Visões da janela
Vejo pessoas transitando
Tão apressadas em ganhar dinheiro
Tão preocupadas com sua vaidade
Incapazes de um gesto de caridade
Vejo pais em carros modernos
Vestindo seus finos ternos
Levando e trazendo seus filhos da escola
Vejo homens, mulheres, idosos, crianças
No orelhão em frente telefonando
Alguns discutindo, outros namorando
Alguns chamando o taxi
Outros apenas passando trote
Vejo casais brigando quase na minha porta
Amulher que foi traída e preferia estar morta
Vejo bisbilhoteiros me observando
Apontando minha conduta
Não sabem ao certo o que passo
Só eu sei da minha luta
Vejo indigentes em latões de lixo
Catando comida como se fossem bicho
Eu vejo tantas coisas da minha janela
Que o tempo passa sem eu perceber
A existência humana se torna tão monótona
Que às vezes penso até em morrer
Autor: Denise Ávila Peters
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