com um grande estrondo. Felizmente ninguém se feriu, mas Amenófis ficou desolado caminhando de um lado para outro. Menon aproximou-se de Ticho e disse:

- A estrutura deve ser mais forte e amparada com outro sistema de colunas. Em vez do rolo devemos usar roldanas e a pedra deve ser erguida sobre uma plataforma móvel que será travada com cunhas a cada lance de degrau.

- Retome a direção da obra. Respondeu Ticho. - Amenófis se limitará a obedecer as suas ordens.

O ministro despediu-se e partiu com Yken. Menon passou o dia planejando e desenhando o novo sistema que consistia numa armação de madeira, compondo-se de duas torres que atingiam setenta metros de altura ligados a outra armação apoiada numa das camadas de pedras. Dezenas de cordas passando por roldanas, ergueriam a plataforma com a pedra. Caçambas cheias de pedra serviriam como contrapeso.

O novo sistema provou sua eficácia, mas Menon não chegou a ver sua obra concluída. Morreu de causas naturais aos sessenta e nove anos de idade. Os arquitetos Amenófis, Néfer e Miquém continuaram a dirigir a construção. Menon teve um funeral destinado aos nobres, seu corpo foi embalsamado e sepultado no Vale dos Reis.

Assim termina a historia fictícia do construtor da pirâmide de Quéops.

FIM

ANTONIO STEGUES BATISTA
Autor: Antonio Stegues Batista


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