FRONTEIRAS E SUAS MOBILIDADES NA MODERNIDADE



Zuleide Regis da Costa

INTRODUÇÃO: A Geografia ao longo de sua história construiu expectativas aos objetos de interpretação da espacialidade dos fenômenos que se apresentam, através da superfície terrestre.Neste sentindo ao longo do seu processo de desenvolvimento evidenciam-se diferentes formas de perceber, pensar e refletir os fenômenos sócio-espaciais, geradoras de linhas metodológicas, na qual fundamentaram o processo de construção do conhecimento geográfico. A Geografia como ciência pautou-se algumas vezes, pela tentativa de definir um objeto de análise específico e na delimitação de fronteiras em relação a outras ciências, outras vezes pela definição e de um método de pesquisa ou pelas transformações metodológicas. A influência da Geografia Política (1897) de Friedrich Ratzel, dando origem a Geografia Humana, captando na noção de "espaço vital", e a metáfora do estado como "organismo vivo", os movimentos de expansão territorial do sistema capitalista no século XIX. Iniciamos nossa discussão com um breve em comentário em torno da sistematização da Geografia, afim de, chegar ao ponto de nosso interesse, que são as fronteiras e suas mobilidades.

OBJETIVOS: Propor uma análise, através de revisão bibliográfica, sobre o estabelecimento das fronteiras e suas mobilidades, buscando apontar as características da modernidade;Compreender a relação das fronteiras com os movimentos sociais e politicos;Esclarecer em uma visão humanista, a criação do território, suas demarcações. limites, a conceituação e elaboração de fronteiras na qual são passíveis de contínua mobilidade.

METODOLOGIA: Pela complexidade do assunto, a melhor metodologia seria através da revisão bibliográfica, na qual aborda assuntos pertinentes ao tema, onde reuni idéias para o desenvolvimento das reflexões relacionadas ao propósito. Através de livros, artigos e sites, onde foram listados os principais paradigmas e correntes das fronteiras e suas mobilidades. Os conceitos e definições foram interligados, e quando necessários destacava-se as contradições dos mesmos.

JUSTIFICATIVA: O território não é apenas o resultado da superposição de um conjunto de sistemas naturais e um conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homem. O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. (SANTOS, M., 2000, p. 96)O território é entendido de formas diferentes, da mesma forma que fronteira guarda uma ambigüidade: levando a pensar em formas objetivas de delimitação e controle do espaço a partir dos mais variados critérios (políticos, administrativos, culturais, econômicos, etc) esconde um caráter extremamente subjetivo, uma vez que sua rigidez ou mesmo flexibilidade depende da ação política dos diversos agentes sociais que a delimitaram e a reconhecem como tal em determinadas circunstâncias históricas. A fronteira, em se analisando ao longo da história, pretendeu desenhar uma imagem de pedra e precisão: os muros são o seu símbolo, com toda a sua concretude. Entretanto, apesar da imagem de intransponibilidade, os muros são apenas camuflagem, pois o espaço vivido é mais amplo e complexo do que os limites e fronteiras possam determinar. (HISSA, 2006, p.40).Porém diferentes formas de mobilidades, em diferentes escalas espaciais, nos levam a eliminar fronteiras, quando a busca por maior acesso, sendo ele, na sociedade territorial ou na sociedade de rede.Lemos (2008, p.98) nos mostra de uma forma bem simples três tipos de mobilidades, que facilitam a compreensão e suas relações entre si: a mobilidade virtual/informacional, a mobilidade física/espacial, que sãos os transportes, a locomoção e a mobilidade cognitiva/imaginária, que sãos os pensamentos, religião e sonhos.Assim, a mobilidade é socialmente construída, intersubjetivamente repartida, individualmente vivida, a partir do relato que se faz entre interlocutores antes, durante e depois da experiência.
Autor: Zuleide Regis Da Costa


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