Milícia na Amazônia



Ao
Jornal da Bandeirantes

A/C ? Jornalista - Ricardo Boechat

"Milícia" ? na Amazônia

Por mais que eu queira entender sua posição (ou da emissora que o Sr. representa) ? não consigo, sinceramente, ver como "milícia" aquela tropa formada em um aldeamento indígena, mostrado nas reportagens.

A palavra em si ? significa isso mesmo ? mas sinceramente ? e cá para nós ? não representa a mesma milícia que conhecemos e que atua por aqui no Rio de Janeiro e São Paulo e talvez nas grandes cidades brasileiras ? e é claro que não representa uma força legal constituída ? sei de tudo isso, perfeitamente.

É necessário aprender a separar de quando em vez o significado das coisas ? inclusive quando há evolução fática no significado das palavras. Hoje eu daria um novo significado aquele agrupamento, pelo seguinte:

a) a milícia daqui é formada por policiais (civil e militares) e por bombeiros ? que com uso de armas, achacam comerciantes e moradores a "contribuir" com sua organização de proteção; vendem gás e distribuem sinal de banda larga (pirateado), ou seja, o móvel do agrupamento é ganho pecuniário de forma ilegal. Bandidagem pois.

b) a milícia de lá, como divulgado, é formada por voluntários civis ? não remunerados, sem uso de armas e se agrupam com objetivo de dar segurança a aldeia. E a reprimir pequenos delitos, por ordem na casa.

De comum nos dois casos temos, portanto, a falta de segurança motivada pela omissão e ausência do poder público. Mas a forma de ataque ao problema parte de modo inteiramente diverso e distinto. Não há como usar a mesma palavra para definir os dois grupos. (A menos que interesses jornalísticos assim o determinem).

Mesmo que o Ministro do Supremo ? só enxergue a lei ? pois é assim que deve ver(?) e a lei é cega, sabemos nós. Para nós que vivemos na vida real ? não a acadêmica legal, não a de Brasília, não a do mundo jornalistico ? é perfeitamente compreensível que o povo procure dar solução aquilo que o incomoda tanto. E vou mais além ? acredito que o Cacique deu ao Brasil como um todo uma aula de civilidade e de administração, quando apesar das correntes contrárias ? achou uma solução viável para minorar o problema que aflige os seus como um todo ? ou seja tem visão de grupo e não de promoção pessoal de uma possível candidatura a cargo eletivo no futuro.

Acredito que se tivéssemos nós em cada bairro desse imenso país, atacado pela delinqüência o despreendimento do cacique, apesar das discordâncias legais e jornalisticas, não teríamos nós o sofrimento de ver todo dia os nossos jovens filhos morrer nas esquinas pelas mãos do tráfico, seja de tiro ou de overdose. Invés de o criticarmos se estivéssemos prestando atenção a sua sabedoria, talvez aprendêssemos mais a viver em grupo e a gerenciar a sociedade mais eficazmente.

A mídia cuida do lucro e daquilo que produz mais audiência o Cacique cuida dos seus ? fico com quem pensa no bem estar geral e não no seu particular, apenas.

Continuo seu fã.

Apolinario de Araujo Albuquerque
CPF 044.178.017-20 ? Id. 016.119-1 CRC-RJ Rio, 27 abril 2009.


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