IMPORTÂNCIA DA GENÉTICA NO DESENVOLVIMENTO DA ESQUIZOFRENIA



Jeanne Rego Barbosa; Maria Isabel Santos Feitosa; Maria Aparecida; Fernandes Monteiro; Maryelli Carlyne Oliveira de Almeida; Maria da Conceição Paranaguá Santos; Tammy dos Santos Cruz Miguez¹; Emerson²

¹Acadêmicas do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras ? FASB; Avenida 02 de julho, J/K N° 239. Telefone: (77)3663-2082. Fax: (77) 3663-2178. E-mail: [email protected]
² Orientador Emerson Dos Santos Duarte Máfia Enfermeiro Especialista em Saúde da Família; Professor da disciplina de Saúde Mental da Faculdade São Francisco de Barreiras- FASB.

RESUMO

A esquizofrenia é um distúrbio psicótico que afeta o sistema nervoso causando alterações severas no âmbito social, biológico e psicológico, podendo se manifestar de cinco formas: desorganizada, catatônica, paranóide, indiferenciada e a residual. Os transtornos esquizofrênicos são um dos principais problemas em saúde mental, por apresentar significativo transtorno psicótico para a saúde publica como para o individuo e família, exigindo considerável investigação por não possuir etiologia comprovada. O fator de maior relevância implicados no desenvolvimento da esquizofrenia é a genética. O presente artigo consiste em uma revisão de literaturas cujos objetivos são mostrar a importância dos fatores genéticos no desenvolvimento da esquizofrenia, ampliar o conhecimento teórico sobre suas formas de apresentação e sintomatologia, como também compreender a terapêutica utilizada. Foi utilizada pesquisa bibliográfica.

PALAVRAS ? CHAVES: Esquizofrenia, Genética, Saúde mental.

ABSTRACT

Schizophrenia is a psychotic disorder that affects the nervous system causing severe alterations in the social, biological and psychological, can manifest itself in four ways: disorganized, catatonic, paranoid, undifferentiated and residual. The schizophrenic disorders are a major problem in mental health, to present significant psychotic disorder to public health and for the individual and family, requiring considerable research that has no proven etiology. The most relevant factor involved in the development of schizophrenia is genetic. This article consists of a review of literature whose goals are to show the importance of genetic factors in the development of schizophrenia, expand the knowledge of its presentations and symptoms, but also understand the therapy used. Was used in bibliographic.

KEY - WORDS: Schizophrenia, Genetics, Mental health


INTRODUÇÃO


A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico caracterizado por episódios graves e incapacitantes, na qual pode se manifestar afastamento da realidade, pensamento ilógico, delírios e alucinações e demais alterações em nível de sistema nervoso que interfere nas condutas emocionais, comportamentais e intelectuais. Existem cinco subtipos de esquizofrenia na qual são diferenciados pela sua sintomatologia, a catatônica que apresenta maneirismo bizarro podendo permanecer mudo e parado mesmo com necessidades fisiológicas; a paranóide causa pensamentos delirantes, mania de grandeza e alucinações auditivas; a desorganizada tem como característica o embotamento afetivo e comportamentos incoerentes; a indiferenciada manifesta se por delírios e alucinações e a residual que se diferencia pela presença de sintomas negativos (LISBOA; MUNDIM, 2005).

No Brasil os índices de internações mentais e comportamentais são significativos, sendo a esquizofrenia de grande relevância na qual apresentou 7.930 casos notificados de internação no período de 2009 (BRASIL, 2010).

De acordo estudo realizado sobre aspectos genéticos e fatores de risco da esquizofrenia, estima-se que o componente genético seja responsável por 70% a 80% da susceptibilidade para o desenvolvimento do transtorno esquizofrênico (FILHO; SAMAIA, 2000).

O artigo tem como objetivo mostrar a importância dos fatores genéticos no desenvolvimento da esquizofrenia, ampliar o conhecimento teórico sobre suas formas de manifestação e sintomatologia, como também compreender a terapêutica utilizada e os cuidados oferecidos ao esquizofrênico.

Consiste em uma revisão literária de pesquisa bibliográfica, qualitativa e descritiva com apresentação informatizada das referências. Os conteúdos abordados permitiram organizar informações precisas sobre o conceito da esquizofrenia e a teoria da genética. O presente estudo veio nos subsidiar sobre a importância que os transtornos esquizofrênicos possuem no cenário de saúde pública em nosso país. Sendo a genética de grande relevância no seu desenvolvimento, no entanto necessita se de maiores estudos e investigações para ratificar essa teoria. Por se tratar de uma patologia freqüente são de fundamental importância o conhecimento e adesão dos profissionais de saúde na assistência ao portador de esquizofrenia.



OBJETIVOS

Os objetivos deste artigo são:

Mostrar a importância dos fatores genéticos no desenvolvimento da esquizofrenia;

Ampliar o conhecimento teórico sobre suas formas de manifestação e sintomatologia;

Compreender a terapêutica utilizada e os cuidados oferecidos ao esquizofrênico.



METODOLOGIA


Consiste em uma revisão literária de pesquisa bibliográfica, qualitativa e descritiva com apresentação informatizada das referências. Os conteúdos abordados permitiram organizar informações precisas sobre o conceito da esquizofrenia e a teoria da genética. Para a localização dos artigos foram usadas as seguintes palavras-chaves: esquizofrenia, genética, enfermagem e saúde mental. A técnica utilizada foi à análise da bibliografia encontrada, que compreende a leitura, seleção, fichamento e os tópicos de interesse para a pesquisa em pauta.




DESENVOLVIMENTO


Os distúrbios esquizofrênicos são alterações severas no sistema nervoso caracterizadas por desequilíbrios emocionais, comportamentais, pensamentos e comunicações desordenadas por tempo indeterminado. Apresentando-se em quatro tipos: a desorganizada, que se manifesta por reações bizarras e constrangedoras como rir, fazer caretas, urinar e defecar em ambientes inadequados; a catatônica atinge a atividade motora; a paranóide incluem ilusões complexas na qual a pessoa acredita ser outra, a ultima é a esquizofrenia indiferenciada, caracterizada por vários sintomas como ilusões, alucinações e incoerência (MORRIS; MAISTO, 2004).

A esquizofrenia é um transtorno do pensamento que se caracteriza por uma desorganização de diversos processos mentais, sendo uma das desordens psiquiátricas mais desafiadoras e complexas que afligem a humanidade levando o indivíduo a apresentar vários sintomas (CONLEY; KELLY. 2001).

Dentre os distúrbios psicológicos a esquizofrenia é mais freqüente, atinge 1% da população, visto que geralmente acomete na adolescência ou no inicio da vida adulta (RANG et.al 2001).

A idade é de grande relevância para o prognóstico. Na faixa antes dos vinte anos existe uma maior dificuldade no prognóstico. O sexo também é fator importante no aparecimento da esquizofrenia, em homens o inicio tem uma faixa etária de quinze a vinte e cinco anos diferente nas mulheres que são de vinte e cinco à trinta e cinco anos. Este início precoce no sexo masculino se deve ao fato da existência de taxas altas de hormônios contínuos com ações neurolépticas nas mulheres que retardam o aparecimento de estresse, que se inicia quando as taxas deste hormônio começam a diminuir, diferente dos homens que não o possuem (GIANCON; GALERA, 2006).

Dessa forma desenvolvem-se sintomas psicóticos que perdem a noção da realidade como alucinação (ouvir vozes), delirante (pensamento de conspiração), agitação, pensamento idéias de grandeza e sintomas paranóides como também apatia, a falta de motivação, embotamento afetivo, fala empobrecida, anedonia, comportamento anti-social, transtorno de pensamento e comportamento bizarro (LISBOA; MUNDIM, 2005 p. 132).

A sintomatologia da esquizofrenia inicialmente se dá através de surtos psicóticos agudos que pode levar o portador a um estado crônico da doença. O inicio do quadro clinico esquizofrênico se manifesta no período da adolescência ou na fase de idade adulta. Esses sintomas caracterizam a fase aguada que inicia com diminuição de energia, iniciativa e interesses, humor depressivo, afastamento, conduta imprópria, descuido com o aspecto pessoal e higiene. Eles podem durar semanas ou meses segundo (ALMEIDA; DRATCU; LARANJEIRA. 1996 p.129).

Rang et. al (2007) afirmam que os sintomas clínicos agudos conhecidos como sintomas positivos são delírios, alucinações e distúrbios do pensamento podendo se evoluir para sintomas negativos, um quadro esquizofrênico crônico que consistem no afastamento dos contatos sociais e anulação das respostas emocionais.

Assim, constitui-se uma doença crônica, que necessita de acompanhamento por tempo indeterminado, com objetivo de identificar os aspectos evolutivos da doença e a prevenção de recaídas, pois quanto menos recaídas, menor será seu comprometimento (TAYLOR, 1992).

As causas da esquizofrenia ainda são desconhecidas, porem observa-se influencias biológicas que enfatiza alterações físicas no sistema nervoso, características hereditárias e fatores sociais com predisposição a estresse ou distúrbios familiares. De ordem biológica a genética é primordial no desenvolvimento da esquizofrenia na qual estabelece que quanto mais próximo o grau de parentesco como, por exemplo, gêmeos idênticos, maior a probabilidade de desenvolver o distúrbio, já os neurotransmissores causam um desequilíbrio na liberação de dopamina, ocasionando uma hiperatividade a nível cerebral, isso acontece devido altas doses de anfetaminas que produzem sintomas positivos à esquizofrenia, a teoria tem como base o tratamento no qual é realizado no bloqueio de dopamina no cérebro (HUFFMAN et. al. 2003).

Aqueles em mais alto risco são gêmeos idênticos de esquizofrênicos e os filhos de dois pais esquizofrênicos ? cerca de 50% deles irão apresentar esquizofrenia. Entretanto dois terços dos esquizofrênicos diagnosticados não têm historia familiar da doença (LISBOA; MUNDIM. 2005 p.131).

Nos últimos anos acredita-se que o componente etiológico da esquizofrenia é a genética. Isso justifica se por estudos realizados que indica a associação familiar como fator decorrente da teoria genética, na qual a aceitação em gêmeos monozigóticos é de (48%) expressivamente maior do que a achada em gêmeos dizigóticos (17%). São varias as estimativas das herdabilidades que variam de 60% a 70% sendo levados em conta os fatores ambientais. Porém, dessa forma o modo de herança ainda não é manifesto (FILHO; SAMAIA, 2000).

Existem vários genes que são susceptíveis e podem causar a esquizofrenia. Eles atuam de maneira aditiva, aumentando a suscetibilidade à doença. Em pessoas acometidas pela esquizofrenia isso pode ser atingido por meio das diversas combinações de fatores ambientais e genéticos. A queda abrupta na freqüência entre parentes de segundo e terceiro graus em relação aqueles de primeiro grau, os parentes de primeiro grau eles compartilham metade do material genético e enquanto os parentes do segundo grau compartilham o quarto e até o terceiro grau. Algumas pessoas vão ser susceptíveis a genética e irão desenvolver a doença. Um estudo feito pelos europeus no final do século XIX com famílias de pessoas esquizofrênicas confirmou a agregação familiar e um caráter hereditário no desenvolvimento da esquizofrenia (FILHO; SAMAIA, 2000).

No que diz Filho e Samaia (1996, p. 138):

Mas, apesar destas observações em favor do componente genético da esquizofrenia, ainda não é possível determinar o seu exato modo de transmissão, isto é,caracteriza-se a esquizofrenia é causada por um único gene (também chamada de transmissão monogênica ou mendeliana),por vários genes(ou poligênica),ou pela combinação de um único gene com uma contribuição importante para o desenvolvimento da esquizofrenia(gene?maior?).


Ainda existem questionamentos sobre as melhores formas de diagnosticar uma pessoa portadora de transtorno psíquico, dessa forma existem posições diferentes na qual uma diz que o diagnostico em psiquiatria não é valida, pois as pessoas são diferentes e cada qual tem sua particularidade dessa forma diz que e inclassificável e esta critica fundamenta-se no sentido de que muitas às vezes o diagnostico é utilizado de maneira incorreta por excesso de poder medico. Outra posição diz que o diagnostico em psiquiatria deve existir assim como em qualquer outra patologia, sendo este muito importante para a psiquiatria (DALGARROLADO, 2000).

No entanto, o diagnostico existe em se tratando de um paciente com transtorno de esquizofrenia na qual faz se necessário que o profissional realize uma serie de analise entorno de um conjunto de sintomas, assim a anamnese de um paciente esquizofrênico tem como objetivo atentar-se para o inicio da doença, os motivos que levaram o possível distúrbio, eventos significantes que pode esta correlacionado com o distúrbio, tenta-se buscar a percepção do paciente quanto a lucidez de suas experiências e atitudes em relação a pessoas e prováveis circunstancias (OLIVEIRA apud NETO, 2009).

Referente anamnese Dalgarrolado (2000, p.47) afirma que:

A avaliação do paciente em psicopatologia é feita principalmente por meio da entrevista, aqui a entrevista não pode ser vista como algo banal, um simples ao paciente sobre alguns itens de sua vida. A entrevista, juntamente com a observação cuidadosa do paciente é, de fato, o principal instrumento de conhecimento da psicopatologia, por intermédio de uma entrevista realizada com a arte e técnica o profissional poderá obter informações valiosas para o diagnostico clinico,para o conhecimento da dinâmica afetiva do paciente o que praticamente e mais importante- para uma melhor intervenção e planejamento terapêuticos

O diagnostico diferencial é valido quando os sintomas apresentados são confundíveis como no caso de um paciente com transtorno bipolar sendo diagnosticado esquizofrenia, ira tomar remédio que não condiz com a patologia submetendo ao risco de adquirir outras doenças entre, a discinesia tardia, considera ainda o constrangimento ao paciente (CAIXETA, 2005).

Segundo Figueira et al (2008, p.259) afirma que:
O diagnóstico da esquizofrenia inclui um minucioso exame psiquiátrico. A presença de pelo menos dois dos seguintes sintomas auxilia no estabelecimento do diagnóstico: delírios, alucinações, fala desorganizados, sintomas negativos, ou comportamento alterado. Devem estar presentes dois desses sintomas por um amplo período no decorrer de um mês, sendo persistentes durante seis meses. Utilizam-se exames como eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), que demonstram a estrutura cerebral e auxiliam no diagnóstico.


No momento da entrevista o profissional busca ver o paciente como um todo aplicando a visão holística, procurando saber o motivo do encaminhamento, por que o paciente compareceu ao consultório e quais as expectativas, neste momento o profissional começa correlacionar a coerência da história e os sintomas. A Busca pelas informações acerca da doença atual, mudanças nas relações interpessoais e instabilidades psicossociais, se casado investiga quanto a convivência com o conjugue e a vida sexual, é importante ainda saber quanto ao sono, peso, alimentação, ingestão de bebidas alcoólicas e habito de fumar, tomadas de decisão, responsabilidades e capacidade de estabelecer comunicação com pessoas (OLIVEIRA apud NETO, 2009).

Ressaltando que o diagnostico diferencial deve se atentar para os distúrbios orgânicos, visto que se um paciente já possui historia de sintomas positivos e déficits residuais a probabilidade de ser esquizofrenia, diferenciando ainda dos distúrbios afetivos maníaco depressivo, os distúrbios esquizoafetivos são bastante parecido com esquizofrenia porem com comprometimento do afeto e recuperação rápida e recorrente, os distúrbios paranóides são bastante parecido com a esquizofrenia mas apresenta delírios crônicos ,sistematizados e coerente ou seja o que leva a distinção entre ambos e manutenção da personalidade no distúrbio paranóide (ALMEIDA et. al. 1996).

Entre outros distúrbios que precisa ser diferenciado esta o distúrbio esquizofreniforme que geralmente apresenta os mesmo sintomas com acréscimo de confusão e perplexidade e os sintomas negativos não são evidentes, geralmente acompanhados de fator estressante e recuperação completa após o desaparecimento dos sintomas, já a psicose reativa breve possui os mesmo sintomas porem remissão rápida, os transtorno da personalidade também pode ser confundido com a esquizofrenia, pois há traços que lembram os sintomas porem não se completam como exemplo as idéias vagas porem não delirantes (ALMEIDA et. al. 1996).

Conforme Beck et.al (2005, p.146) são possíveis que:

Tanto o transtorno da personalidade esquizóide quando o da personalidade esquizotípica envolvem padrões típicos de experiências iniciais de intimidação, rejeição e abuso. Tais experiências levam a pessoa a acreditar que ela e diferente e que os outros são perigoso e não-confiavéis, e, às vezes ela pode decidir que os relacionamentos simplesmente não valem mais a pena.


Como a esquizofrenia pode esta ligada a fator hereditário de acordo com pesquisas, é importante conhecer antecedentes familiares, ainda que o convívio do paciente não seja com a família biológica tenta buscar registro sobre a mesma, bem como da família adotiva. Ainda na tentativa de se obter um diagnostico preciso é necessário certificar sobre antecedentes pessoais, doenças na infância, cirurgias e traumas, consultas com psiquiatra, comportamentos e mudanças de personalidades. (FARIA; CHICARELLI, 2008).

Com base no pressuposto a historia padrão do portador de esquizofrenia resume-se em buscar característica desde a infância, no entanto, indivíduos quando crianças eram aparentemente triste, isolada ou ate mesmo irritada, poucos amigos, dificuldade de concentração no período escolar, fatores estes que se agravam com a puberdade isolando cada vez mais do convívio social, fica no quarto olhando no espelho, lendo, ouvindo musica, não sente vontade de se enturmar ao contrario das vontades de um adolescente normal, o esquizofrênico não gosta de sair (CAIXETA, 2005).

De acordo Caixeta (2205, p.122) deve se seguir os seguintes critérios para estabelece o diagnostico:

Delírios: de controle ou modificação corporal, controle ou modificação do self, controle das atividades do eu; Alucinações: geralmente auditivas, geralmente com comentários pejorativos sobre o paciente; Dislogia; Comportamento desorganizado ou catatônico; Sintomas negativos: embotamento afetivo, apragmatismo, abulia, alogia; Devem ser excluídos: distúrbios afetivos, toxicomanias, doenças sistêmicas, autismo, doenças cerebrolesionais.

A base para o tratamento da esquizofrenia continua a ser de ordem farmacológica. É importante ressaltar que tais medicamentos tratam os sintomas e não possuem capacidade de cura. Existem, atualmente, mais de 20 substâncias antipsicóticas diferentes disponíveis para uso clínico. De forma geral, aquelas que foram originalmente desenvolvidas são chamadas de antipsicóticos clássicos ou típicos, em contraste com as mais recentes, chamadas de antipsicóticos atípicos (FILHO; SAMAIA, 2000).

Zanini e Cabral (2001, p.165) relatam que:

Embora o uso de psicofármacos seja indispensável ao controle dos sintomas psicóticos da esquizofrenia, sabe-se que a utilização de estratégias que combinam medicação e tratamento psicossocial aumenta a possibilidade de recuperação e podem melhorar os resultados. Várias são as possibilidades de intervenções psicossociais, dentre elas destacam-se as psicoterapias cujos objetivos podem ser alcançados através de intervenções grupais, individuais e/ou com familiares Dependendo dos seus objetivos e do contexto em quem se insere, a atividade grupal pode promover educação, suporte, desenvolvimento emocional e treinamento das atividades sociais e vocacionais.

A intervenção adequada envolve o tratamento farmacológico, psicossocial e a inclusão da família. Deve-se fazer um diagnóstico diferenciado de cada paciente, respeitando sua individualidade (GIACON; GALERA, 2005).

Segundo Ballone (2005, p.01) esclarece que:

Os antipsicóticos ou neurolépticos se caracterizam por sua ação psicotrópica, com efeitos sedativos e psicomotores. Por isso, além de se constituírem como os fármacos preferencialmente usados no tratamento sintomático das psicoses, principalmente a esquizofrenia, também são utilizados como anestésicos e em outros distúrbios psíquicos. Os antipsicóticos são medicamentos inibidores das funções psicomotoras (excitação e agitação).

A internação psiquiátrica deve ser evitada, dando-se preferência para tratamento intensivo na comunidade, durante a fase aguda, e seguimento nos dois anos seguintes com o objetivo de se prevenirem recaídas e contribuir na adaptação do doente e sua família nesse período considerado crítico (RUIZ et.al. 2004).

O trabalho em grupo também facilita o processo educativo, que tem a finalidade de transmitir informações para a população, objetivando a conscientização a respeito dos agravos à saúde. No entanto, isto só irá acontecer se a pessoa que receber a informação ver isto como importante para si (DURAO; SOUZA, 2006).

A avaliação das necessidades específicas e os cuidados aplicados de acordo com a individualidade de cada família devem conter uma reorganização dos sintomas dos pacientes e uma prevenção para futuros episódios, melhorando a qualidade de vida do grupo familiar, evitando a deterioração definitiva que levaria à incapacidade mental do paciente (GIACON; GALERA, 2005)

A equipe de médicos, enfermeiro, psicólogo entre outros profissionais tem por objetivo proporcionar ao paciente a reintegração na sociedade permitindo assim juntamente ao apoio familiar o convívio social, visando uma melhor qualidade de vida. O método da assistência consiste em visitas domiciliares, coordenação de grupos, oficinas e outros; voltado para o enfoque familiar, atentam-se para os efeitos adversos e colaterais das medicações, de modo geral acompanha a evolução do paciente, encorajando sempre que necessário (FARIA; CHICARELLI, 2008).

Dalgalarrondo (2000, p.52) afirma que:

A primeira impressão que o paciente produz no entrevistador é, na verdade o produto de uma mescla de muitos fatores, como experiência clinica do profissional, a transferência que o paciente estabelece com ele, aspectos contra transferências do entrevistador também valores pessoais e preconceitos inevitáveis que o profissional querendo ou não, carrega com sigo.

O estado psiquicossocial deve ser avaliado de acordo com a cultura do paciente, traçar planos com o intuito de melhorar as condições de saúde e proporcionar bem esta ao paciente e sua família, orientar o paciente e a família dos sintomas do transtorno, dos efeitos medicamentoso e a importância da aderência ao tratamento. Encorajar a família a apoiar o convívio do paciente na sociedade. Ao se aproximar do paciente o profissional deve apresentar calmo, e expressar de forma segura e satisfeita, caso o paciente sinta se deprimido permaneça ao seu lado ate que o mesmo sinta seguro, salientando que a empatia, interesse pelo paciente e a sinceridade é primordial para uma boa relação entre o profissional e o paciente, dessa forma adquirindo dados fieis a cerca da doença (VILLARES, 2000).


RESULTADOS E DISCUSSÕES


Com base nas pesquisas bibliográficas foi consenso entre os autores caracterizar esquizofrenia como sento um transtorno psiquiátrico onde ocorre episódios graves e incapacitantes, na qual pode se manifestar afastamento da realidade, pensamento ilógico, delírios e alucinações e demais alterações em nível de sistema nervoso que interfere nas condutas emocionais, comportamentais e intelectuais.

No que concernem às causas da esquizofrenia os autores citados neste artigo diz que ainda não há pesquisa definitiva que comprove a relação do fator genético com a esquizofrenia, mas que os estudos estão avançados acerca deste sofrimento psíquico para fins de comprovação, sendo assim considera ainda este distúrbios como sendo causas desconhecidas, porem observa-se influencias biológicas que enfatiza alterações físicas no sistema nervoso e fatores sociais com predisposição a estresse ou distúrbios familiares. No entanto a genética continua sendo alvo de investigação relevante para o desenvolvimento da esquizofrenia por se ter estudos científicos na qual comprovam a predisposição genética entre gêmios e parentes.

Todos os autores relatam à importância da equipe multiprofissional (médicos, enfermeiro, psicólogo entre outros profissionais) no processo de reintegração do paciente na sociedade bem como, a educação dos familiares, permitindo assim o convívio social, visando uma melhor qualidade de vida aos usuários.

Contudo, ainda é necessário um maior enfoque no processo de cuidar destes pacientes, visto que o preconceito tanto da sociedade quanto dos familiares ou ate mesmos dos profissionais de saúde ainda é um aspecto bastante dificultado, dessa forma vê se necessário à realização de palestras educativas e evento, de forma a promover a interação dos pacientes com a sociedade e conseqüentemente redução ou cessação do medo/preconceito.


CONCLUSÃO


Com base nas informações abordadas na presente pesquisa por meio de literaturas e artigos científicos se percebe que a esquizofrenia é uma doença mental grave incapacitante que acomete consideravelmente a sociedade independente de cultura ou classe social, na qual compromete a inserção do portador no convívio social ocasionando sofrimento e mudanças na vida tanto do esquizofrênico como da família.

Os aspectos etiológicos ainda são sombrios, pois o desenvolvimento da esquizofrenia é proveniente de diversos fatores. Entretanto a teoria genética vem se destacando com grande relevância, estudos realizados comprovam que cerca de 50% dos casos são derivados de gêmeos idênticos o que nos leva a considerar que somente dois terços não possuem história familiar da doença.

O prognóstico da esquizofrenia é proeminente aos quadros clínicos manifestados, o que torna difícil o diagnóstico por englobar sintomatologia diferenciada quanto às classificações esquizofrênicas, exigindo dos profissionais qualificações e capacitação, buscando aprimorar seus conhecimentos considerando a singularidade de cada portador proporcionado tratamento e cuidados adequados.

O presente estudo veio nos subsidiar sobre a importância que os transtornos esquizofrênicos possuem no cenário de saúde pública em nosso país. Sendo a genética de grande relevância no seu desenvolvimento, no entanto necessita se de maiores estudos e investigações para ratificar essa teoria. Por se tratar de uma patologia freqüente são de fundamental importância o conhecimento e adesão dos profissionais de saúde na assistência ao portador de esquizofrenia.



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Autor: Maryelli Carlyne


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