INDÚSTRIA NADA CULTURAL



Enquanto muitos assumem uma perspectiva mais progressiva e positiva em relação a indústria cultural, posiciono-me de uma forma mais crítica quanto a formulação do conceito de indústria cultural.
A indústria cultural forma um sistema poderoso de gerar lucros e que exercem algum tipo de manipulação e controle social. É perceptível que a indústria cultural massifica e banaliza a expressão artística e intelectual, isso acontece porque é um produto da sociedade capitalista, no qual vem a impedir a formação de indivíduos autônomos e independentes, homogeneizando as práticas e os costumes. Muitos acreditam que essa padronização ocorre porque os consumidores possuem necessidades iguais e dessa forma não precisam de produtos diferenciados. Contudo, essa afirmação se contradiz, pois sabemos que essa cultura dos meios de comunicação de massa inibi o pensamento crítico, sendo convertido em um entretenimento para todos. Um exemplo disso é a televisão que é um dos mais persuasivos meios de comunicação da atualidade que não favorece a uma análise crítica. Os programas de Reality Show como o BBB, é um exemplo desse processo, que se resume na venda dos produtos e marcas patrocinadas, além de chamar a atenção do público nas brigas entre casais, diálogos nada construtivos, fama e dinheiro.
Na verdade o que se vê é uma inversão da realidade, tudo isso por causa da espetacularização da cultura, tornando a sociedade alienada de si mesma. Sinto que esse processo atrofiou a capacidade do indivíduo de pensar e de agir de uma maneira crítica, transformou-se em um grande negócio, que por sinal não é democrático, embora se disfarce como tal. Quantos podem ter acesso a livros, revistas, jornais; no máximo podem vir a comprar é um Aqui PE por apenas 0,25 centavos, ao invés do Diário de Pernambuco, ou até mesmo assistir programas nada instrutivos, de assassinatos e violências nas cidades metropolitanas de Pernambuco, no horário do almoço. Torno a dizer que se fosse democrático todos teriam acesso aos mesmos bens culturais, mas o que se vê é o aumento da marginalização e da exclusão social. Diante dos argumentos, percebe-se que indústria cultural tem um significado contrário a cultura, e que não pode ser vista como similar pelo fato de tornar o público passivo e desinformado.
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