Dificuldades do Just In Time no Brasil



Introdução

Com o avanço da tecnologia da informação no meio empresarial, o administrador, dispõe de varias ferramentas de qualidade para melhorar e aumentar o desempenho da instituição buscando impetrar maior lucratividade no negócio e a satisfação necessária para os clientes internos e principalmente os clientes externos.
Analisando estas ferramentas, o estudo em questão está voltado para a ferramenta da qualidade total (TQC), aplicada no ramo de linha de produção e estocagem, que visa aumentar a produção, satisfação do cliente, reduzindo os custos. O Just In Time, é a ferramenta que possibilita estes recursos para o gestor, diminui os custos produzindo os produtos em tempo reduzido na quantidade necessária, mas com a qualidade que possibilite uma grande satisfação para os clientes.

Just In Time

Uma ferramenta eficaz no mundo Oriental de muito sucesso nas empresas que viabiliza a muitos empresários obter a qualidade dos produtos
O Just In Time é uma ferramenta que visa à qualidade total no setor de produção, eliminando desperdícios e reduzindo tempo e prazo de entrega. Naturalmente é uma filosofia que se aplicada de forma correta, ela traz resultados satisfatórios, eliminando desperdício, que é a principal finalidade da ferramenta.
Pode-se notar sem duvida que utilização desta ferramenta melhora o desempenho da  empresa, pois eliminando o desperdício, conseqüentemente reduz os prejuízos nos estoques, aumentando a qualidade do produto e o a qualidade na entrega, pois depois de avaliados os lotes de produção eliminados os problemas torna-se mais rápido o processo de produção dos demais lotes, e diminuindo o prazo da entrega, que por sua vez é bastante satisfatório para o cliente.
 O JIT embora seja uma ferramenta de tamanha relevância no setor produtivo ela ainda não tem se desenvolvido da forma correta aqui na América, as empresas que adquirem o uso da ferramenta ainda não compreenderam realmente a importância e a finalidade desta filosofia, utilizando a ferramenta apenas para reduzir custos e aumentar lucros, isto foge da finalidade precisa do JIT, em eliminar desperdício, redução de prejuízos no estoque e a melhora na qualidade dos produtos, aumentar a qualidade de trabalho viabilizando uma satisfação dos colaboradores já que estes são parte fundamental para o sucesso da filosofia na empresa.
O JIT não é uma ferramenta que vai ser implantada da noite pro dia, requer uma avaliação minuciosa para ter maior segurança na hora de implantar o sistema,  se não houver uma participação dos colaboradores na aceitação, contribuição, disposição, o processo de implantação do JIT pode vir a ser um fracasso na organização, isto deve se levar em consideração que os gestores devem acreditar na ferramenta, e procurar utilizá-la da maneira correta, pois assim estará trazendo resultados e resposta no mercado em tempo reduzido em mais de 90%, não resta duvida que é uma ferramenta de precisão, mas se aplicada adequadamente.
A filosofia de administração JIT. (Just In Time), nasceu no momento certo da visão que os estoques são elementos encorajadores e encobertadores de ineficiência gerencial e lentidão do processo fabril. Muitos seguidores desta filosofia entendem que se aplicada de forma correta com o devido cuidado, planejamento e controle os estoques podem ser drasticamente reduzidos ou eliminados diminuindo os custos. Dentro da administração da produção o JIT tem se tornado uma ferramenta essencial para as empresas do ramo de produção.
O Just in Time surgiu no Japão, no princípio dos anos 50, sendo o seu desenvolvimento creditado a Toyota Motor Company, a qual procurava um sistema de gestão que pudesse coordenar a produção com a procura específica de diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso. Quando a Toyota decidiu entrar em pleno fabrico de carros, depois da Segunda Guerra Mundial, com pouca variedade de modelos de veículos, era necessária bastante flexibilidade para fabricar pequenos lotes com níveis de qualidade comparáveis aos conseguidos pelos fabricantes norte-americanos. Esta filosofia de produzir apenas o que o mercado solicitava passou a ser adaptado pelos restantes fabricantes japoneses e, a partir dos anos 70, o veículo por eles produzidos assumiram uma posição bastante competitiva. Desta forma, o Just in Time tornou-se muito mais que uma técnica de gestão da produção, sendo considerado como uma completa filosofia a qual inclui aspectos de gestão de materiais, gestão da qualidade, organização física dos meios produtivos, engenharia de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos. O sistema característico do Just in Time de "puxar" a produção a partir da procura, produzindo em cada momento somente os produtos necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou conhecido como o método Kanban. Este nome é dado aos "cartões" utilizados para autorizar a produção e a movimentação de materiais, ao longo do processo produtivo.
O Japão por causa da escassez de espaço para armazenagem recorreu-se a uma ferramenta que viesse diminuir os estoques, custos e tempo de produção, uma vez os produtos em rotatividade, os custos diminuem, pois não há estoques de produtos assim eles não serão desvalorizado, além do mais estoque parado é custo.

Elementos Fundamentais para Implantação do JIT
A implementação e manutenção do sistema JIT envolve pelo menos quatro elementos fundamentais para seu sucesso:
1.    A empresa deve aprender a trabalhar com poucos fornecedores, de confiança e que assegurem a qualidade e prazos de entrega de materiais;
2.    Os fornecedores devem ter condições de entregar os materiais em lotes pequenos de forma rápida, contínua e integrada com o fluxo de produção da empresa compradora, em intervalos de tempos pequenos diários ou até horários;
3.    A empresa deve implementar a filosofia TQC  (Total Quality Control), de forma que a qualidade durante todo o processo de fabricação seja assegurada e que nenhum defeito seja permitido durante o processamento fabril;
4.    A empresa deverá ter operários multiespecializados, de forma a atender a produção de forma flexível e provavelmente deverá organizar a fábrica dentro do conceito de ilhas ou células de produção. Assim se torna fácil o controle dos custos e estocagem, podendo identificar setores defeituosos e promover as devidas correções.
O JIT é uma ferramenta de gerenciamento de estoque e produção, aliado aos conceitos de TQC, a filosofia agregou outros conceitos amplo de gerenciamento fabril, lastreada basicamente em tais idéias centrais.
1.    Todas as atividades que não agrega valor ao produto devem ser eliminadas.
Esta idéia pode ser exemplificada pela seguinte equação no caso de tempo de fabricação:
Tempo de fabricação = Tempo de processamento + Tempo de inspeção + Tempo de movimentação + Tempo de espera.
Visualizando a equação a única atividade que agrega valor ao produto é o Tempo de processamento, as demais que não agregam devem ser eliminadas.
2.    Um compromisso deve ser feito para atingir e manter a qualidade em todas as atividades da empresa.
3.    Um compromisso deve ser feito para contínuo aperfeiçoamento da eficiência das atividades dentro da empresa e da utilidade dos dados  gerados para gerenciamento.
O JIT no Brasil
Como foi mostrado nos assuntos anteriores pode-se notar que o JIT é uma filosofia bastante eficaz nas empresas, mas que sua aplicação requer vários fatores de regras e normas. Com tudo observa-se que tal filosofia enfrenta várias barreiras para ser implantada no Brasil. Sendo assim avalia-se que nem todas as empresas dispõem desta ferramenta e muitas que tentam implantá-la não obtêm resultados necessários para o sucesso da filosofia e da empresa.
O JIT no Brasil é difícil de ser implantado, mas não impossível devido alguns fatores culturais e sociais. No aspecto cultural se analisarmos pode-se notar que o Brasil é um país jovem diferente dos países milenares como: China, Japão, Inglaterra e países do Oriente Médio. O Brasil sofreu também grandes influências sócio-cultural originada de três matrizes: a Indígena, Portuguesa e Africana.
“Cultura é um conceito antropológico e sociólogo que comporta múltiplas definições, uma delas denomina a cultura como à adaptação em si, é a forma pela qual uma comunidade define seu perfil em função da necessidade de adaptação ao meio ambiente”.  ( MOTTA Fernandes C.; CALDAS Miguel P.  – Cultura Organizacional e Cultura Brasileira Pg. 16).
Estes fatores são apenas uma pequena parte da barreira que impede o sucesso do JIT, corrobora-se que o Brasil por ser tão jovem, tenha sofrido pouca influencia e transformação ao longo dos anos além do aspecto cultural, o Brasil por ser um país rico em vários setores, geográficos e ambientais, tem formado um conceito de extravagâncias dos bens e recursos aqui existentes. Acredita-se que o sucesso do JIT no Japão foi devido o grande impacto sofrido na Segunda Guerra Mundial que devastou o país, assim surgiu à necessidade cultural de adaptar-se ao meio ambiente necessário para a sobrevivência da população buscando a qualidade, excelência e organização, já que se tratava de um país superpopuloso com sérios problemas e com poucos recursos para seu desenvolvimento. Esta necessidade despertou a busca por meios de reduzir ocupação de espaço (no caso da empresa, estoques), custos e desperdício. Eis aí três pilares básicos da excelência do JIT.
O Japão se tornou uma das potências Mundiais, utilizando algumas filosofias de gerenciamento como o JIT que é facilmente implantado no país devido a submissão dos funcionários e devido ao empenho dos gestores em acreditar na filosofia e fazê-la real e parte da empresa.

Conclusão
Analisando os aspectos para implantação da filosofia, conclui-se que os gestores têm que trabalhar muito para mudar os conceitos culturais dos profissionais brasileiros deve-se reorganizar os conceitos, dispor de colaboradores flexíveis que deverão receber uma especialização para atender a produção de forma flexível buscando a qualidade necessária do produto em tempo reduzido. Mais do que isto os empresários deve se adequar ao TQC para que o JIT possa se tornar uma ferramenta de sucesso. Desta forma o JIT deixa de ser apenas uma filosofia e passa a ser o corpo da empresa dentro da linha de produção, é o que vai dar a forma perfeita para uma ação de sucesso de eliminação de estoques, custos e desperdício, como também a redução do tempo do processo de fabricação.
Vale lembrar que o JIT não é uma ferramenta de implantação em curto prazo, e requer um estudo minucioso dos objetivos que se pretende obter com a ferramenta, além de treinamento dos colaboradores para se adequarem às normas da filosofia e isto é um processo que requer tempo devido à dificuldade de adaptação dos brasileiros em se adequar a certas filosofias. O sistema bem implantado sem duvidas trará retorno satisfatório tanto para a empresa quanto para os clientes e conseqüentemente o aumento da lucratividade da empresa que é a finalidade de todos.

Referências  
DRUCKER Peter F. – Administrando em Tempos de Grandes Mudanças, Ed. Thonsom, São Paulo 1995.
MOTTA Fernando C. Prestes, CALDAS Miguel P. – Cultura Organizacional e Cultura Brasileira, Ed. Atlas, São Paulo 1997.
PADOVEZE Clóvis Luis – Contabilidade Gerencial um Enfoque em Sistema de Informação Contábil, 3ª ed, Ed. Atlas São Paulo 2000.



Autor: Maxsuel Dos Santos Ribeiro


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