UM SONHO REAL



UM SONHO REAL

"Vida dura é vida de fazenda. É uma rotina constante. De casa para o trabalho, do trabalho para casa - as vacas no pasto, os porcos no chiqueiro, as galinhas no terreiro e a roça e a caieira e a lenha e... se for enumerar todos os serviços passaria um dia inteiro.

Naquela noite cheguei em casa extremamente cansado. Tomei um bom banho e caí na cama. Dormi como um porco, aliás como uma pessoa cansada. Mas que maravilha! Acordei numa grande festa em uma vila. Era festa de São Sebastião. Quanta coisa bela havia ali! Barraquinhas de comes e bebes, correio elegante, salão de dança e uma animação geral.

Tranqüilamente eu ando pra lá e pra cá sem pensar em nada. Estava muito elegante. De repente alguma coisa estranha aconteceu: alguém me tapa a vista e pergunta quem estava ali. Falo vários nomes, mas não consigo acertar. A moça se vira e qual não foi o espanto: nem eu conheço a moça, nem ela me conhece.

- Me desculpe, moço. Eu me enganei. Pensei que fosse um amigo meu, mas não é. Perdoe-me, moço!

- Não tem de que, senhorita. Isto acontece, não foi nada demais. Mas foi uma surpresa muito boa para mim.Como é o seu nome?

- Eu me chamo Anita. Sou moradora daqui da vila. O senhor também mora aqui perto?

Expliquei a ela que morava ali perto, mas era a primeira vez que ia àquela festa e estava gostando muito. Conversei com ela, perguntei da família, do emprego, de namorado... sim de namorado. Ela não tinha nenhum. Ela foi para um lado e eu para outro. Andei um bom tempo. Bem mais tarde fui ao salão de dança. Lá estava a Anita. Comecei a dançar com ela e me dei muito bem. Conversa vai, conversa vem, pés que vão, pés que voltam, corpo que vai, corpos que se agarram. Começamos a sentir alguma coisa diferente. Devagarinho fomos nos afastando e saímos do salão. Encontramos um escurinho ali perto e aí rolou. Foram beijos e abraços e mais abraços e... uma tremenda dor de barriga avançou em mim. Aquilo me atacava sem trégua. Quando não agüentava mais, pedi licença a ela e corri pro banheiro, mas não deu tempo e... acordei.

Fui ao banheiro e fiz o que tinha de fazer e voltei para a cama, pensando muito naquele belo sonho. Que maravilha!

Acordei cedo no outro dia e a rotina de sempre recomeçou. Fazenda é sempre a mesma coisa. Quase não muda nada nunca. Mas é um lugar bom para se viver. Os corre corres são diferentes dos da cidade.
Já esquecido daquele sonho, fui um dia convidado para uma festa numa cidadezinha ali perto. Aceitei o convite prazeirosamente. No dia aprazado lá compareci. Era ma festa de São Sebastião. Tinha muita gente e a festa estava muito animada. Andando pra lá e pra cá, alguém me tapou as vistas e perguntou quem ela era. Como não consegui descobrir quem era, ela se virou e daí para a frente a história do sonho se repetiu. Belisquei-me várias vezes para ver se era eu mesmo ou era o meu espírito de novo que pregava outra peça. Era eu mesmo em carne e osso. Só restava saber o nome da moça para ver se não era outro sonho. Sim, era Anita. Incrível como um sonho se tornava realidade de um dia para o outro. E desta vez a realidade foi bem melhor que o sonho. Comecei o namoro com Anita. Casamo-nos. Hoje ela vive aqui comigo me ajudando na labuta do dia a dia. Temos dois filhos belíssimos e somos muito felizes. Foi o sonho que se tornou realidade.

Autor: Henrique Araújo


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