PORQUE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA? Será que não está faltando diálogo?



Parece-nos que todas as instituições que configuram uma sociedade devem ser regidas por critérios de igualdade, liberdade, antecipação e de justiça. Além do mais, no caso da escola, isso terá de ser feito porque é a instituição encarregada de ensinar a juventude o que significa viver democraticamente e isso somente se alcança vivendo democraticamente. Desde uma perspectiva, a reflexão sobre a participação de alunos e professores na vida da escola é um bom sistema para promover a conscientização, e a medida do possível constatar os efeitos perversos do denominado currículo oculto. Muitas vezes a escola transmite preconceitos e hábitos que promovem maneiras injustas entre jovens. E para transformar este todo oculto da escola, ha de se começar tomando consciência do que realmente a escola faz e como faz, qual é lugar, o papel e atitude de cada um e quais são os caminhos e as possibilidades de modificar as praticas que transmitem contra valore
A escola pode ser qualificada de democrática na medida em que prepara o alunado para viver uma sociedade democrática. Essa preparação não deve supor de maneira alguma uma copia das normas políticas das sociedades democráticas. A escola deve preparar para a democracia propiciando praticas pedagógicas que respeitem os valores da democracia que se expressam em formas educativas adaptadas à peculiaridade de cada situação escolar. Uma escola será democrática quando seus alunos e suas praticas respeitarem os princípios democráticos, sem copiar as formas específicas e condução da democracia política. A escola democrática prepara para a vida democrática mediante formas que a prefigurem, sem imitá-la. Uma escola democrática deve basear-se na preparação e tudo que enterram a comunidade escolar e de cada grupo, classe, desde o papel que cabe a cada um e como os limites que, em cada caso, seja lógico estabelecer.
Os valores podem estar formulados claramente ou podem ficar implícitos na mente dos educadores, mas devem ser guias que motivam verdadeiramente o trabalho coletivo docente. Os valores são horizontais cooperativos que assimilam a direção que deve tornar a prática pedagógica e é também regulador que ajudam a detectar erros para poder repará-los. Alem disso, os valores não permitem assimilar com exatidão como devem ser as metodologias pedagógicas nem tão pouco define com detalhes a imagem de uma escola democrática. Uma escola democrática deverá basear-se em um conjunto de valores que tenham vínculos com a liberdade, a autonomia, o desenvolvimento do espírito critico, da iniciativa e da responsabilidade. Apoiará também em valores como a cooperação e a solidariedade, o espírito de grupo, a tolerância, o dialogo e a auto-regulação.

Não se concebe uma escola democrática sem um conjunto de praticas pedagógicas que concretizem essa vontade em cada instituição. A maneira dos educadores, atuarem, a forma de organizar as aulas e os grupos, as metodologias e técnicas que se aplicam e por fim, a diversidade de aspectos que configuram o currículo e as praticas que revelam um tipo ou outro de escola. Essas práticas de participação não supõem a inclusão dos educadores, mas devem contar com uma intensa ajuda deles. O conceito e participação são um meio de operativizar a situação simétrica e assimétrica que ocorrem na escola. Trata-se de que as pessoas adultas instituam praticas pedagógicas nas quais a função de suporte e de ajuda contribua para aumentar a autonomia nos aluno


Uma escola se define pela participação do aluo e do professor no trabalho, na consciência e nas atividades de integração. Uma escola democrática entende a participação como o envolvimento baseado no exercício da palavra e no compromisso da ação. A participação escolar autentica une o esforço para entender com o esforço para intervir

A participação democrática na escola demanda de momentos em que prevalece a palavra ou o dialogo. Nesse processo de dialogo, conseguirão analisar fatos com que se preocupem e acordar soluções, podem melhorar a compreensão sobre seus companheiros e ampliar a própria perspectiva sobre temas que são tratados. O dialogo é também uma ferramenta de compromisso.

A participação na escola necessita de um momento para a ação ou a concretização de acordos e de projetos pré-vistos conseguem-se essa participação tanto com a palavra quanto com ações. O envolvimento prático dos alunos supõe o cumprimento pontual dos acordos que se tornam nas assembléias. A implementação envolve também o planejamento e a execução de projetos complexos. Planos que requerem cooperação e possibilitam a organização de pessoas para realização de tarefas diferentes.
O dialogo e a ação cooperativa também são meios de tomar consciência do conjunto de experiência escolar. O sentido da escola não fica oculto ou escondido na mente dos jovens. O alunado deve tomar consciência da utilidade do sistema de funcionamento da escola. A tomada de consciência pode relacionar-se aos aspectos mais negativos do currículo oculto sendo possível contribuir para as mudanças necessárias. A tomada de consciência é o resultado da palavra que facilita a reflexão a cerca da vida escolar e o resultado da ação cooperativa que atua como catalisador que põem em destaque o sistema de organização, funcionamento e poder da escola. Palavra e ação ampliam a compreensão da escola e realizam a transformação.

O dialogo, a ação cooperativa e tomada de consciência aplicam-se ao trabalho escolar, a convivência e as atividades de integração. A escola é uma instituição construída para facilitar a aprendizagem da juventude. Um dos âmbitos de participação indispensável é o do trabalho escolar. Trata-se de levar alunos a tomar parte na organização do trabalho escolar e de descobrir sentido pessoal e social da escola. Se a aprendizagem e uma função indiscutível da escola, a relação e a convivência, são hoje algumas das realidades mais importantes da instituição docente. A escola é um espaço onde vivem adultos e jovens por grande período de horas por dia. Isso supõe uma fonte de experiências de socialização e de educação moral de grande alcance. Nenhuma escola pode esquecer a organização das relações interpessoais e da convivência. Na medida em que a escola é um espaço de vida, recai sobre ela a necessidade de organizar os acontecimentos que fazem parte da vida das pessoas e da coletividade. Nesse sentido a escola é a ressonância das celebrações próprias da comunidade, aconselhando os momentos de festas que envolvam campanhas reivindicativas e solidárias e que organizem jogos, esporte, e competição.
O jovem tem o papel de participar nas atividades e na organização. Isso faz parte das tarefas de uma escola democráticas.
Nos dias de hoje, a verificação de aprendizagem nas escolas é um espelho fiel da pratica educativa das mesmas, com isso parece até que o tempo parou, pelo menos em alguns currículos e práticas pedagógicas. Atualmente é difícil observar o zelo da sociedade pela educação. Muitas escolas que se dizem inovadoras não passam de falsas enganosas. A escola que forma pessoas civilizadas e humanizadas é um espaço onde todos se encontrem e se sentem felizes pelas condições que lhe são oferecidas. Durante muito tempo o cotidiano escolar foi visto como uma simples rotina, algo monótono. Esse processo está sempre sendo afetado pelos acontecimentos da vida, e essa repetição se torna cansativa. Já está na hora da própria escola dar a volta por cima e apostar no saber e competências de seus professores e entrar em sintonia com a realidade.
Sabemos que o crescimento tecnológico facilita a vida de alguns, enquanto que outros vivem numa completa miséria. O ideal seria que fosse formado um homem consciente da realidade, ativo, pensador, honesto e questionador, uma pessoa que soubesse explicar suas opiniões e objetivos. Para a formação desse homem, o educador precisa se comprometer com os ideais comuns de transformação da sociedade, pois educar não é apenas passar conhecimento. O educador deve ser um serio e com proposta par seguir, deve abrir uma perspectiva de um mundo mais justo, ou seja, ser a imagem e semelhança do homem o qual se deseja formar.
A escola para todos se organiza de forma lógica, ou seja, de modo a incluir todos os termos do sistema. Uma escola onde se quer todos, se alegra com a conquista da abertura política, ela expressa valores e referências que não queremos abrir mão. Portanto essa escola é aquela que tem a obrigação da atribuir competências e habilidades a todos os alunos, respeitando sempre o limite do processo de desenvolvimento e cada uma.

Referencias bibliográficas

LIBÂNEO, José ? Organização e Gestão da escola ? Teorias e Prática ? editora Alternativa, 2001.

PELLEGRINI, Marlou Zanelli e GSCHWENTER. Eliane da Silva- A nova escola pública Ed. Gestão em Rede,1997.

RODRIGUES, Nelson ? D a mistificação da Escola à Escola necessária. editora Cortez [ 19??].
Autor: Marilene Barbosa Da Silva


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