O PRÉ-MODERNISMO EM MATO GROSSO



O PRÉ-MODERNISMOEM MATO GROSSO

INTRODUÇÃO:

A partir de 1900 os escritores não são mais tão acadêmicos quanto antes, eles vão deixando de lado as tradições, as adjetivações, as inúmeras figuras de linguagem. Tudo é falado diretamente. Alcântara Machado diz: " Ninguém morria: partia para os páramos ignotos. Mulher não era mulher. Qual o quê? Era flor, passarinho, anjo de bondade, fada, o diabo. Mulher é que não era.

O país também passou por sérios problemas como ciclo do cangaço, fanatismo religioso do Padim Ciço, revolução de Canudos, Febre amarela no Rio e a vacina obrigatória.

No Brasil tivemos bons escritores Pré-Modernistas: Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto e outros.

A POESIA:

Em Mato Grosso o Pré-Modernismo começou com a poesia. Quem pri meiro usou características novas foi Carlos Vandoni de Barros. Ele publicou o "Cururu", poema já impregnado do novo estilo. E assim, aos poucos, iam sendo esquecidos os poemas metrificados, rimados e um novo estilo começava a nascer.

Mais tarde surge Gabriel Vandoni de Barros, bom trovador que mereceu um prefácio de Agripinio Prieco. Foi trovador, deixando-nos um livro de trovas "A rosa e o vento" que o coloca em posição de destaque no meio trovadoresco nacional.

Hélio Serejo - Poeta de estilo simples, descrevendo o nosso folclore. Pode ser considerado o Catulo de Mato Grosso. Destaca-se também algo do folclore gaúcho, visto que o poeta residiu em Ponta Porã, cidade colonizada por gaúchos.

José Alípio de Almeida Serra deixou-nos um significativo soneto:O louco.

A PROSA:

A prosa pré-modernista foi muito significativa. A essa altura merece destaque o nome de Manoel Cavalcanti Proença que escreveu: conto, romance, ensaio, biografias e colaborou com notas nos livros "Clássicos brasileiros"da livraria Agir Editora. Alguns críticos viram em Proença uma pujança de um Euclides da Cunha. Possuía um acentuado sentimento nacionalista, profundo conhecedor e amante de sua terra e de sua gente,segundo Francisco de Assis Barbosa.

Gabriel Vandoni de Barros destaca-se também na prosa, perlustrando-se na tese política com "A burla do voto na nova República".

Também Hélio Serejo destacou-se na prosa nos caminhos do conto. Foi também crítico.

AUTORES E OBRAS:

1.Manoel Cavalcanti Proença - Nasceu em Cuiabá em 1905 e faleceu no Rio em 1966. Estudou no colégio militar do Rio onde fez o curso secundário. Foi veterinário. Professor de português do colégio militar do Rio e chefe da cadeira de português da Academia Militar de Agulhas Negras. Introdutor de notas nos livro: "Clássicos Brasileiros". Obras: "Ribeira de São Francisco", "Roteiro de Macunaíma", "No termo de Cuiabá", "José de Alencar na literatura Brasileira", "Uniforme de Gala", "Trilhas no Grande Sertão", "Augusto dos Anjos e outros ensaios", "O Alferes", " Ritmo e Poesia".

2.Gabriel Vandoni de Barros - Nasceu em Corumbá em 1907. Formado em Direito pela Faculdade de São Paulo. Foi deputado, sendo cassado por participar da revolução constitucionalista de 1932. Nomeado depois secretário Geral no Governo de Mário Correa da Costa. Obras: "A burla do voto na Nova República", "Origem da Coligação Mato Grossense".


Autor: Henrique Araújo


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