A EDUCAÇÃO NO RENASCIMENTO



Eliel Manasses da Rocha
Professor: Davi de Miranda
Centro Universitário Leonardo da Vinci ? UNIASSELVI
Geografia (GED 0611) ? Historia da Educação.
18/06/2010

RESUMO
O pensamento renascentista trouxe muitas mudanças na vida do homem, principalmente em se tratando da interpretação dada a respeito de sua visão de mundo. Neste período o ser começa a buscar explicações a respeito de sua origem e sua função na terra, construindo uma nova forma de pensar e existir, trazendo assim o pensamento individualista. A educação toma novos rumos. A igreja perde espaço e busca reagir com a contra reforma.

Palavra Chave: Pensamento; Revolução e Igreja.

1. INTRODUÇÃO

O renascimento foi a faze de transição do homem, da idade media pra a idade moderna. Esse período destaca a mudança de pensamento do ser humano, deixando de ver e crer no mundo de forma religiosa, na forma pregada pela igreja, em que as explicações para os acontecimentos explicáveis e inexplicáveis estavam na divindade.

Nesse período o homem começa a buscar respostas para muitas perguntas, principalmente sobre seu objetivo na terra e a busca por conhecer o universo em que habita. O homem começa a buscar sua origem, começa a mudar sua forma de pensar e viver. Neste período o comercio direcionado para o lucro começa a crescer, trazendo o pensamento capitalista. O período é marcado pelo surgimento do pensamento liberal, trazendo a educação elitista, onde a grande massa acaba sendo excluída. Com a revolução renascentista a igreja lança a contra reforma, visando recuperar fieis e acabar com as heresias. Martinho Lutero foi o fundador da igreja protestante, na separação da igreja católica e defendia a escola para todos. Por se opor aos pensamentos religiosos da igreja o mesmo foi excomungado. Na contra reforma é laçada a Companhia de Jesus ? Os Jesuítas ? criada por Inácio de Loyola. Os jesuítas desenvolveram o Ratio Studiorium, com os cursos de Studia Inferiora e Studia Superiora.


2. A EDUCAÇÃO NO RENASCIMENTO
2.1. FORMAÇÃO DO PENSAMENTO RENASCENTISTA

O renascimento pode ser considerado um marco na vida do homem, onde houve a transição da idade média para a idade moderna. Essa mudança começa acontecer primeiramente na cabeça do homem, onde o mesmo começa a buscar novas maneiras de interpretar o mundo em que vive, buscando mudar sua maneira de ver e viver o mundo.

O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e, portanto novas relações sociais em seu cotidiano. A vida urbana passou a ter um novo comportamento, pois o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo comportamento dos homens. Isso significa que o renascimento não foi um movimento de alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade, e que será exaltada e difundida nas obras de arte. Apesar de recuperar os valores da cultura clássica, o renascimento não foi uma cópia, pois se utilizava dos mesmos conceitos, porém aplicados de uma nova maneira a uma nova realidade. (CABRAL 2008).

Essa transição trata também da mudança no estilo econômico em que o homem passa a viver. Passando assim de um sistema de subsistência, para um sistema de comércio voltado para o capitalismo, onde o lucro passa a fazer parte do cotidiano do homem, definição essa, usada de forma sucinta. Nesse período o homem começa buscar meios de adaptar-se aos novos tempos, tempos esses que trouxeram mudanças culturais, religiosas, artísticas, educacionais, morais, na ciência, dentre outras. Tendo inicio na Itália.

O Renascimento pode ser considerado como um marco do início da Idade Moderna, uma vez que reflete o desenvolvimento de uma nova vida e de uma nova mentalidade, vinculadas à ascensão da cidade e da burguesia. Foi nas cidades italianas que essa nova cultura se desenvolveu, cidades mercantis desde as Cruzadas, que viram o nascimento de uma camada social ligada ao comércio. A vida urbana, por si só, implicava o estabelecimento de novas formas de relacionamento social, diferentes daquelas estabelecidas no mundo feudal. Somam-se a isso a necessidade de justificar o comércio e a preocupação com a obtenção do lucro, mentalidade condenada pela Igreja Católica. (RECCO 2008)

Outros fatores tornaram-se importantes para o surgimento e para o desenvolvimento desse movimento, como o aprimoramento da imprensa, a declínio de Constantinopla e a prática do mecenato. O Renascimento cultural foi a retomada dos valores clássicos, greco-romanos, mas não se deve considerá-lo uma cópia, pelo fato de os valores serem semelhantes e não as idéias. As características revalorizadas foram o racionalismo, o antropocentrismo, o individualismo, o hedonismo, o naturalismo e o otimismo. Foi um movimento de consagração do homem. Tanto o grego antigo como o homem moderno buscavam desvendar e entender a origem do homem, no entanto conquistaram conclusões diferentes. Ambos se preocupavam em estabelecer a compreensão do mundo de forma racional, porém visualizavam o mundo de formas diferentes. (RECCO 2008).

A transição do feudalismo para o capitalismo, um processo amplo que, além do campo econômico e político, também foi modificando valores, idéias, arte e tecnologia da sociedade européia. Mais confiante em suas forças e possibilidades, o homem deixou de olhar tanto para o alto, em busca de Deus, passando a dar valor a si mesmo. O ser humano se redescobre como criatura e criador do mundo em que vive. Essa nova maneira de pensar e ver o mundo refletiu-se nas artes, na filosofia e nas ciências. (ALGOSOBRE VESTIBULAR 2010).


2.1. REAÇÃO DA IGREJA PERANTE A REFORMA PROTESTANTE

O pensamento renascentista começa a surgir no meio burguês, no clero e na nobreza, sendo considerado elitista e aristocrata. Esse movimento privilegiava o pensamento liberal, no entanto essa mudança de ação e pensamento não permitia acesso às grandes massas populares. Nesse período de mudanças, em que o homem passa a agir pensando no individual, o pensamento cristão começa a ser visto de maneira menos ativa. O pensamento do divino começa a perder espaço nas ações do ser humano. Com essa revolução no pensamento do sentido da vida, onde a igreja começa a perder espaço, revolução essa que tem a participação principalmente do monge católico Martinho Lutero, excomungado da igreja por se opor a suas idéias religiosas, a mesma reage com a criação da Companhia de Jesus, fundada por Inácio Loyola, visando o combate as heresias e a conversão dos descrentes, gerando um contraste, principalmente em se tratando de educação, pois essa revolução acabou desvalorizando a educação popular, evidenciando a educação da elite.

O Renascimento valorizava as humanidades em oposição ao teocratismo da Idade Média. A reação de protesto repercutiu na educação e na Igreja com a Reforma Protestante. Iniciada pelo monge Lutero e considerada por Engels como a revolução burguesa, transferiu a escola para o Estado. A Igreja Católica reagiu dentre outras coisas com a criação da Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola. Os jesuítas visavam à formação do homem burguês e tinham por missão converter hereges e alimentar cristãos vacilantes. Desprezaram a educação popular, e para o povo sobrou apenas o ensino dos princípios da religião cristã. Afora as questões ideológicas, o ensino jesuítico tinha princípios básicos que demonstravam preocupação com a qualidade da aprendizagem, pois pregava que era melhor aprender pouco, mas bem aprendido do que muito e superficialmente. (CABRAL 2008).

É nesse período que surge reforma e a contra reforma. A reforma acontece com o surgimento do pensamento renascentista, onde o homem passa a ver o mundo com a visão voltada para ao ser e sua existência, questionado a razões de ser e existir, deixando o pensamento religioso em menor acedência. Com o inicio do renascimento a igreja começa a perder espaço e poder, iniciando-se assim a contra reforma, culminando assim na separação da igreja católica da igreja protestante, liderada pelo monge católico Marinho Lutero, se opondo as praticas da igreja católica. Lutero defendia a idéia de uma escola para todos. Sua proposta era a de implantação de escola primaria para todos e ensino médio e superior para a classe privilegiada. Em resposta as idéias educacionais de Lutero a igreja criou a Companhia de Jesus. Criada por Inácio de Loyola ? Jesuítas -. Os jesuítas desenvolveram o Ratio Studiorium, aplicados nos cursos: Studia Inferiora ? Letras Humanas, Filosofia e Ciências ? com um período de duração de três anos e Studia Superiora ? Tecnologia e Ciências Sagradas ? período de quatro anos de duração. Tendo como base de estudos a repetição para uma melhor fixação dos exercícios, sendo bastante exigentes com seus alunos e de uma rígida disciplina, estimulando a competição entre os indivíduos e as classes.

A idade moderna é marcada pela Reforma Protestante, pelo enfraquecimento da Igreja Católica, pela ascensão da burguesia, pela expansão do comércio e do capitalismo e pelo surgimento da imprensa. Todos estes aspectos provocaram transformações na educação apesar da resistência dos jesuítas. Os Jesuítas, ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola em 1534, foi a principal responsável pela difusão da educação na Europa e no Brasil. Neste sentido, vale destacar duas idéias distintas para a compreensão da educação, neste período que são: a Reforma Protestante e a Contra-Reforma católica. (MOSER, 2008, p. 74)

3. CONCLUSÃO

O renascimento trouxe muitas mudanças para o homem. Neste período de transição de pensamentos, em que o homem começa a questionar sua existência e sua função na terra, surge o pensamento individualista, principalmente na área do comercio, as trocas já não acontecem mais em função das necessidades e sim na intenção da obtenção de lucros, dando espaço para o pensamento capitalista. Neste período o homem começa a questionar o pensamento religioso imposto pela igreja, pensamento este que pregava a divindade, possibilitando explicar o mundo pela religião. A burguesia ganha espaço e surge a escola para a elite, excluindo a grande massa. Ao passo que a humanidade começa a caminhar para sua dita "evolução", começam a surgir os excluídos da sociedade.

Muitas mudanças podem ser citadas em função do renascimento, muitas foram de grande valia para o homem, principalmente em se tratando de alienação, a abertura da mente, em áreas de muita importância, áreas como a educação e cultura e tantas outras que possibilitaram ao homem descobrir o mundo ao seu redor e evoluir, no entanto também existe o lado ruim desse movimento, que não deve ser esquecido, assim como em todas as mudanças ocorrentes na vida do ser humano. Esse lado ruim também pode ser explicado pelo inchaço demográfico ocorrente no mundo, onde, com todas essas mudanças criaram-se as exclusões.

4. REFERÊNCIAS

ALGOSOBRE, Vestibular. Renascimento (Mentalidade Moderna). ALGOSOBRE VESTIBULAR. Disponível em: . Acesso em 09 de junho de 2010.

CABRAL, Márcia Regina. A Educação No Renascimento. Uma Síntese Histórica da Educação no Renascimento. WebArtigos.com. 28 de agosto de 2008. Disponível em: . Acesso em 09 de junho de 2010.

MOSER, Giancarlo. História da Educação. Caderno de Estudos ? Associação Educacional Leonardo da Vinci (ASSELVI). ? Indaial: Ed. ASSELVI, 2008.

RECCO, Claudio B. História: Renascimento cultural na Europa. FOLHAONLINE. 28 de agosto de 2003. Disponível em: . Acesso em: 09 de junho de 2010.
Autor: Eliel Manasses Da Rocha


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