A Caçada






A CAÇADA
Raul Santos

Jovem guerreiro
Tribo Tupi
Corre ligeiro
Trás do tapir.

Noite estrelada,
Brilha o luar,
Feliz a amada
Dorme a sonhar.

Passos velozes,
Olhar atento,
Cardos atrozes,
Sopro do vento.

Densa espinheira,
Peito ferido,
Cútis trigueira,
Nenhum gemido.

Alvor da aurora,
Tapir distante,
Índio não chora,
Segue pra diante.

Nuvens escuras,
Lua se esconde,
Triste amargura,
Enorme fronde.

Passo veloz,
A amada dorme,
Sonho na voz,
Saudade enorme.

Pouca ramagem,
Vislumbra pista,
É longa a viagem,
Tapir à vista.

Arco retesa,
Flecha a zunir,
Alcança a presa,
Tomba o tapir.

Espalha o sangue
Sobre o capim,
Tapir exangue,
Vitória, enfim.


Abunã/RO, 13/07/1999.


Autor: Raul Santos


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