Criação do BSC em resposta à Era da Informação



Criação do BSC em resposta à Era da Informação

Introdução
A mudança do paradigma industrial para o da era da informação trouxe necessidades fundamentais para que as empresas possam competir no mercado. A era industrial é marcada pela busca mecanismos que agreguem, através de novas tecnologias, valor aos ativos, possibilitando uma produção em massa.
Durante a era industrial, empresas como a Du Pont e a Geral Motors, criaram mecanismos para o controle do capital físico e financeiro. Um mecanismo criado foi o ROCE (Retorno Sobre o Capital Investido), que tinha tanto o objetivo de dirigir o capital interno para sua utilização mais produtiva, quanto monitorar a eficiência dos setores operacionais.
Os últimos anos do século XX lançaram as bases para advento da era da informação. As premissas estabelecidas na era industrial não eram suficientes para suportar competição no mercado, era necessário obter vantagens competitivas baseadas não apenas na alocação de novas tecnologias a ativos físicos.
A revolução proposta pela era da informação tinha como pressuposto fundamental o investimento em ativos intangíveis ou invisíveis em contra partida ao predominante investimento em ativos físicos. O investimento em ativos intangíveis permitiu que as organizações estreitassem os laços com seus clientes, lançassem produtos inovadores ou customizados e mobilizassem a as habilidades e motivação de seus funcionários para a melhoria contínua.

Potencial da Era da Informação
A era da informação, exigiu das empresas, uma nova postura a respeito de como essas organizações se posicionam no mercado e dos processos que regem a sua operação.
A empresa da era da informação opera com processos de negócio integrados que abrangem todas as funções tradicionais, combinando os benefícios da especialização funcional com a agilidade, eficiência e qualidade da integração dos processos.
A tecnologia da informação permite que hoje, a organização estreite os laços com clientes e fornecedores, integrando para isso os processos de suprimentos, produção e entrega, de modo que as operações sejam demandadas pelos pedidos dos clientes e não por planos de produção, que empurram bens e serviços pela cadeia de valores.
As empresas da era da informação devem aprender a conciliar e oferecer produtos e serviços customizados aos seus diversos segmentos de clientes, sem sofrerem nos custos das operações alta variedade e baixo volume. Devem combinar a eficiência e a agressividade competitiva do mercado global com a sensibilidade ás expectativas dos clientes.
Organizações que competem em setores de rápida inovação tecnológica devem dominar a arte de prever as necessidades futuras dos clientes, idealizando produtos e serviços radicalmente inovadores, e incorporando rapidamente novas tecnologias de produto para dar eficiência aos processos operacionais e de prestação de serviços.
Os funcionários devem agregar valor pelo que sabem e pelas informações que podem oferecer. Investir, gerenciar e explorar o conhecimento de cada funcionário passou a ser fator crítico de sucesso para as empresas da era da informação. No esforço de se transformar para competir com sucesso no futuro, as organizações estão lançando mão de diversas iniciativas para melhoria da motivação dos funcionários, do ambiente do trabalho, do acesso a informações vitais e da capacidade e possibilidade de agregar valor a organização.

Criação do BSC
O modelo contábil tradicional permite uma visão monocromática dos mecanismos que regem a tomada de decisão de uma organização, e dos processos apuração de resultados. O processo de gestão através de relatórios financeiros continua atrelado a técnicas contábeis desenvolvidas há séculos para um ambiente de transações isoladas entre entidades independentes.
Havia a necessidade de ampliar o foco, do ultrapassado modelo contabilidade financeira, de modo a incorporar a avaliação dos ativos intangíveis e intelectuais de uma empresa, como produtos e serviços de alta qualidade, funcionários motivados e habilitados, processos internos eficientes e consistentes, e clientes satisfeitos e fiéis.
O desejo de unir as capacidades de longo alcance e o objetivo estático do modelo tradicional de contabilidade financeira criou a síntese: o Balanced Scorecard.
Os objetivos e medidas do scorecard decorrem da visão estratégica da empresa, focalizando o desempenho organizacional sob quatro perspectivas:
? Perspectiva financeira: consiste numa forma de mensurar o desempenho financeiro da empresa, como crescimento da receita e margem bruta.
? Perspectiva dos clientes: consiste na avaliação da satisfação dos clientes tanto internos quanto externos, como a conquista de novos mercados por exemplo.
? Perspectiva dos processos internos: consiste na mensuração, principalmente, dos processos críticos organizacionais, como produtividade e desperdício.
? Perspectiva de aprendizado e crescimento: consistem na avaliação do aprendizado e crescimento das pessoas que atuam na organização, como criatividade e motivação.

Conclusão
A condução de organizações em ambientes complexos e competitivos requer um controle efetivo e bem estruturado dos indicadores respectivos ao ambiente que a cerca, sem o qual não poderiam manter a direção desejada para a excelência empresarial.
Assim, é imperativo que haja uma compreensão das metas e dos métodos, para que a empresa possa competir em ambientes cada dia mais complexos. O BSC oferece instrumentos necessários para alcançar o sucesso empresarial, ao traduzir com clareza a missão e as estratégias da empresa em um conjunto abrangente de medidas de desempenho que servirão de base para um sistema de medição e gestão estratégica. O Balanced Scorecard continua enfatizando a busca por objetivos financeiros, no entanto, utiliza-se de outras perspectivas não financeiras, do cliente, dos processos internos, e do aprendizado e crescimento, para monitorar o progresso na construção de capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o crescimento futuro.

Bibliografia
? KAPLAN, Robert S. e NORTON, David P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

Autor: Edward Barbosa


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