Nas letras maiúsculas



O tédio me consome na capital do meu estado de consciência. Silêncio é tanto que ouço os passos dos espectros que habitam a minha sombra. No sono da manhã tento compensar a insônia causada por pensamentos que nunca ficam cansados. Estou queimando aos poucos na imensa fogueira de um mundo malfeito. Ruas cheias de olhares que me observam desconfiados tentando adivinhar quem sou eu. Vim até aqui e continuarei indo sendo o que eu quiser ser mesmo que tenha que ser um outro. O real e o imaginário se confundem com a vontade e a esperança de alcançar a liberdade a qualquer risco onde ela estiver. Se o sofrimento não existisse não saberia diferenciar a sinceridade da falsidade me tornando assim um ser vulnerável e propriamente indesejado. Divino são as pessoas que conseguem me enxergar além daquilo que estão vendo adentrando através dos meus olhos para tocarem na minha alma. Alguma coisa está errada e alguma coisa não está certa com esses tempos modernos que tanto me perturbam. Viajando no passado encontrei um futuro ao qual a humanidade não está preparada para receber. Irei sem dúvidas mergulhado na poesia soturna dos visionários. Dando ouvidos à razão seria impossível um encontro com o esplendor misterioso do infinito. Alguma vida para mim virá tão nervosa e desconhecida como se estivesse protegendo os segredos do universo.
Autor: Marcelo Moreira Grilo


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