Resenha de América Latina: Tradição e Crítica, de Maria Lígia Prado



Bibliografia: PRADO, Maria Lígia C. América Latina: Tradição e Crítica. Rev.de História, n. 2 v. São Paulo: 1981, p. 167-174.

Sobre a autora:

Maria Lígia Coelho Prado é graduada em história pela USP (1971), mestre em História social pela USP (1974) e doutora em História social pela USP. È titular da cadeira de História da América independente na Universidade de São Paulo e Especialista em História da América latina.

Em seu texto America Latina: tradição e Crítica Maria Lígia Prado faz uma exposição das perspectivas acerca da América Latina. Para começar a autora faz um questionamento sobre o que se pensou e o que se sonhou para a América latina após sua independência política. Como resposta ela apresenta o ponto de vista de Bolívar, que sonhou, utopicamente, uma América Latina coesa e forte o suficiente para fazer frente à Europa.
No entanto, pouco tempo depois, conforme nos informa Prado, Bolívar se vê completamente desiludido em relação à América Latina, em razão de tentativa de assasiná-lo e da anarquia reinante nas Repúblicas independentes, chegando a afirmar que "(...) para a América não haveria futuro (...)".
Após apresentar o pensamento de Bolívar, que vai da euforia ao desânimo, pois pensou a América de forma idealizada, sem aceitar a realidade concreta latino-americana, a autora apresenta as perspectivas herdadas dessa forma de encarar a história e o futuro da América latina.
O primeiro ponto de vista apresentado por Maria Lígia Prado é aquele que vê como causa da anarquia que reina nos Estados latino-americanos o caudilhismo, por este representar a ambição pessoal, não encarnando o desejo do todo. Segundo Prado esta interpretação não possui fundamentação científica, pois seus teóricos se esquecem de buscar entender a especificidade histórica do caso da América Latina.
A segunda perspectiva tradicional apresentada por Maria Lígia Prado é aquela que coloca a responsabilidade do atraso latino-americano sobre a colonização espanhola e portuguesa, assim como culpa a miscigenação e a aceitação dos índios, negros e mestiços como razões do atraso. Estes seguimentos sociais citados, vistos por Sarmiento, principal expoente desse pensamento, como uma raça inferior e que não deveria ser incorporada à sociedade nascente na América Latina se esta pretendesse se livrar do estigma de selvagem.
Ao culpar a colonização hispano-portuguesa pelo atraso destes Estados esta corrente conclui que o sucesso dos norte-americanos se deve à colonização inglesa, e propõe como solução para a América Latina que esta busque copiar o progresso dos EUA.
Após a apresentação dos pontos de vista tradicionais Prado nos expõe uma vertente mais crítica, encabeçada por Bilbao, que começa a perceber o imperialismo norte-americano a se entender sobre a América Latina. Esta perspectiva também aponta para o novo, apesar de Bilbao retomar o sonho utópico de Bolívar e de ainda idealizar a América, esta é a primeira a pensar a realidade latino-americana em sua forma concreta e especificidade histórica, sem negar nenhuma das partes que a constituem.

Considerações finais:

A leitura deste artigo de Maria Lígia Prado é importante para que possamos conhecer as vertentes de pensamento acerca da América Latina após sua independência política. Pela leitura do texto é possível tomar algum conhecimento destas vertentes e acredito que conhecê-las seja consideravelmente importante para estudantes de História e interessados em entender um pouco mais acerca da América Latina.
Autor: Maria Galdina Toledo


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