A Leitura no Contexto Social



Maria leonildes Monteiro Dutra**

RESUMO

Aborda a importância da leitura, como ação para despertar da visão dos indivíduos, de como a leitura é criadora de cenários propicio para conhecimento de outra realidade, que não a do próprio dia-a-dia. Destaca o fazer bibliotecário em detrimento as desordens sociais, como um profissional de vital importância na luta contra o analfabetismo. Demonstra-se a relevância das estratégicas idealizadas por estes profissionais em conjunto com outros profissionais da educação, em relação a fortalecer a prática da leitura. Foca-se a biblioteca além da escola como nicho privilegiado para o desenvolvimento da citada prática.

Palavras-chaves: leitura, Formação de leitores, analfabetismo, fazer bibliotecário.

1 INTRODUÇÃO

A trajetória histórica aponta diversas relações entre o homem e a informação, nesse momento, os profissionais da informação e educadores como bibliotecários e pedagogos são de essencial proeminência na circulação da informação e para o desenvolvimento da tão almejada inclusão social, Isto é, a participação de todos no processo informacional e educacional independentemente de classe social, raça, idade ou credo.

Por outro lado educar uma sociedade de informação significa muito mais que disseminação igualitária, trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que permitam ter uma atuação de bens e serviços. Investir no despertar do individuo para o mundo das idéias e descobertas, transformando-o no sujeito da ação, conseguindo proporcionar varias oportunidades de efetivar o conhecimento através de canais de disseminação do saber

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*Artigo apresentado à Disciplina Formação de Leitores do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão

**Aluna do 6º período do Curso de Biblioteconomia

Neste aspecto é imprescindível que haja um entrosamento de formas relevante entre escolas e bibliotecas, Isto é, que seja condição sine qua non uma escola funcionar com apoio de uma biblioteca em suas instalações

[...] o acesso a informação e a leitura é condição básica para a participação ativa na sociedade, além de se construir em condição fundamental para o desenvolvimento de práticas sociais, culturais e práticas que determinam a nossa existência no mundo e as nossas atuações profissionais. (CASTRO,2007)

Ler é transcender, é possibilitar ir além do nosso por vezes cruel mundo imediato, é um exercício absolutamente fascinante remontar em quantas dimensões, de quantos momentos, de quantas formas a leitura marcou a vida de cada um, a vida em cada idade, de

2 POSSILIDADE DE MOTIVAÇÃO PRARA LEITURA

A natureza inquieta e inquisitiva do homem, talvez, se constitua na forma mais vigorosa de indagar sobre sua própria trajetória no mundo, marcada por mistérios, desafios, grandezas, mas, sobretudo para uma grande parcela da população, por misérias dores e humilhações, advindas das desigualdades sociais que enfraquecem e fragilizam sua identidade. Perder essa capacidade de se indignar contra a desordem é perder o que o homem tem de mais precioso: o direito de ler a si, o outro e o seu entorno. Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.

Todo ponto de vista e a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.

A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.

Adentramos ao século XXl sem duvida, com grandes conquista, o nosso século avança com novas tecnologias em quase todos os campos do conhecimento, mas continua lento, moroso, desinteressado. Nesse cenário contraditório, o debate sobre a formação de uma sociedade leitora se reacende mobilizando pesquisadores, bibliotecários, professores e diversos grupos políticos e sociais que, direta ou indiretamente estão enleados com a formulação de políticas, ou com práticas culturais e formações de leitores, por outro lado, corre-se o risco de se ficar paralisado nessa queixa, perdendo a oportunidade de se aprofundar nas razões históricas pelas quais fomos de certa forma cúmplices, esse é o desafio e simultaneamente, o acerto de contas com a nossa própria trajetória como individuo e cidadão.

A pretensão não é cumprir todo ajustamento necessário para resolver qualquer dos lamentáveis problemas da nossa cultura como: analfabetismo, deficiência de professores ou tomar o lugar das escolas que atualmente estão sem a educação libertadora, mas disseminar em todos o hábito de ler, porém de maneira bem orientada, que fatalmente criará uma população urbana mais esclarecida, mais capaz, menos indiferente às questões sociais que nos atingem diariamente. Será talvez um tímido passo pra o sucesso e relevância do hábito de freqüentar uma biblioteca.

SILVA (1987, P. 45) "Ler é em ultima instância, não só uma ponte para tomada de consciência, mais também um modo de existir no qual o individuo compreende e interpreta a expressão registrada pela escrita e passa a compreender-se no mundo."

4 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

A informação passou de posse de poucos para um bem desejável por muitos, tornando-se condição fundamental para o seu próprio desenvolvimento. Hoje, pode-se afirmar que a posse da informação pelo individuo pode definir sua colocação na escala social. A biblioteca para muitos não passam de um passatempo, porém, é indispensável que o conceito desta seja entendido como; destinada para estudo, leitura e pesquisa, para mudança desta realidade, precisamos entender a biblioteca como um seguimento da escola e os alunos, e o visitante seja um leitor entre livros como um trabalhador entre suas ferramentas.

Nesse processo de construção de sentido, o leitor imprime um ritmo e uma forma a sua leitura em função de sua competência lingüística, seu conhecimento prévio de mundo e de outros textos. Tal capacidade cultural lhe permite fazer previsões e levantar hipóteses sobre o texto, ativando sua estrutura cognitiva e sua imaginação para confirmar ou refutar as inferências que foram sendo processadas ao longo da leitura. Assim, as previsões e as hipóteses são recursos presentes na relação dialógica entre texto e leitor. Isso requer uma concepção da linguagem e de leitura que considere o conhecimento trazido pelo texto e o conhecimento do leitor como duas instancias que interagem e se complementam, para que a leitura se constitua em um processo de produção de sentidos que só se revela no movimento de idas e vindas entre texto e leitor. Para tanto, cabe ao profissional da informação e educação construir estratégias de leitura que permitam ao leitor controlar seu próprio processo de definição de objetivos, o planejamento de ações e a avaliação de seus resultados, garantindo ao leitor outras possibilidades que facilitam o ato de ler.

5 A FUNÇÃO SOCIAL DA LEITURA

Trabalhar nessa perspectiva da inclusão é abarcar todas as contradições contidas na diferentes expressões culturais de um povo. Esse é o palco da contemporaneidade: de um lado, a cultura eletrônica, com a entrada de novos suportes, a expansão de novos gêneros textuais e as novas formas de comunicação; e de outro a cultura do livro, sobrevivendo e se sustentando, porquanto o livro, sobretudo, as grandes narrativas, se oferece ao leitor como fonte de histórias fascinantes e desafiadora. Leitura hoje não é a mesma de séculos passados. As razões para ler se ampliam e os gêneros textuais e os suportes de leitura se multiplicam e se diversificam produzir um texto, desenvolver o gosto pela leitura, entreter-se, transitar por outros tempos e lugares reais ou imaginários, escapar à realidade, ou por prazer estético, dentre tantas razões que mobilizam o leitor, conforme seus múltiplos desejos e as diferentes situações de comunicação impostas por dado contexto sócio-histórico-cultural. Esses eventos exigem uma especial atenção dos profissionais da informação e educação.

O domínio da leitura unificada a livros que estimulam a criticidade dos indivíduos é utensílio norteador para que este detecte aspectos da ideologia dominante usados para dominar, alienar, massificar e obrigar a sociedade a persistir no desconhecimento da realidade transformadora.

A importância da biblioteca nesse aspecto é imprescindível, pois torna acessível um material que é caro (muita das vezes privilegiado por uma minoria classista), e de fundamental empragabilidade para a sobrevivência e atualização dos homens nessa sociedade capitalista e excludente. Dessa forma a pratica da leitura orientada por profissionais capacitados tornará os indivíduos mais críticos e atuantes nas lutas sociais, em busca da igualdade e equidade social.

A idéia é que a biblioteca tenha outra finalidade que não simplesmente o de um depósito de onde se retiram livros que depois são devolvidos. O ideal é formar espaços de compartilhamento, de conhecimento, despertando nos leitores o estimulo pela pesquisa e pela descoberta.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo da nossa existência percebemos a preocupação do homem em relação a decodificar o conhecimento e conseqüentemente criar ambientes mais produtivos e equilibrados para o desenvolvimento desta tarefa, que denominamos leitura.

Cabe aos profissionais da informação e educação desenvolverem estratégias para desenvolução cognitiva de seus leitores. A motivação é algo que deve ser diuturnamente trabalhada pelos citados profissionais. Utilizar a leitura no processo de construção de ensino-aprendizagem é além de preservar a memória e a cultural do individuo, e ainda prover visibilidade e credibilidade ao fazer bibliotecário.

ABSTRACT

Board the importance and reading for the awakening of the vision criticize the individuals of as reading can to do to know other reality different of the daily. Highlight the to do in detriment the disorders social as being of vital importance in the fight against the illiteracy. Demonstrate the relevance of the strategies idealized for professional of the information, education in relationship the to strengthen the practice of reading. Offer the library haul of the school niche special for development of mentioned practice.

Key-Words: reading, readers, formation, illiteracy to do librarian.

REFERÊNCIAS

CASTRO, Cesar Augusto (org.) conhecimentos, pesquisa e praticas sociais em Ciências da Informação. São Luis: EDFUMA, 2007

LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R.A Formação da leitura no Brasil. São Paulo, SP: Ática, 1999.

MARTINEZ, Lucila. Escola, sala de leitura e bibliotecas criativas/3ª Ed. Petrópolis, RJ: autores & agentes & associados, 1998.

SILVA, Ezequiel Teodora da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura 4ª Ed. São Paulo: Cortez 1987.

SILVA, M. Biblioteca não é depósito de livros. Disponível em: Acesso em: 20.10.2008.


Autor: Maria Leonildes Monteiro Dutra


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