AS PAISAGENS URBANAS DE JOÃO PESSOA E SUAS MODIFICAÇÕES
1. Centro Histórico
O centro histórico começa na área do palácio do Bispo, e as onde as casas ao seu redor com construções do tempo do império localizam-se na parte alta do centro histórico e as partes baixas são as várzeas do rio Paraíba, várzea do rio sanhauá, e várzeas do rio Jaguaribe e as praias.
O inicio do centro histórico é chamado de mine tabuleiro da zona da mata
O centro histórico de João Pessoa vai muito além da Rua Maciel Pinheiro e Antenor Navarro, pois abrange também a Gerenal Ozório e a Rua da República.
Na foto 1e 2 podemos ver os estilos das casas onde habitavam os senhores de engenho, os capitães mor, os altos comerciantes, os militares e o clero todas tinham um símbolo na fachada para identificação de cada uma família. Os casarões dos ricos não tinham grades, pois os ladrões que existiam eram-lhe cortados as mãos e quando roubavam os da alta sociedade iam para a guilhotina. Os casarões tinham beirais que eram eira, beira e sobreira.
2. Casa da polvora
A casa da pólvora, onde se guardavam as armas e as pólvoras dos militares usada na defesa da cidade, a posição da casa tinha toda a visão do relevo onde se ver a cana-de-açúcar e a planície fluvial, o que era estratégico. A casa tinha características portuguesas, era feita com matéria prima local, as paredes eram feitas de calcário, argila e depois colocavam síca e faziam a argamassa. O formato da telha meio redonda feita pelos escravos que as moldavam nas coxas e como nem todos tinham a mesma espessura sempre saiam tortas.
3. Varadouro
A cidade de João Pessoa nasce na linha do varadouro área onde atualmente o governo municipal esta com um projeto para revitalização do mesmo.
No processo de formação da cidade quem morava nessa área eram os escravos e os pobres e atualmente as pessoas que habitam o local são os pobres e os descendentes de escravos.
4. Semiterio senhor da boa sentença
Toda a historia da cidadeque não era boa estava concentrada na parte baixa da cidade como: os lixoes, o presidio, o semiterio, a estação de tratamento de esgoto e as açoes dos governos seja estadual ou municipal degridem a parte baixa o que acarretou a desvalorização. E so na atualidade e que estao começando alguns projetos de recuperação da cidade baixa pela administração do atual prefito Ricardo Coutinho.
5. Distrito mecanico
No distrito mecânico temos a CIMPOR que está dentro da várzea e esta área era rural e a cidade foi crescendo em torno da fábrica, fica também a favela no pé da encosta. A CIMPOR foi obrigada a fazer projetos de conscientização sobre o meio ambiente nas escolas públicas com as turmas de quinto ano.
Prosseguindo passamos pela praça dos tres poderes e seguimos ate o anel interno da lagoa do parque Solon de Lucena.
A expançao da cidade se da para os que tinham condiçoes finaceiras melhores em direção da General Osorio e os de menos posses para o varadouro como já foi mencionado no inicio do relatorio e tambem para o distrito mecanico.
No meado do seculo XIX inicio do seculo XX a expansao da cidade de deu no entorno da lagoa, as casas com estilo neo colonial e não mais barroco como as que foram observadas anteriormente.
A lagoa obrigou que seu entorno fosse circular e passou a ser uma area estrategica em relação ao comercio, serviços e transportes.
A cidade de Joao Pessoa começa a crescer para o sul a partir da expanção da cidae em direção a lagoa começa uma nova expansao da lagoa em direção as praias no meado do seculo XX.
Uma das areas de expansao mais recente abrange a area do Castelo Branco Cidade Universitaria que foi construida no final da decada de quarenta e inicio da decada de cinquenta onde os onibus circulavam até a Cidade Universitaria e voltavam para o centro. A fase de expansao da cidade que teve inicio com a implantação da SUDENE nos anos setenta pratocinou os conjuntos habitacionais,a cidade foi se expandindo na área do Castelo Branco onde está localizada a UFPB criado por José Américo.
Os conjuntos tinham o nome de pessoas ligadas ao Regime Militar, exemplo Valentina Figueiredo, Ernesto Geisel entre outros. e o campus da UFPB veio contribuir muito para o desenvolvimento nessa area da cidade.
Tambem houve a expansao de polos industriais acarretando ainda mais a expansao dos conjuntos habitacionais que localizan-se proximo aos polos indusrial podemos identifiacr um deles exemplificando o caso de mangabeira onde as casas todas tem grades e muros altos como podemos ver nas casa que não foram modificadas em Mangabeira na foto de nº e as que já foram modificadas.
A avenida Desembargador Ilton Solto Maior a maior avenida de Joao Pessoa que tem inicicio no viaduto do sorrizal no cristo e vai até a praia, recente mais já conta com drenagem, asfalto, jardinagem e uluminação.
A expansao atual de Joao Pessoa e no bairro do Altiplano onde foi reservado uma area para a construção de casas de luxo mais mesmo assim hoje encontamos favelas.
O bairro do Altiplano que esta localizado no topo de um tabuleiro proximo a praia
A praia está sendo afetada pela construção do hotel Tambaú, Por segurar muita areia de um lado, conhecida como praia gorda e o outro lado do hotel a praia magra por conter menos areia. O hotel foi inaugurado em 1974, a sua construção lembra um disco voador, no meio uma caixa d água e uma torre, uma homenagem das companhias de hotéis ao regime militar. Aqui já não possui, mas areia e a água batem no muro de contenção, a areia está sendo depositada em outras praias. O hotel trouxe a urbanização da costa.
A faixa de areia do lado do hotel é mais larga, por outro lado a ação da natureza se adaptou a vegetação de dunas, plantas de folhas largas e compridas conhecidas como vegetação salsa de praia, servem para dar abrigo a animais que vivem próximo a praia
Os coqueiros que foram trazidos pelos indianos e africanos se adaptou bem nestas áreas e tomou conta das espécies nativas.
Os prédios que tem mais de cinco andares, já tinham sidos construídos antes da legislação ambiental.
Ao lado da vila Borita os prédios novos, alvos da especulação imobiliária.
CONSIDERAÇÕES
O que foi observado no percurso da aula de campo nos mostra que as modificações acontecidas na cidade de João Pessoa ao longo dos anos fizeram com que sua estrutura se modificasse gradativamente as mudanças nas fachadas das casas a dos que dispunham de certo poder aquisitivo, a expansão da cidade em direção ao sul, o surgimento dos conjuntos habitacionais com a implantação da SUDENE e o distrito mecânico, o CAMPUS da UFPB que veio a acrescentar muito aos paraibanos.
No mais percebemos que as características não diferem muito do restante do país, onde há um predomínio da população muito pobre, um alto numero de desempregados e um mínimo de detentores de uma renda digna.
"João Pessoa Cidade Velha": Seu Traçado e suas Funções
"João Pessoa Cidade Velha": Seu Traçado e suas Funções
Pensar a cidade velha, passa por ter que acompanhar suas ruelas, becos e ladeiras, além de seus armazéns, sobrados e casarios que dão toda uma originalidade ao lugar. Esta porção da Cidade de João Pessoa, ainda traz marcada na paisagem um traçado com profunda espontaneidade, mesmo tendo sofrido intervenções fortes a partir dos anos vinte ( 20 ), com administradores como B. Rohan31, que foi um dos primeiros e principais interventores na modernização da cidade de João Pessoa. A cidade saiu do Oeste Para Leste, em função do rio Sanhauá, tendo suas primeiras ruas tortuosas e acabando em sítios com algumas proeminentes casas das famílias importantes. B. Rohan, enquanto urbanista, providencia mudanças significativas para a cidade no sentido de orientar a direção das ruas e avenidas, dando ao lugar um traçado mais organizado.
Os elementos que mais marcaram a organização de João Pessoa, foram no começo deste século, as mudanças no sistema de transportes, que antes era predominantemente burros e carroças, passando para o bonde a burro e posteriormente o bonde elétrico. Esse sistema de transporte pede o alargamento de algumas vias, escavação para implantar trilhos, alinhamento das avenidas e em alguns casos a demolição de algumas edificações como igrejas, prédios públicos e casarios de particulares.
O parque religioso já havia se estabelecido na porção mais alta da cidade, juntamente com a administração pública do Estado e algumas atividades culturais. (Catedral de N. S. das Neves, Mosteiros de São Francisco, São Bento, São Pedro e diversas igrejas).
O Varadouro que se expandia para além do Porto do Capim, é bastante marcado por estas mudanças, e por ter sido berço das primeiras ruas, vai pouco a pouco se definindo como porção de funcionalidade comercial/residencial. Ruas como Maciel Pinheiro, Cardoso Vieira, Aristides Lobos e vários becos dos entornos, vão assumindo essa função.
Na atualidade, todo o sistema de transportes do município converge para o Varadouro que tem em seu território: a Estação Ferroviária, o Terminal Rodoviário e a Rodoviária Estadual; funciona na área um comércio especializado em material elétrico, construção, autopeças, pesca/caça e ferragens. Enquanto que as lojas de tecidos/confecções, calçados, óticas, alimentos, etc., deslocaram-se para as áreas que foram se modernizando com o crescimento da cidade.
O Centro histórico de João Pessoa possui todo um conjunto arquitetônico e paisagístico que mostram os diferentes momentos de construção desse espaço. Um traçado urbano ainda bastante conservado nas suas formas e direções originais; uma cidade que nasce as margens do Rio Sanhauá e cresce na direção de um baixo planalto, ampliando seu berço nascedouro a medida dos "negócios" locais e ultramarinos. Uma urbes com mais de 418 anos de história, comporta em seu um território diferentes momentos do poder: religioso, comercial, industrial, cultural e habitacional. Daí o interesse em olhar geograficamente para esta porção da velha João Pessoa e nela fitar mais detidamente a atenção na porção Sudoeste da cidade antiga (no Varadouro)32, para entendermos como se construiu este espaço de rio, ferrovia, armazéns, indústrias e "moradas dos vivos e dos mortos"33.
A palavra "VARADOURO", apresenta grande diversidade de significados, tais como: "canal que liga um lago com um rio; canal aberto com rapidez, e que permite a passagem de um rio para outro em, curtíssimo tempo, a fim de se evitarem os acidentes do curso; lugar onde um grupo de pessoas se reúnem para descansar e conversar"34.
Comparando esses significados com a realidade da área de estudo, entendo que tem tudo a ver com o que diz Aurélio Buarque de Holanda, só que para o caso da capital paraibana, um lugar recheado de cicatrizes históricas, onde o físico é apenas a base para o desenrolar de muitas relações sociais, econômicas e culturais.
O Varadouro é o espaço que dar toda a fundamentação da cidade. Foi a partir daí que ergueram-se as primeiras fortificações35, as primeiras feitorias, os primeiros traçados para o futuro urbano e as primeiras casas com seus senhores. Um povoado que nasce em um baixo tabuleiro e as margens de um rio, assim como a maioria dos lugares que serviam como ponto de apoio para a pilhagem dos colonizadores europeus no Novo Mundo.
Filipéia, Frederica, Parahyba, uma cidade com muitos nomes, e nesse vai e vem de mudanças era apenas o Varadouro quem comandava toda a vida dos que faziam este lugar. A cidade da Parahyba, no início do século XX, hoje João Pessoa, passou por profundas transformações. Expandiu-se na direção Leste, e Sul, organizou a sua crescente população em bairros e conjuntos habitacionais, expandiu o seu comércio para além do Varadouro e chegou até o mar por terra e de certa forma deu as costas para seu berço de origem. Um Espaço esquecido nas suas funções passadas, presentes em suas ruínas, seus cortiços e favelas.
A área do Porto do Capim, parte da "velha João Pessoa", é composta de vários galpões do século XVII ao XIX que encontram-se bastante deteriorados pelo tempo e maus cuidados. Nestes armazéns funcionam várias madeireras, depósitos, arquivos públicos, bordeis, residências e comércio, sendo que alguns encontram-se desocupados.
O lugar onde foi criado o Porto do Capim é uma área de mangues que foi sendo aterrada a medida que o porto foi sendo construído. Este foi o principal ponto para estruturação da cidade que surgia a sua volta.
Depois de sua desativação, no começo do século, boa parte do local, em especial as margens do Rio Sanhauá foi recuperando sua vegetação. Só que, com o crescimento populacional da cidade de João Pessoa, em especial nos anos 80, a área de mangue foi sendo ocupada por uma população de baixa renda, que juntamente com alguns pescadores que já viviam no lugar, passaram a formar uma favela bastante expressiva, principalmente nas terras que antes eram áreas de marinha.
No Estado da Paraíba, extensas áreas de mangues que estão sendo progressivamente ocupadas por submoradias, do tipo cortiços, palafitas ou favelas. Nas Cidades de João Pessoa e Bayeux, vários exemplos dessas moradias que se fixaram às margens dos Rios Sanhauá e Mandacaru.
No tocante às suas características gerais percebe-se que a área não difere muito do restante do país, havendo um predomínio da população muito pobre, marcante presença de desempregados e ou subempregados, várias crianças e adolescentes fora da escola, e todos vivendo em um ambiente onde a lama e o mal cheiro disputam espaço com os casebres de taipa ou madeira, telha ou palha, cubículos com uma arquitetura rudimentar e que não supre as necessidades das famílias. Os principais motivos que levaram esta população a se instalar nesta área foram os problemas habitacionais que passaram a existir no Brasil, e também por falta de trabalho e ou terra para trabalhar. Assim, os primeiros moradores foram ocupando a área vindos principalmente da zona rural das mesorregiões do Estado da Paraíba.
Quanto a utilização feita do mangue pela população residente, percebe-se que a mesma atualmente utiliza-se do mangue, fazendo uso deste para retirada de crustáceos quando falta outro "tipo de mistura" expressão usada pelos moradores locais. Eles alegaram que o mangue está dando muito pouca pesca, e as vezes passam o dia inteiro na maré o que trazem para casa mal dá prá comer. "É como se os caranguejos e os peixes tivessem diminuindo". Segundo informações de alguns moradores mais antigos se faz uso da madeira existente para a construção de suas moradias, apesar de muitas já terem sido transformadas gradativamente de taipa para alvenaria.
A maioria das famílias deposita o lixo no próprio mangue, onde plástico, borrachas, latas, restos de calçados, vidros, etc., contrastam com a lama e a pouca vegetação presente na área. Esse quadro somado a subhabitação, becos e ruelas esburacadas e seus moradores com olhares tristes, formam uma imagem meio surrealista, onde homem e natureza se confrontam para alimentar um sistema desumano e ante natural, pautado não na valorização do coletivo, mas no jogo de interesses do capital e seu mercado de desigualdades.
Entendem-se que a porção antiga da cidade tem muitas importâncias sociais, econômicas e culturais e que estas precisam ser despertadas com maior vigor em sua população para que esse lugar (RE)VIVA e se faça história viva aos olhos dos moradores e forasteiros que chegam com suas máquinas fotográficas e suas alegrias de turistas, que se não mais voltarem com certeza falaram para outros que cedo ou tarde virão para o desfrute de nossas belezas e história recontada em suas ruelas, igrejas, casarios e casarões. Um espaço não de escombros, mas de satisfação para todos os que fazem uma João Pessoa "cidade de se viver".
De forma global, essa área precisa passar por um processo de revitalização. Entendendo-se por revitalização, não apenas a recuperação de edificações importantes, mas revitar no sentido de resgatar memória, história e imaginário para uma vida cultural plena e constante. Para tal é preciso transformar muitos espaços hoje ociosos em casas de cultura tipo: música, museu, poesia, teatro, plásticas, casas de Shows, cinemas, lojas de conveniência, escolas de dança, bibliotecas, artesanatos, alimentos típicos da região e muito mais. Um espaço de uso coletivo, onde comércio, serviços e culturas se misturem, assim como se misturam os diferentes tempos de construção desse lugar. Recuperar o patrimônio deteriorado pelo tempo e descuidados públicos e privados, permitir que as fachadas reapareçam e que sejam recuperadas para essa nova idade da cidade, pois seremos o que os nossos velhos podem nos ensinar.
A grande importância do Centro Histórico pessoense, encontra-se antes do mais em seu traçado urbano, pois por ele converge quase todo o sistema de circulação da cidade de João Pessoa.
Mesmo tendo crescido na direção Sul e Oriental. Em função do comércio especializado, dos serviços públicos e da funcionalidade de seu traçado, João Pessoa Antiga é um marco ou passagem obrigatória na dinâmica da cidade moderna que vem se construindo nessas ultimas décadas. Seu Centro Histórico consegue convergir um dos mais importantes aspectos de organização de um espaço urbano: o espaço da circulação.
Tanto de entrada como de saída para o Estado e outras regiões, como do fluxo interno, cidade velha, bairros, conjuntos habitacionais e ou cidades circunvizinhas.
Mariano Neto, Belarmino
34. Varadouro foi o nome escolhido para o Boletim Informativo da AGB/JP, por representar esta diversidade. Escolha de nossa comissão editorial e aprovado por inteiro.
REFERENCIAS
Atividade de campo realizada no dia 28/11/09 nos principais pontos da cidade de João Pessoa.
Monografias .com br Geografia: Textos, Contextos e Pretextos para o Planejamento .monografias.com/.../planejamiento-ambiente-geossistemas-espaco-geografico3.shtml. acesso dia 01/12/2009
Autor: Marilene Barbosa Da Silva
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