MEU AMOR



Por que nosso amor é tão vulnerável, muitas vezes tão distante e outras, bem poucas, tão próximo. Não consigo entender. Confesso que tem períodos longos que não penso em você de forma alguma, como se você não existisse. Que loucura.
Existem momentos que sinto a sua falta com tanta intensidade e urgência, e não o
encontro. Procuro com volúpia, com ansiedade e você parece se esconder de mim.

Mas até que entendo esses momentos. Você deve sentir uma revolta muito grande contra mim. - Afinal de contas, quem ele pensa que sou eu para me tratar com tanta indiferença, e esquecimento. Não tenho justificativa e não sei como melhorar. Creia, é uma luta imensa e incontrolável; mas você também tem sua grande parcela de culpa.

Por que não corresponde a minha procura? Por que dificulta tanto? Penso que paga com a mesma moeda, e assim, fica nesse vai e não vai, e algumas vezes, não vamos mesmo. Temos, isso sim, cabeças duras e raciocínio fino. Admito
que falta um pouco, ou muita, inteligência de sua parte. Finja. Faz de conta que não percebe as minhas grosserias e a minha indiferença. Por que emudece?

Ao mesmo tempo, quando conseguimos ficar juntos, a indiferença passa a ser sua, fica fechado em copas, de uma frieza inexplicável. Pura provocação. Não emite nenhuma palavra, nem um som, nada; mas porque fica agarrado em mim? Nada parece ter sentido. Que amor é esse? Totalmente descontrolado, até posso dizer, paranóico.

Quem olha para nós, (apesar de tudo hoje ser normal) eu sinto que as pessoas acham que somos dois seres totalmente anormais. Veja: quando temos tudo para nos sairmos bem, é aí que tudo começa a complicar. Quando penso que você vai
se abrir para mim, quando eu penso estar com essa abertura, você foge de mim.
Esconde-se e não tem raios que me faça encontrá-lo e quando, poucas vezes o
encontro, demorou tanto, que tenho vontade de deixa-lo em casa. Mas, resolvo
levá-lo, e aí com raiva, penso comigo: posso precisar desta peça.

Certa vez, me lembro, que o deixei no cinema. Levantei-me abruptamente, atacado por aquele esquecimento involuntário, que desastre. Mas você faz por onde. Quando estávamos a caminho do cinema, você manteve-se grudado em mim,
Mas não se abriu, não correspondeu, não tomou nenhuma atitude. Acho que é isso
que me faz esquecer de você tão facilmente.

Mas tivemos alguns poucos momentos de felicidade. Lembra daquele dia que fomos a uma festa de quinze anos: nós dois juntos. A festa era a uns 3 km de casa
e resolvemos ir a pé. No início, tudo bem, embora calado e sisudo. De repente,
começou a chover e bateu uma alegria em você que me espantou. Você se abriu.
Mas, essa alegria me incomodava porque a chuva tornou-se forte e quando me
dei conta, minha roupa de festa estava toda molhada e você também.

Mas estranhamente nunca o vi tão feliz. Ao me ver todo molhado lhe fazia bem,
E aquela chuva que se transformou em temporal e com vento, parecia que servia de vingança sua contra mim. Pensei estar enlouquecendo, pois além de sua alegria,
sem propósito, você parecia estar mantendo um diálogo alegre com os grossos pingos que batiam em sua cabeça. Da próxima vez o esquecerei de propósito,
meu guarda-chuva.

Autor: Isaac Tapajós


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