Água: Origem, Uso e Preservação



O ciclo das águas

As teorias dos antigos

Os antigos já desconfiavam da existência de grandes reservatórios de água, no interior da terra suspeitavam que esses reservatórios eram interminável e escorriam, através dos rios, em direção aos oceanos. Os reservatórios maiores formariam grandes rios; os menores dariam origem a rios pequenos, regatos, córregos.
Aristóteles, que foi um grande sábio e pesquisador e vivera três séculos antes de cristo, já criticava essas teorias, apresentando razoes irrefutáveis.Ele pode concluir, então que não poderia haver depositos com volumes suficiente para alimentá-lo indefinidamente.
Assim disse que "as regiões montanhosas e elevadas, semelhantes a uma esponja de poros reduzidos [...] filtram a água e a destilam, gota a gota, em uma infinidade de pontos. Pois recebem uma grande quantidade de chuva que cai e lãs esfriam o vapor que se eleva e o condensa de novo em água".
Alem disso, Aristóteles possuía uma noção muito clara sobre a umidade do ar, a formação de gotículas e, finalmente, de gotas de água que, sendo pesadas, caem à superfície na forma de chuva.
Finalmente Aristóteles parecia saber que essa umidade atmosférica que origina as chuvas provém, em grande parte, dos oceanos, ao afirmar: "Se a palavra oceano que os antigos empregavam é ambígua, ela pode designar esse rio de umidade que circula ao redor da Terra.a umidade se eleva, sem cessar, pelo poder do calor e desce novamente para a Terra sob influencia do resfriamento".
Após três séculos o poeta e filosofo romano Lucrecio, autor do poema intitulado Sobre a natureza, expõe uma outra teoria muito menos fundamentada: a de que as águas salgadas do mar, infiltrando-se pela terra, perdem seu sal, originando os rios que retornam ao mar. Teoria essa infundada.
Pode-se constatar então que Aristóteles proporcionou, portanto, um grande avanço ao demonstrar que a água desenvolve um ciclo, isto é, que é "a mesma água" que correndo pelos rios, chega ao mar, de onde é evaporada, para se precipitar novamente sobre os continentes, na forma de chuvas e neves, infiltrando-se no solo e alimentando novamente os rios.
É foi no século XVII, na França Edme Mariotte (1620-1684) e Claude Perrault (1613-1688), realizando medidas mais acuradas das precipitações pluviométricas e das vazões do Rio Sena, demonstraram que o volume das águas de chuva que caia sobre a bacia fluvial era comparável ao que escoava pelo rio durante o ano.
O conceito moderno, hoje se sabe que o ciclo da água esta ligado ao ciclo energético terrestre, isto é, a distribuição de energia proveniente do sol. Sendo em ultima analise, a responsável pelo transporte da água do mar, assim como a do solo e da vegetação, para as grandes altitudes atmosféricas, constituindo assim nuvens, de onde se derramam, na forma de chuva e de neve, sobre os continentes. Apesar da enorme distancia que nos separa do sol, a quantidade de energia _ calor, luz e outro tipo de radiação _ que atinge a Terra é cerca de 15 milhões de vezes maior do que a gerada, por exemplo, na usina de Itaipu, no Rio Paraná, uma das maiores instalações geradora de energia do mundo.
A energia calorífica do sol, aplicada à superfície das águas _ dos oceanos, dos lagos, ou ao próprio solo úmido, produz a sua evaporação, ou seja, o enriquecimento do ar em vapor.
A física nos ensina que a energia não é perdida (primeira lei termodinâmica). Assim, a energia que do sol que proporcionou a evaporação e a subida da água para a atmosfera fica acumulada nessa água.
Do total de chuva que caem na superfície apenas 30%, escoa diretamente para os rios. A maior parte, porem, infiltra-se no solo, preenchendo os espaços vazios existente entre os grãos de argila, de areia ou de rochas mais consolidadas, formam depositos de água subterrânea.
Parte da água infiltrada vai localizar-se a pequena profundidade,
encharcando as areias ou argilas da superfície, constituindo o chamado lençol freático. É a água que conseguimos captar em poços relativamente rasos, com poucos metros de profundidade. Outra parte consegue, entre tanto, penetrar lentamente a profundidades muito maiores _ centenas ou ate milhares de metros _ atravessando rochas muito duras e juntando-se a areia s ou argilas situadas abaixo delas.

As enchentes e inundações

As enchentes e inundações ocorrem com maior freqüência em regiões desérticas. Onde a ausência de vegetação reduz a absorção das águas pelo solo e facilita seu escoamento superficial, levando ao enchimento rápido dos rios.
Os problemas de inundação decorrem, em primeiro lugar, do fato de o homem fixar suas cidades e suas atividades no interior dos vales, próximos aos grandes rios.

MURGEL, Samuel Branco. AGUA Origem, uso e prevenção. POLÊMICA 19ª impressão. JPBC MON [19--?]
Autor: Marilene Barbosa Da Silva


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