Investir no paciente sem agredir



RESUMO

INVESTIR NO PACIENTE SEM AGREDIR: Da responsabilidade do Médico na tentativa de acertar sempre, das certezas das várias possibilidades e alternativas de tratar, com único intuito, salvar vidas e melhorar sobrevidas, mas nesse cenário existe o risco de errar e de agredir inconscientemente.

Diante da luta pela vida, pela cura das doenças, da dor do paciente, do avanço da tecnologia e da ciência, do aumento do número de pacientes hospitalizados devido à alta taxa de morbidade e mortalidade relacionadas a doenças crônico-degenerativas, estado vegetativo, de falta de racionalidade diante da dramática vida cinzenta perante a doença, ou melhor, doença terminal, diagnóstico, prognóstico e seqüelas. Baseado nesse contexto, frente à s possibilidades de erros e abuso, na tentativa iminente de salvar vidas na inconsciência e consciência de errar, acertar e abusar, da corrosão da relação médico-paciente-familiar, da certeza e incertezas de diagnóstico, prognóstico, diferentes métodos terapêuticos, da satisfação do desejo do representante ou do paciente frente às possibilidades e alternativas de tratamento, dos riscos e benefícios, do paciente orientado ou analfabeto frente a sua doença, das condutas médicas, da legalidade da conduta proposta, de valer a pena de investir ou desistir, das questões jurídicas pertinentes frente ao sofrimento e seqüelas instaladas. Diante desse contexto, de adoecer, da enfermidade, do limite e dependência, da perda da identidade e autonomia, do profissional, diante do conhecimento técnico cientifico da competência, da habilidade, da espiritualidade, do bom senso, da consciência da Lei divina e da Lei do homen, voltado para a vida, o nascer, envelhecer e morrer, o ser, o paciente, sujeito no universo com uma única tentativa salvar e recupera vidas e na luta contra doenças. Partindo desse contexto a ética e bioética norteia as condutas para um cuidar humanizado frente a situações complexas, de quando investir ou interromper terapias sem machucar ou negligenciar ou lesar frente à terapia de auto custo, de drogas potentes, de gastos altos sem sucesso e perspectiva de vida, enfim questões polêmicas que envolvem a vida, os princípios, enfim o ser humano-profissional-familia-instuição e condutas. A vida deve ser norteada pela ética, espiritualidade, fé, ciência e o bom senso e na luta do paciente por uma morte digna, tranqüila sem dor, junto com familiares, profissionais de saúde, amigos cheio de compaixão, misericórdia, respeito, transcendência e viscitude.

A distância que você caminha na vida vai depender de sua ternura com os jovens, da sua compaixão com os idosos, sua compreensão com aqueles que lutam da sua tolerância com os fracos e os fortes. Porque algum dia na vida você poderá ser um deles" George Washington Carver disse sobre a bondade


INTRODUÇÃO
Na mudança do século, de transformação de pensamento, da morte dessa realidade de utopia caótica, nunca desistimos de lutar pela humanização dos cuidados, pelo discernimento e crítica frente às condutas ao doente crítico, do paciente terminal em estado neurovegetativo, em risco iminente de morte, da mudança do pensamento, do intelectual, da vida e da existência humana, do paciente internado na UTI, do moribundo, da existência do prazo para sair da UTI, da difícil decisão de quem vive e quem morre do prazo para a vida, da mudança de estratégias, das mudanças de conduta médica, de não se ter mais o que fazer pelo doente, de somente fazer cuidado como medidas de conforto, de deixar a natureza agir no seu tempo, e de como deve ser feito ou talvez do tratamento fútil do prolongamento do sofrimento, da esperança do familiar mesmo inconsciente da gravidade do doente, da seqüela do tempo de UTI, do sofrimento físico e da alma, da dificuldade do profissional em sedar um paciente em fase terminal, de aceitar a desistência, dos exageros da ciência, dos 180 ou 360 dias de paciente internados na UTI, do egoísmo do familiar, profissional frente à impotência do profissional, de não aceitar perdas, obcecado pela vida, mas não tem nenhuma noção de como o pacientes vai deixar a UTI, ou melhor, deseja que saia com vida. Dentro desse contexto controverso instala uma problemática, dificuldade do familiar em interpretar a realidade ou dizer simplesmente descanse em paz.
Baseado nesse contexto de processo de humanização para melhorar a prática de cuidado, resgatando profissionais para reflexão de vida, tornando mais humanos e menos desumanos os profissionais, negligentes, distraídos, diante das dificuldades encontradas do cotidiano, da tomada de decisões complexas, da intensa dificuldade de se colocar no lugar do outro, de não se ver no outro, da filosofia da alteridade do ínfimo do paciente, do fracasso da ciência, da impotência diante da morte, da impossibilidade de cura, da liberdade, da autonomia do doente diante da morte, da desistência de quando parar de lutar e quando se entregar, de sofrer, de criar uma harmonia aonde médica e paciente cheguem num consenso sem remorsos.
O que mata não é a doença, mas o limite, a perda da identidade, da privacidade de dividir sua vida sua intimidade com o outro, sua angústia sua dor a sensação quando a finitude se aproxima, e só ficará a saudade de pessoas queridas que fizessem parte de sua história de vida. Diante desse contexto o melhor é ajudar o doente descansar em paz, e somente carregar as marcas no seu coração do que o paciente deixou para você na sua caminhada e na sua vida.
Desse contexto de paciente internado na UTI, salvar vidas, do exagero da ciência, da técnica, do exame específico, das alternativas, da esperança e desesperança, da drogas que ajudam nos batimentos do coração, do pulmão e do rim que funciona artificialmente, através das máquinas, ou seja, órgãos funcionando, organismo vivo fisiologicamente artificial e canos por todo lado do corpo.
""" """ Muitas das vezes o doente chega à UTI andando e sai em estado neurovegetativo, com seqüelas irreversíveis e o familiar sem entender tem o desejo fixo de" Salvar a vida Doutor "sem pensar nas seqüelas, nas conseqüências do excesso, da confiança cega na ciência que vai curar.
É necessário paciente-profissional-familiar entender e participar das condutas, da conversa clara e da liberdade de expressar com transparência com um objetivo, deixar o paciente morrer bem sem excesso, enfim intervir sem agredir afinal não é preciso ter faculdade, ser intelectual, inteligente para saber, entender, interpretar a realidade, os fatos e principalmente quando o doutor deve interromper um tratamento.

O avanço científico traz riscos [...] Sempre trouxe. Programa espacial, pesquisa genética, medicina, todos cometem erros. A ciência precisa sobreviver a seus próprios enganos. Para o bem de todos.

Essa meditação oportuna e pertinente, no campo da filosofia, faz lembrar a mensagem espiritual do Evangelho de Jesus (Lucas, 18:35-43), curando o mendigo Jericó.
Para Márcio Palis horta (1990), "morrer parte integral da vida e da existência humana [...], tão natural e imprevisível como nascer". Sua tradicional definição do instante do cessar dos batimentos cardíacos tornou-se obsoleta.

OBJETIVO
Analisar a dificuldade de o profissional-paciente-familiar entender quando a ciência e o tratamento esgotaram e só resta dar cuidados e medidas de conforto.

JUSTIFICATIVA
Da luta pela morte digna sem sofrimento, ou seja, do descanso em paz, da polêmica da vida, da ética, da bioética sem a participação da espiritualidade, e a espiritualidade tão presente e tão essencial na vida, da opinião do paciente mesmo na sua ignorância e/ou intelectualidade tem sua crença e fé algumas vezes inabalável, na acreditação que a vida é um Dom de Deus, mas este deixou à ciência, o homen, a inteligência, a técnica, a competência e capacidade, a tecnologia, para ajudar e aplicar nos doentes, mas sem exageros.
Da racionalidade, da dramática vida cinzenta, do principio da vida física da responsabilidade, do discernimento, da crítica, da consciência formada e esclarecida, da interioridade, do bom senso, do julgamento de diversas situações das mais complexas e angustiantes que envolvem vidas e pessoas doentes, do tudo por amor da rejeição, do morrer bem e sem excesso, do custo, da questão econômica, do tratamento do morrer com dignidade, da cura, do testamento biológico, do juramento de Hipócrates, da justiça e não injustiça, do ato livre da vida biológica, do investir sem agredir, da finalidade da cura, dos meios desproporcional e proporcional, do acordo médico-paciente, do suicídio assistido, da tomada de decisões, de ferir a consciência, de ser covardemente evasivo, da luz dialética da responsabilidade, da escolha sempre visando o bem, da proteção do cuidado, do benéfico e maléfico, do desejado e indesejada. Do principio da bioética e da vida, da genética, da tecnologia avançada, da ciência, da tecnologia e espiritualidade dão bom senso na cura.
Diante desse contexto o profissional deve agir conscientemente, perante certezas e incertezas, na tentativa de causar o bem sem fazer o mal, seguindo esse principio pode ser melhor, afinal O Doutor da vida é a luz da humanidade, tem o domínio do conhecimento, do ato médico, da técnica, da competência em somente querer acertar e dar vida para o doente e alegria para o familiar, o erro tem uma única tentativa esperança o querer acertar sempre. Obrigada por você existir Doutores da ciência.

E Aristóteles pensa: "toda ética é busca do bem humano, da felicidade humana". E Kant escreve: "Age (atue) exclusivamente segundo a máxima que te leva a quere, ao mesmo tempo, que ela se torne lei universal"

Mota (1999) apud ROMANO (2006) diz que até os anos 70 a tecnologia médica era mais limitada e de menor impacto, mas que um desenvolvimento surpreendente nas últimas décadas mudou este quadro. O Surgimento de novos medicamentos e aparelhagens técnicas sofisticadas tornou a morte menos próxima.

O homen quando age pela consciência divina e deixa ser guiado pela justiça natural, jurídica e divina, consegue aplicar na prática de cuidar a ética e espiritualidade com entendimento, reverência, conhecimento e discernimento frente às condutas, na fatalidade, no fracasso e no sucesso quando o assunto é vida ou viver.

"Quando a ciência parar de agir, a inteligência, a prática e a esperança de cura e sobrevida morrerão, mas enquanto existe ciência há esperança, estratégias, possibilidades de transformar, criar e mudar os caminhos na subjetividade do outro"

Reflexão

Um paciente internado durante seis meses, ou melhor, 180 dias na UTI 86 anos de idade, sexo masculino sua hipótese diagnóstica DPOC /SEQUELA DE AVCI internado desde o dia 9/ 11 /10 a 19/05/ 2010, consciente, orientado, traqueostomizado no respirador mecânico, mantendo máscara de nebulização contínua de oxigênio, expressão facial de angústia, inquieto, emagrecido, desidratado, começa com perda de massa muscular, úlceras no MMII, atrofia de MMII, dependente totalmente da equipe de enfermagem para cuidados intensivos. No final o Doutor faz uma sedação leve par melhorar o sofrimento, acalmar sua angústia, agonia e inquietação, com objetivo de aliviar sua dor física?Ou da alma, pois nessa situação a pior dor é da alma...


A ética morre quando o homen deixa de exerce - lá, e nasce a ignorância e o ato aleatório diante dos fatos e cotidiano invisível do cuidar.

"Na ignorância do ser humano o doente/ sujeito ainda precisa ser encontrado, pois a decisão final é dos protagonistas que constituem a prática do saber, do poder sobre o outro, mas ainda existe a chance de mudar esse cenário através a transformação do intelecto, da aplicação de protocolos que vão nortear e dar o suporte necessário para os Doutores de a ciência agir com consciência, sabedoria divina, técnica e bom senso frente à vida-paciente e sofrimento"

REFLEXÃO
"A problemática da dor e do sofrimento não pode ser considerada uma questão puramente técnica, mas solidária, norteada pela ética, fortalecida pela atitude do caráter uma dosagem de ciência e espiritualidade afinal se tratando de sofrimento, a caridade, a compaixão e a misericórdia do outro ainda prevalece.
"ouça o silêncio que existe no intervalo das palavras que ele diz. Ouça com o coração. Entenda a dimensão de tudo aquilo que ele diz... ou que talvez nunca venha a dizer. Sinta um pouco de suas emoções: alegria ou tristeza. Ele precisa ter certeza, de sua destreza nas coisas do coração. Valorize o seu saber. Mescle-o com o seu. Ele traz consigo a sua verdade, o seu modo de viver." (Heleida Nobrega, 2002)
Hipócrates já dizia: "A vida é curta, a arte é longa, a oportunidade se esvai, a experiência é ilusória, o julgamento é implacável. O ?médico? não deve apenas cumprir o seu dever, mas também estar seguro de que o paciente e auxiliar queiram cooperar e deve se esforçar para garantir bons cuidados." (460-375 a.C.)
Perguntas
Quando sedar a dor significa abreviar a vida, é lícito fazê-lo?
Até onde prolongar o processo de morrer de morrer quando não há mais esperança de vida de a pessoa voltar a gozar saúde, e todo esforço terapêutico na verdade só adia o inevitável, prolonga a agonia e o sofrimento?
A vida humana deve ser preservada, independentemente de sua qualidade?
É ético empregar todos os recursos tecnológicos para prolongar um pouco mais a vida de um paciente terminal?
BIBLIOGRAFIA
Copyright 1999-2009 Ética e Espiritualidade no final da vida O Recado da Pesquisa
Autor: Selma Domingos


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