A Saudade Da Poeta



Amei-te mais que pudera

E, na ânsia de ser feliz,

Errei – insensata aprendiz!

Atrás voltar, quem dera.

 

Perceber, não podia,

Do destino, artimanha,

A dor, da chaga, tamanha,

Que no peito se abria.

 

Nos teus braços fortes, a pensar,

Pensamento enfeitava a manhã,

Tecia planos para o amanhã,

Declinava o verbo amar.

 

Na rede, embalava a esperança:

- Quem dera, o canto que encanta

Alma, sôfrega, que canta,

Pudesse alimentar o sonho de criança.

 

Não mais seu sorriso terno,

Acalenta minhas manhãs

Lembranças, agora, vãs

Ao menos, aquecem meu inverno.

 

Mas, muito embora a saudade,

Venha machucar corpo moído

Ainda assim, vale mais este peito doido

Do que jamais ter vivido a felicidade.

 

Autor: Inajá Martins de Almeida


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