Olhar-se e não reconhecer-se




Deixa aquela sensação de tristeza pelo dia anterior. Fica impregnada uma inutilidade, uma incapacidade de compreensão a própria vida sem tamanho nem peso. Porque não dá para mensurar a dor de não se encontrar ao se ver. Não se reconhecer ao se olhar. Não saber quem é, por ser sabe-se lá quem. Qualquer um, menos você. Fica aquela lágrima perdida, pronta para cair e te mergulhar em uma noite traiçoeira. Uma daquelas fases nebulosas onde o sono pesa, o corpo dói e os olhos não fecham, mas são induzidos a somente abrirem no dia seguinte. Daí vem o dia seguinte. Sem brilho, ainda que o sol se faça presente. Sem cor, ainda que seja uma sexta-feira (nesses momentos um dia estranho), ou qualquer outro dia. Porque tudo que mais se queria era ficar na cama, em casa, esperando um nada que leve para lugar algum, mas que te tire deste lugar. Estranho. Você no dia seguinte se sente estranho aos outros, até aos amigos. Não é nem de longe uma boa companhia para almoçar ou para um "happy hour". Por isso a solidão te convida. Ou você que vai até ela sem querer (querendo). Olhar-se e não reconhecer-se dói, mas não mata. Não transforma tudo em nada, mas pode mudar você. Depende então do que? De como você se enxerga e por qual janela da tua vida vê o mundo. Se por uma janela limpa ou suja? O mundo lá fora está conforme a janela da tua vida, através dela você faz tuas escolhas e muda ou aceita teu destino. Dor ou alegria. Busca pela felicidade ou solidão. Doença sem cura ou uma cura para a doença. Não é o que a vida fez de você, mas como você reagiu e aceitou ao que aconteceu na tua vida. Ao que acontece na tua vida.
Autor: Johney Laudelino Da Silva


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