INTERVENÇÃO NEUROPEDAGÓGICA ATRAVÉS DA SHANTALA COMO FORMA DE ESTIMULAR O CÉREBRO EMOCIONAL DO AUTISTA



INSTITUTO SABER

ELIANE ALVES DA SILVA SANTOS

UBERLÂNDIA
2010
ELIANE ALVES DA SILVA SANTOS

INTERVENÇÃO NEUROPEDAGÓGICA ATRAVÉS DA SHANTALA
COMO FORMA DE ESTIMULAR
O CÉREBRO EMOCIONAL DO AUTISTA

Monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia de Palmas-Instituto ? Instituto Saber, para aprovação no Curso de Pós-Graduação em NEUROPEDAGOGIA E PSICANALISE sob a orientação da Prof ª Kelley Marques.

UBERLÂNDIA
2010

AGRADECIMENTOS

Ao meu Pai Celestial, amigo sempre presente, sem o qual nada teria feito.
À minha Família, que sempre incentivaram meus sonhos e estiveram sempre ao meu lado.
Aos meus colegas de classe e demais formandos pela amizade e companheirismo que recebi.
A Prof.ª Kelley , que me acompanhou, transmitindo-me tranqüilidade.

"Cada caminho é apenas um entre um milhão de caminhos. Portanto, você deve ter em mente que um caminho não passa de um caminho. Faça uma pergunta a você, e só a você.
É a seguinte: esse caminho tem coração? Todos os caminhos são os mesmos. Não levam a lugar algum. (...) A única pergunta é se esse caminho tem coração. Se tiver, o caminho é bom, se não, não tem utilidade.".
(Castañeda)

RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar uma das formas de intervenção neuropedagógica com crianças autistas através da Shantala, na busca do desenvolvimento sócio-afetivo destas crianças. A neuropedagogia é a ciência que estuda como interferir na estrutura neurológica, cognitiva, emocional e sócio-interativa do individuo.
Este trabalho propõe através de estudos realizados sobre o funcionamento do cérebro autístico, uma melhoria nas relações sócio-afetivas do autista através da Shantala, que é uma técnica milenar indiana feita pelas mães em seus bebes, que tem como objetivo principal uma melhor interação entre ambos, fortalecendo o vinculo afetivo. Propondo esta técnica como estimulo aos neurônios, promovendo, como toda massagem, a formação de neurotransmissores, que levem comando às várias partes do cérebro, favorecendo assim através do toque, na Shantala, que a criança com autismo, desenvolva a tolerância às caricias e afetos, assim como também se favoreça de todos os benefícios que a massagem oferece.
O autismo é um transtorno do neuro desenvolvimento. O mesmo possui diversidades clinicas que variam em nível de gravidade (leves e graves) e são determinados de transtornos do espectro do autismo. O aspecto mais comum desse espectro é o déficit de integração social, que se associa aos déficits de comunicação tanto verbal como não verbal, comportamentos estereotipados, repetitivos e limitações das atividades e zonas de interesses. Em um cérebro com funções normatizadas, as células nervosas transmitem mensagens importantes que controlam essas funções, desde o comportamento social até os movimentos propriamente ditos.
Estudos feitos com imagens comprovam que a criança autista tem mais fibras nervosas que o normal e que não funcionam de maneira esperada para levar a comunicação às várias partes do cérebro. Cientistas ainda descobriram irregularidades na estrutura cerebral do autista em especial na amígdala que afeta o comportamento social e emocional, assim como também no corpo caloso, que facilita a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro e no cerebelo, que esta envolvido com as atividades motoras, o equilíbrio e a coordenação.

PALAVRAS-CHAVE: intervenção neuropedagógica, cognição, cérebro autista, interação sócio-afetiva, Shantala.

INTRODUÇÃO

A neuropedagogia é a ciência que estuda como interferir na estrutura neurológica, cognitiva, emocional e sócio-interativa do individuo. Este trabalho visa apresentar uma das formas de intervenção neuropedagógica com crianças autistas através da Shantala, na busca do desenvolvimento sócio-afetivo das mesmas.
O autismo é por si só, fascinante em seu contexto, pode parecer irônico, mas não é. Trabalhar com crianças autistas é algo fascinante, por requerer do profissional algo mais que dedicação, a palavra certa seria persuasão, sim, persuasão, que significa nunca desistir, insistir teimosamente, se alegrar e se entristecer constantemente, buscar soluções onde menos se pensa e espera e talvez nunca encontrá-las. O autista é o ser que caiu de pára-quedas, em um mundo estranho e desconhecido, parece não querer estar aqui entre nós, parece querer estar em outro momento e espaço. Pessoas são estranhas e indesejáveis na maioria das vezes, espaços diferentes são um terror que não tem fim. Mudanças de hábitos e atitudes é um transtorno infindável.
O Autismo Infantil foi definido por Kanner (Kanner L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child. 1943), sendo inicialmente denominado Distúrbio Autístico do Contato Afetivo, como uma condição com características comportamentais bastante específicas, tais como: perturbações das relações afetivas com o meio, solidão autística extrema, inabilidade no uso da linguagem para comunicação, presença de boas potencialidades cognitivas, aspecto físico aparentemente, normal, comportamentos ritualísticos, início precoce e incidência predominante no sexo masculino.
A característica mais importante da criança com autismo é sua falta de relacionamentos sociais. Permanece isolada, não conforta seus pais e muitas vezes não admite ser confortada por estes, estranhos parecem ser conhecidos para eles, não é cooperativa e parece não se importar com sentimentos e interesses das pessoas. Age como se fosse surda e às vezes é agressiva e destrutiva. Apresenta atraso ou ausência total de na aquisição da linguagem. Quando fala, não inicia e nem mantêm uma conversação, ou seja, não usa a fala para a comunicação.
Algumas crianças e adultos com autismo, quando percebidos com inspiração, apreciação e entusiasmo, têm se desenvolvido muito além do esperado. Sentir-se inspirado por uma pessoa com autismo é o primeiro de muitos passos que serão dados no processo de intervenção para ajudá-lo e motivá-lo a aprender a interagir socialmente.
Uma intervenção de grande resultado é a massagem infantil, denominada Shantala. A Shantala é uma técnica milenar indiana que tem como objetivo maior ampliar os momentos de contato entre mãe e filho e fortalecer o vínculo afetivo entre ambos. Mas no decorrer de meu trabalho com crianças autistas, essa técnica passou a fazer parte do processo de intervenção, no objetivo de ajudar estas crianças a aceitarem o toque e relaxarem de suas tensões constantes. Este processo de intervenção teve muito sucesso e citarei um dos casos ao final deste artigo.
Estudando o cérebro emocional e suas interações, assim também como os neurônios e os neurotransmissores, perce-se que o trabalho com a Shantala, possui fundamentos neurocientificos que podem ser comprovados e apreciados pela estimulação neuropedagógica.
Autor: Eliane Santos


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