PLC - Power Line Communication



PLC ? POWER LINE COMMUNICATIONS: DEFINIÇÕES, VANTAGENS, DESVANTAGENS E REQUISITOS.

Felipe Barbosa Maia Jardim
Antônio Ricardo Leocádio Gomes

RESUMO

Atualmente, os termos conectividade e tecnologia, a cada dia que passa se tornam mais comuns entre os noticiários, jornais, nas escolas e na sociedade de um modo geral. A dependência no uso de redes de computadores das organizações vem se tornando cada vez mais forte e, com isso, novos produtos e serviços surgem a cada momento.
O principal objetivo deste artigo é apresentar e abordar a tecnologia PLC ? Power Line Communication, uma tecnologia que utiliza a infra-estrutura de rede elétrica residencial ou comercial para a transmissão de dados. Serão apresentadas as definições, vantagens, desvantagens e os requisitos desta tecnologia, com o intuito de esclarecer as dúvidas inerentes a este assunto, uma vez que, teoricamente é um assunto pouco difundido, tanto no meio acadêmico quanto na sociedade de um modo geral.
O trabalho faz uma abordagem das principais tecnologias utilizadas para a transmissão de dados existentes, tais como: rede de computadores via cabo e das redes wireless. As explicações sobre definições, vantagens, desvantagens, requisitos, topologias do sistema elétrico e demais considerações, são apresentadas de forma didática e simples, a fim de facilitar o entendimento desta tecnologia.
Para tanto, foi utilizada como metodologia uma pesquisa bibliográfica e junto às principais empresas que estão realizando testes com essa tecnologia. Verificou-se que com essa nova tecnologia, surge mais uma possibilidade para a transmissão de dados e acesso a internet. Acredita-se que o avanço desta tecnologia depende agora das empresas se adaptarem às regras pré-estabelecidas para a prestação deste serviço e na padronização dos equipamentos necessários para a utilização.



Palavras chave
PLC ? Power Line Communication, rede elétrica, internet.

1. INTRODUÇÃO
Atualmente, os termos conectividade e tecnologia, a cada dia que passa se tornam mais comuns entre os noticiários, jornais, nas escolas e na sociedade de um modo geral.

Partindo desse princípio, revoluções tecnológicas em curto espaço de tempo, tem se tornado cada vez mais presentes no nosso cotidiano e, com isso, tecnologias consideradas de ponta, em pouco tempo se tornam obsoletas, dando espaço para novos produtos e serviços. Uma das tecnologias mais utilizadas atualmente são as redes de computadores e, a cada dia que passa, essa tecnologia se torna essencial ao nosso cotidiano.

Segundo Costa (2007, p.3), "Redes de Computadores são estruturas físicas e lógicas utilizadas para interligar computadores de diversos tipos em diferentes posições geográficas."
Á dois principais benefícios com a interligação propiciada pelas redes de computadores: troca de informações e compartilhamento de recursos. Quando permitimos a troca de informações, estamos oferecendo meios para transmitir informações de um ponto para o outro. Com essas transmissões, conseguimos dinamizar negócios, interagir pessoas, entreter, informar e outras inúmeras possibilidades. Já no compartilhamento de recursos, nos garante algo precioso para as organizações e pessoas: economia. Com redes de computadores, conseguimos compartilhar impressoras, scanners, câmeras digitais e computadores. (Costa, 2007, p.3).
Para que os computadores possam se comunicar uns com os outros, é necessário que exista um meio de comunicação e uma forma para que esses dados sejam transmitidos.
Atualmente, a forma de transmissão mais conhecida são as redes Ethernet, que teve sua primeira aparição na década de 70.
Ethernet é um protocolo para redes locais desenvolvido em conjunto pela Xerox, Intel e Digital Equipament Corporation (DEC) no Centro de Pesquisas da Xerox, em Palo Alto (PARC), durante os anos 70. A rede ethernet foi projetada como uma tecnologia para permitir a interconexão de dispositivos em escritórios (Gallo & Hancock, 2003)
Após o surgimento da Ethernet criada na década de 70, o IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers) desenvolveu um padrão muito similar à Ethernet versão 2.0 criada pela Xerox. O padrão IEEE 802.3 .

Segundo Gallo & Hancock (2003), a Ethernet Versão 2.0 foi desenvolvida durante os anos 70, mesma época de sua gênese ALOHA , criada por Norman Abramson. A diferença fundamental entre a Ethernet Versão 2.0 e a ALOHA é que a ALOHA, permitia que qualquer nó (ativos de rede) transmitissem dados a qualquer momento e, com isso, não evitava as chamadas colisões. A Ethernet por outro lado, foi desenvolvida e projetada para detectar essas colisões.

No início da década de 80, de acordo com Colouris, Dellimore, & Kindberg, (2007), o IEEE instituiu um comitê para classificar uma série de padrões para as redes, o modelo IEEE 802. Os vários padrões, se diferem no desempenho, custo, eficiência e confiabilidade, mais todos fornecem recursos para interligação de redes em alta velocidade.

Tabela 1
Classificação de redes de acordo com o modelo IEEE 802
IEEE Nº Nome Título Referência
802.3 Ethernet CSMA/CD Networks(Ethernet) [IEEE 1985a]
802.4 Token Bus Networks [IEEE 1985b]
802.5 Token Bus Networks [IEEE 1985b]
802.6 Metropolitan Area Networks [IEEE 1994]
802.11 Wireless Local Area Networks [IEEE 1999]
802.15.1 Wireless Personal Area Networks [IEEE 2002]
802.15.4 Wireless Sensor Networks [IEEE 2003]
802.16 Wireless Metropolitan Area Networks [IEEE 2004a]
Fonte: Colouris, Dellimore, & Kindberg, 2007


Entretanto, existem algumas diferenças entre os padrões de Ethernet da Xerox e do modelo criado pelo IEEE. De acordo com Gallo & Hancock (2003), um das diferenças entre a versão 2.0 e IEEE 802.3 são a topologia e o tipo de cabo. A IEEE 802.3 fornece suporte à topologia em estrela e em barramento , mas a Ethernet versão 2.0 somente fornece suporte a barramento. Finalmente, redes compatíveis com IEEE 802.3 podem ser de banda base ou de banda larga, mas as redes versão 2.0 somente podem ter Ethernet de banda base.

Ainda sobre as redes de computadores, existe outro meio de comunicação que não exige a necessidade do uso de cabos, ou seja, a transmissão é feita por radiofrequência ou comunicação infravermelho. Esse tipo de rede é reconhecido por seus usuários como rede sem fio.

De acordo com Farias (2006), umas das vantagens das redes sem fios é a mobilidade, ou seja, o usuário caso possua um notebook, poderá se deslocar ao longo de uma determinada área, sem a restrição da extensão dos cabos.

Segundo Ross (2008) atualmente no mercado existem 3 padrões que estão se tornando populares e incorporados aos dispositivos: IrDA , Bluetooth e IEEE 802.15 .

A maior rede de computadores interligados atualmente é popularmente conhecida como Internet.
De acordo com Polloni & Fedeli (2003) podemos conceituar a internet como uma enorme rede mundial de computadores interligados por linhas comuns de telefone, linhas de comunicação privadas, cabos, canais de satélite e diversos outros meios de comunicação.
A internet surgiu na década de 1970, durante a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética, a partir de um projeto militar, o ARP Anet. Desenvolvido pelo Departamento de Defesa Norte-Americano, o objetivo do projeto era criar uma rede de computadores interligados às bases militares norte-americanas e que pudesse continuar funcionando mesmo que a central de computadores do Pentágono fosse destruída por um eventual ataque atômico, levando ao caos as comunicações militares. (Polloni & Fedeli, Introdução a Ciência da Computação, 2003)
A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) define a Internet como o nome genérico que designa o conjunto de redes, os meios de transmissão e comutação , roteadores , equipamentos e protocolos necessários para a comunicação digital e analógica entre computadores, bem como o "software e os dados contidos nestes computadores".

Entretanto, além de todas essas tecnologias apresentadas durante a introdução deste artigo, existe a tecnologia PLC ? Power Line Communication.

A justificativa para a elaboração deste estudo é poder contribuir com a sociedade e com o meio corporativo, com explicações e esclarecimentos inerentes a esta nova tecnologia, uma vez que, por ser tratar de um assunto, teoricamente novo, não existir documentação sobre o assunto.

Este artigo tem como objetivo principal abordar sobre a definição, vantagens, desvantagens e requisitos da tecnologia PLC, uma tecnologia que utiliza a infra-estrutura de rede elétrica existente nas residências ou edifícios para transmissão de sinais de dados, voz e vídeo entre estes grupos de trabalho, bem como o tráfego de internet banda larga.

A principal vantagem dessa tecnologia é a utilização de uma estrutura de rede elétrica já existente nos prédios e residências para transmissão de dados (vídeo e voz), para chegar a regiões onde, alternativas de acesso rápido, ainda não estão disponíveis.



2. MARCO TEÓRICO

2.1. O que é PLC(Power Line Communication)?

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (2009), "o Power Line Communication (PLC) é um tipo de sistema que permite a transmissão de sinais de internet, voz, vídeo e comunicação digital e analógica, por meio da rede elétrica". Assim como as demais tecnologias citadas na introdução deste artigo, o PLC também possui um modelo já homologado pelo IEEE, o padrão IEEE1901.

De acordo com o Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE), o modelo IEEE1901 é um grupo de trabalho criado para escrever um padrão para comunicações de rede elétrica de alta velocidade. Este padrão tem como propósito, criar novas técnicas de modulação para oferecer a possibilidade de utilização das linhas de força, para a comunicação de alta velocidade e na progressão rápida no sentido de se criar um padrão robusto para aplicativos de energia elétrica.

Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (2009) publicou através do Diário Oficial da União de Nº 375, de 25 de agosto de 2009, uma regulamentação normativa que apresenta as regras para a utilização da infra-estrutura de energia elétrica para comunicação através da comunicação de dados, voz, vídeo e internet banda larga. Acredita-se que, com essa norma, o país tende-se a evoluir, principalmente, em relação à inclusão digital, uma vez que, segundo a ANATEL (2009) 95% da população brasileira, têm acesso à energia elétrica

2.2. Características dos sinais PCL

Existem dois tipos de sinais de PLC:
? Interior (indoor), onde a transmissão é conduzida usando a rede elétrica interna de um apartamento ou de um prédio.
? Exterior (outdoor), onde a transmissão é conduzida usando a rede pública exterior de energia elétrica.

Segundo Andrade & Souza (2004), para permitir a transmissão de dados em banda larga, é necessário a utilização de frequências mais altas, na faixa entre 1MHz e 30MHz. Como a energia elétrica trafega na faixa de Hz e as ondas dos sinais de transmissão são na ordem de MHz, a transmissão dos sinais PLC é feito através de fios de cobre (ou alumínio) das redes de distribuição de baixa e média tensão.

De acordo com Bolzani (2004), como as redes elétricas não foram idealizadas para a transmissão de dados e sim otimizadas para este uso, as redes de distribuição de energia são meios físicos mais problemáticos para a passagem de sinais de alta frequência e, dentre eles, podemos considerar:
? Ruído : em uma rede elétrica, sem blindagem, são inúmeras as fontes de ruídos.
? Distância entre os pontos de acesso: quanto mais longe os pontos, maior a atenuação de sinal e a incidência de ruídos.
? Descontinuidade e impedância: ao longo da rede, dependendo se as tomadas estão sendo utilizadas ou não, criam-se pontos de reflexão de sinal.
? Carga: todos os eletrodomésticos plugados na tomada, mesmo que desligados, constituem uma carga resistiva e reativa dissipando a energia transmitida em alta frequência.
? Alta frequência: geralmente, quanto maior a frequência, maior a atenuação do sinal.



Figura 1: Ruídos em redes PLC
Fonte: Bolzani, C. A. (2004). Residências Inteligentes: Domótica, Redes Domésticas, Automação Residencial

Entretanto, existe a técnica de modulação que deve permitir minimizar estas restrições, tais como: a técnica de modulação de espalhamento espectral, a técnica OFMD, e a técnica GSMK.

A técnica de espalhamento espectral consiste em distribuir a potência do sinal ao longo de uma faixa de frequência muito ampla, garantindo que a densidade espectral de potência seja bastante ampla.


Figura 2: Técnica de Espalhamento Espectral
Fonte: Department of Computer Science and Engineering, http://www.cse.iitk.ac.in


Outra técnica utilizada é a OFDM, que é baseada na idéia de multiplexação por divisão de frequência, onde muitos sinais são divididos em várias freqüências.

Figura 3: Exemplo de Distribuição de 3 subportadoras na técnica OFDM.
Fonte: GTA / UFR, http://www.projetoderedes.com.br


A GSMK é um tipo especial de modulação de faixa estreita que transmite os dados na fase da portadora, resultando um sinal de envelope constante. Isto permite o uso de amplificadores menos complexos, sem produzir distúrbios harmônicos.


Figura 4: Spectro da onda Spread Spectrum, OFDM e GSMK
Fonte: Escola de Engenharia Eletrica e Computação, http://www.eee.ufg.br/



2.3. Topologia e Equipamentos de Interligação da Rede PLC

Como citado anteriormente, à transmissão de dados é feita em ordem de sinais diferentes, MHz ou Hz. Os equipamentos devem ser projetados para que haja essa união de rede elétrica e transmissão de dados.
De acordo com Teixeira (2005) uma topologia típica de rede PLC pode ser visualizada da seguinte forma, considerando-se 4 níveis de rede.


Figura 5: Topologia típica da rede PLC
Fonte: TELECO. (s.d.). teleco.com.br

A Figura 5 ilustra os quatro niveis de rede, quais sejam, rede interna, rede de acesso, rede de distribuição e rede de transporte (interconexão com a internet).

2.3.1. Rede Interna
De acordo com Teixeira (2005) a rede interna do usuário final é constituída pela rede de distribuição elétrica nas instalações já existentes e pelos modems para conexão dos equipamentos que serão interligados ao serviço. Diversos modems podem ser interligados nas tomadas disponíveis na residência.


Figura 6: Computador utilizando modem PLC.
Fonte: http://www.guiadohardware.net/artigos/internet-rede-eletrica/

2.3.2. Rede de Acesso
Segundo Teixeira (2005) a rede de acesso PLC se inicia junto ao medidor de energia elétrica do usuário com introdução de um equipamento, denominado repetidor "BT" ou equipamento Intermediário "IE". Este equipamento tem como principal função, receber os sinais PLC gerados no modem(s), efetuar o bypass(desvio) do medidor e reinjetá-los na rede de baixa tensão. No caso de edifícios, apenas um IE deve ser instalado.


Figura 7: Repetidores BT
Fonte: TELECO. (s.d.). teleco.com.br


2.3.3. Rede PLC de Distribuição

De acordo com Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG, 2009), é na rede PLC de distribuição que acontece a interligação do mundo elétrico com o mundo de dados, ou seja, com a rede de transporte da operadora de telecomunicações, e daí segue até alcançar um ponto de acesso à Internet.
A Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG, 2009) afirma que, essa interligação do sinal proveniente da rede PLC (média tensão, fibra óptica, rede de cabo, etc) com a rede de acesso (baixa tensão) é realizada pelo Master, equipamento que é instalado junto aos transformadores MT/BT.


Figura 8: PLC Master
Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/



2.4. Visão Macro PLC: Projeto Piloto Cemig

A CEMIG estudou e desenvolveu através de sua área de telecomunicações e informática, com o apoio da Engenharia de Distribuição e da Infovias(empresa do grupo CEMIG), um projeto piloto com tecnologia PLC em banda larga, objetivando basicamente verificar o desempenho e a viabilidade técnica de se utilizar as redes de distribuição secundárias da CEMIG como meio de tráfego de dados em alta velocidade. A intensão do projeto foi fundamentalmente verificar se o sistema funciona com qualidade ou não, ou seja, não foi levado em consideração os aspectos comerciais. (Informação verbal) .
A Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG, 2009) explica que, o projeto piloto PLC da CEMIG funcionou através de um master conectado a um cable modem. Este master injetava o sinal nas fases e no neutro do circuito secundário, onde mais a frente era coletado e regenerado no ponto de medição por um repetidor e finalmente captado no ambiente doméstico em uma tomada elétrica convencional pelo modem PLC. A partir deste modem era feita uma conexão via porta USB ou Ethernet padrão com o computador do usuário final. A figura 9 explica em detalhes uma configuração típica da PLC implantada.

Figura 9: Configuração Típica ? PLC
Fonte: www.cemig.com.br/plc


2.5. Padronização PLC no Brasil

O Brasil conforme já mencionado anteriormente possui uma regulamentação sobre PLC. Em 25/08/2009, foi publicado no Diário Oficial da União, as regras para a utilização da rede elétrica para a transmissão de dados, voz e imagem e acesso à Internet em alta velocidade por meio da tecnologia Power Line Communications (ANEEL, 2009).
A Resolução Normativa nº 375/2009 que estabelece as condições de compartilhamento da infraestrutura das distribuidoras vai permitir significativos avanços ao país, com importante estímulo à inclusão digital, pois 95% da população brasileira têm acesso à eletricidade por meio de 63 concessionárias e 24 cooperativas, que levam energia a 63,9 milhões de unidades consumidoras (ANEEL, 2009).
Além disso, outros ganhos são esperados a partir dessa normalização. Significativa parcela dos ganhos das distribuidoras com a locação da rede para transmissão de dados será empregada na busca de tarifas mais justas ao consumidor. A resolução determina que parte da receita extra das concessionárias com esse serviço seja destinada à modicidade tarifária. Além disso, ao representar mais uma opção de acesso à Internet, aumenta-se a competição com as formas existentes (3G, WAP, por cabo, DSL, discada etc.), o que pode contribuir para queda no preço do serviço (ANEEL, 2009).

2.6. Funcionamento da Tecnologia

Para que seja possível essa transmissão de dados pela rede elétrica, é necessário a instalação de um equipamento, chamado de Powerline Network Adapter. A instalação é muito fácil e acaba sendo um dos pontos mais positivos de se usar a tecnologia PLC. Basta ligar o adaptador na tomada e conectar a ele o modem e o roteador. Depois disso, qualquer tomada localizada na residência e/ou prédio comercial, vira um ponto de acesso de rede.
Ou seja, é necessário um adaptador, que será o distribuidor de sinal, e de um capaz de receber. Sendo assim, o segundo Powerline Adapter vai à outra tomada, bastando então conectar um cabo de rede nele e no PC. Pode-se usar quantos adaptadores quiser, ligando na tomada e conectando o cabo até o PC.
Em condições ideais, essa comunicação pode se chegar a uma velocidade de transmissão de até 200Mbps .


Figura 10: Exemplo conexão PLC

A figura 11 ilustra esse equipamento responsavel por fazer a decodificação do sinal de dados e fazer a conexão com o computador.

Figura 11: PowerLine Network Adapter
Fonte: http://www.devolo.de


Caso o usuário já possua um serviço de internet, seja ele fibra óptica, ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line) ou internet a cabo, o princípio do funcionamento será o mesmo.
De acordo com CAMPINHOS (2009), basta ligar o adaptador (PowerLine NetWork Adapter) no modem do seu provedor de acesso que todos os equipamentos que estiverem conectados nas tomadas passarão a receber o sinal de internet.
Diversos fabricantes já estão produzindo os equipamentos PLC em escala comercial. Entretanto, foi encontrado uma certa dificuldade em encontrar este equipamentos por fornecedores nacionais.
Abaixo segue uma lista dos principais fornecedores destes equipamentos, tanto na Europa, Estados Unidos e Ásia.
? Solimax Tecnologia
? NetGear
? Aztech Electronics
? Intellon Corporation
? Ascom
? Devolo

Figura 12: Exemplo do Funcionamento da Tecnologia PLC.
Fonte: http://www.bandridgecampus.com
A figura 12 ilustra o funcionamento da tecnologia PLC, instalado em uma residência, onde possui 1 notebook e 2 desktops, todos conectados a internet, distantes, aproximadamente 10m² do modem fornecido pela operadora prestadora do serviço de internet.
Seguindo este modelo, foi realizado uma pesquisa de mercado, para avaliarmos o custo de implementação da rede PLC, rede cabeada e rede sem fio(wireless), desconsiderando o valor do modem(fornecido pela operadora).
A tabela 1 ilustra o custo necessário para aquisição dos equipamentos necessários para a implementação.



Tabela 1
Comparativo de custo de implementação de rede cabeada, sem fio e PLC
REDE CABEADA
Produto Valor Unidade
Switch 5 Portas Gigabit D-link - DGS-2205 - Box R$ 219,00 1
Cabo de Rede 10m c/ conectores (Patch) - Bulk R$ 20,00 4
Canaleta 30 X 30 (barra Com 2 Metros) R$ 17,00 12
TOTAL R$ 503,00

REDE SEM FIO
Produto Valor Unidade
Access Point D-Link AirPlus Xtreme G - DWL-2100AP - Box R$ 269,00 1
Placa de Rede PCI Wireless D-Link - DWA-520 - Box R$ 119,00 2
Cabo de Rede 10m c/ conectores (Patch) - Bulk R$ 20,00 1
TOTAL R$ 527,00

REDE PLC
Produto Valor Unidade
Kit (par) Powerline Ethernet 85mbps Aztech Via Rede Elétrica R$ 239,00 2
Cabo de Rede 10m c/ conectores (Patch) - Bulk R$ 20,00 2
TOTAL R$ 518,00
Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa realizada

Para a análise dos valores citados na tabela 1, não foram considerados custos com instalação dos equipamentos e das obras necessárias a serem realizadas no local (no caso das redes cabeadas, a passagem dos cabos entre os cômodos).

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para alcançar o objetico deste artigo foi a realização de um estudo científico por meio de uma revisão de literatura, através da pesquisa bibliográfica e consulta junto as principais empresas que estão realizando testes com essa tecnologia.

4. CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou um estudo sobre a tecnologia PLC com objetivo de apresentar as definições, vantagens e desvantagens de sua utilização e os requisitos necessários para a implementação desta nova forma de tranmissão de dados.
Ficou constatado que a principal vantagem do uso desta tecnologia, é a facilidade de instalação do serviço, pois se utiliza uma infraestrutura já existente na grande maioria dos predios e residencias, o que poderá se tornar um grande aliado no auxilio à inclusão digital, uma vez que, segundo a Anatel(2009), 95% da população brasileira possui acesso a energia eletrica.
Outra grande vantagem da PLC é a velocidade de conexão alcançada. Em condições ideaís, essa velocidade pode alcançar até 200Mbps.
Um dos pontos negativos de se utilizar a PLC é a interferência causada por determinados aparelhos conectados na mesma rede elétrica, o que poderá causar ruídos, perdas de intensidade do sinal e atenuações. Caberá aos fabricantes dos equipamentos PLC, desenvolverem módulos de correção que possam minimizar de forma eficiente este tipo de interferência.
Outro ponto negativo encontrado durante a elaboração deste artigo foi à dificuldade em encontrar equipamentos de fabricação nacional. Os grandes fornecedores são estrangeiros, o que torna a aquisição destes equipamentos mais difíceis em relação as outras tecnologias apresentadas. Não existe uma grande rede de distribuição no Brasil de equipamentos PLC, porém, acredita-se que esta situação possa ser revestida com a divulgação desta tecnologia.
Acredita-se que com a recente aprovação da regulamentação normativa da ANEEL, que autoriza o uso das redes elétricas para a transmissão de dados, será de grande avanço para o país. Ou seja, com a tecnologia aprovada, fornecedores nacionais passam a ter um novo incentivo para a fabricação dos equipamentos e com isso, torna-se mais acessível os equipamentos para a população e, como conseqüência, aumento da competitividade, que gera beneficio para a população.

5. PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS

Como possíveis trabalhos futuros sugerem-se:
? A criação de uma laboratório para analise de desempenho da PLC em detrimento à outras tecnologias existentes no mercado.
? Verificado a viabilidade do uso da PLC como uma alternativa competitiva em instituições com problemas de infraestrutura.


6. BIBLIOGRAFIA

Andrade, R. P., & Souza, R. K. (2004). Uma Visão Geral Sobre A Tecnologia PLC. p. 60.

ANEEL. (11 de 10 de 2009). ANEEL - Agência Naciona de Energia Elétrica. Acesso em 11 de 10 de 2009, disponível em HOTSITE PLC: http://www.aneel.gov.br/hotsite/plc/index.cfm?id=1739

Bolzani, C. A. (2004). Residências Inteligentes: Domótica, Redes Domésticas, Automação Residencial. São Paulo: Editora Livraria da Fisica.

CEMIG. (11 de 10 de 2009). Projeto Piloto PLC. Acesso em 11 de 10 de 2009, disponível em CEMIG: http://www.cemig.com.br/plc/faq.asp#3

Colouris, G., Dellimore, J., & Kindberg, T. (2007). Sistemas Distribuidos: conceitos e projetos. Lase House.

Costa, D. G. (2007). Administração de Redes com Scripts. Brasport.

Farias, P. C. (2006). Curso Essencial de Redes. Digerati Books.

Gallo, M., & Hancock, W. M. (2003). Comunicação entre Computadores e Tecnologias de Rede. Pessotti.

Polloni, & R. D. Fedeli, Introdução à Ciência da Computação (p. 201). São Paulo: Eugênia Pessotti.

Ross, J. (2008). Redes de Computadores.
Teixeira, E. R. (18 de 04 de 2005). PLC - Power Line Communications. PLC - Power Line Communications .

TELECO. (s.d.). teleco.com.br. Acesso em 12 de 10 de 2009, disponível em teleco.com.br: http://www.teleco.com.br/


Autor: Felipe Barbosa Maia Jardim


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