Tributo à Isabela



TRIBUTO À ISABELA

(E A OUTRAS PEQUENAS VITIMAS)

Era uma menina de cinco anos... como muitas outras crianças... inocente, alegre, sonhadora.

Uma vida plena e uma promessa de realização.

Como muitas outras crianças anônimas que estão por ai, a fazer o que se espera de toda criança, viver sua infância, com suas brincadeiras, suas criancices, seus estudos.

Tudo aquilo que precisa e merece toda criança para se tornar cidadão digno, produtivo, feliz.

Sonegaram de Isabela seu direito à vida de forma cruel, desumana, doentia, (jogada pela janela de sua casa), assim como de muitas outras crianças, agredidas anonimamentea cada dia, na conspiração do silencio, da covardia e da omissão.

Tentei até o final me apegar como o naufrago se apega a tabua de salvação, a tese da "terceira pessoa" e me neguei da mesma forma a admitir a culpa do pai ou da madastra.

Infelizmente a realidade rebate nossa cara de forma dura, sem dó nem piedade.

Isabela ficou famosa... monopoliza a mídia... inocente em seu tumulo de morte.

E quantas crianças anônimas choram no silencio e na frieza de suas prisões, contras algozes impiedosos e desprovidos do mínimo sinal de consciência?

Adultos que agridem, matam e exploram-nas de todas as forma possíveis.

Esta é a ameaça que permanece como uma espada em fio frágil sobre nossas cabeças, como lembranças vergonhosas por nossas omissões e desinteresse.

Para cada criança que fica famosa, quantas permanecem anônimas, indefesas nas mãos de seus carrascos.

Isabela, ao se projetar no vazio, jogada pela janela, soltou seu ultimo grito de desespero.

Este grito clamaem favor das outras pequenas vitimas de atrocidades cometidas por adultos que não podem se chamar humanos.

Um grito que permanecera ecoando em nossas madrugadas mal dormidas e seu pequeno corpo caído no jardim, jogado por mãos que deveriam protegê-la e amá-la as ultimas conseqüências, no assombrará em nossos piores pesadelos, até que a próxima pequena vitima venha lhe render nesta missão macabra, repetindo e repetindo da sua ultima morada:

"Meu Deus, até quando?".

João Drummond

uando?".

João Drummond


Autor: João Drummond


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