Inconstitucionalidade do exame da ordem



INCONSTITUCIONALIDADE DO EXAME DA ORDEM.


Todo mundo, leigo ou profissional da área jurídica, já ouviram falar do temido exame da ORDEM dos ADVOGADOS DO BRASIL.
Por uma bagatela de quase meio salário mínimo, o formando do curso de Direito está apto a fazer um exame de duas fases, sendo a primeira uma prova de 100 questões, muitas vezes mais difícil do que prova de concurso para magistratura e a segunda fase uma prova dissertativa com questões de meia página .
O que causa maior estranheza é o fato de que, se você faz cinco anos de faculdade e não passa no referido exame, não pode exercer a sua profissão. Seria cômico se não fosse trágico.
Um pai de família que com muito sacrifício se gradua numa faculdade, simplesmente não poderá colher os frutos do seu trabalho na profissão escolhida, porque não passou numa prova cujos fatores que incidem numa situação peculiar, como a de ser testado, são os mais diversos possíveis.
Quem nunca tirou uma nota ótima, numa prova onde a maioria das respostas se deu através do "chute", ou, quem nunca foi mal numa prova que sabia a matéria, mas na hora "H" deu o famoso "branco".
Ora, como se pode mensurar a capacidade de exercer uma profissão com uma única prova? Não seria mais justo, o MERCADO selecionar o bom profissional?
É uma prova dificílima, diga-se de passagem. Uma prova caríssima, que no mínimo deveria ser gratuita, já que é obrigatória.
O mais absurdo é que mesmo passando na mal fadada prova, o bacharel terá que provar ser um bom profissional, pois a aprovação não garante salário nem clientes.
Um verdadeiro paradoxo.
Um absurdo que calou aqueles que deveriam pensar, aqueles que deveriam lutar, é a maior inconstitucionalidade que já tivemos notícia.
Vamos agora imaginar qual seria o motivo dessa obrigatoriedade? Motivo econômico certamente.
A OAB levanta uma fábula com o Exame da ordem, são três por ano, a duzentos reais cada inscrição, muito mais caro que concurso pra qualquer cargo público.
E a pergunta que não quer calar é: porque o médico não precisa fazer nenhum exame antes de abrir a barriga de um ser humano?
A residência médica, nada mais é do que um estágio, o que certamente todas profissões exigem.
Porque um engenheiro não precisa ser avaliado antes de fazer um prédio ruir em nossas cabeças?
Porque um professor pode dar aula falando "parteleira ou praca", ao invés de prateleira ou placa?
Porque um economista não se submete a nenhuma prova, posterior a conclusão do curso, antes de nos deixar pobres quando o contratamos para nos ajudar com investimentos na bolsa?
Por outro lado, aqueles que passam na famigerada prova, gozam de um status elevado, como se fossem os melhores advogados do mundo, superiores, o que também não é fato, haja vista as petições ridículas que alguns advogados inscritos na OAB produzem, para vergonha da profissão.
Ocorre também o contrário, muitos bacharéis, que por algum motivo não foram aprovados , as vezes acabam a vida frustrados, fazendo peças jurídicas excelentes, para advogados que os contratam para fazer aquilo que a tal prova disse que não seriam capazes de fazer, e a um preço muito aquém do que seria devido.

Autor: Janaina Mendes Ferreira


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