Se faz ao caminhar



Estou agora na madrugada chuvosa, pensando em você ? olhando sua face e sentindo sua presença querendo mais consolar-me do que verdadeiramente consolar-lhe. A contradição assalta-me o espirito ? a dúvida da ignorância se faz presente ? o não saber para onde ir me aconchega e fico preso nessa gaiola sem poder voar. É madrugada fria, talvez o aconchego do meu cobertor na reflexão me liberte, o me ver sozinho diante de mim mesmo ? não me livrará dos meus conceitos ? mas seguramente a reflexão sobre as minhas amarras pode significar uma porta pela qual eu possa fugir.

Contradição

Quando nascemos como tábua rasa ? somos puro instintos ? nossa vontade embrutecida luta por tudo ou nos acovarda ? nossa percepção turva e vida é vista de modo disforme e opaco. O mundo que nos cerca ? produz um bando de diabos que vão nos perseguir onde quer que vamos ? são preconceitos, complexos, covardias, paixões, sentimentos baixos, negativismos e medos que nos dominam, aprisionam e nos amarram ? nascemos assim embrutecidos pela animalidade existente em nós. O que justifica e anima nosso comportamento diante do mundo e coordena nosso relacionamento ao meio. Somos, por conseguinte, prisioneiros desses diabos.

Somos assim condenados a viver numa prisão ? a prisioneiros da ignorância ? e por todos os lugares onde formos a levaremos conosco e juntamente com essa ignorância também estarão presentes todos os problemas que ela acarreta ? irritações, desentendimentos, brigas, crises e mal estar geral ? razão porque não podemos fugir desses demônios. Onde quer que estejamos lá estará todos e suas múltiplas consequências. Por isso não se pode fugir ou viajar para longe ? porque estes diabos estarão acostados a nós e não vão nos deixar, porque constituem nossa personalidade.

Mas, de outro lado, também é verdade que você pode através de trabalho intenso pode se livrar desses demônios que lhe aprisionam ao seu corpo ? ao seu instinto animal. Basta discernir o que você afinal quer da vida. Através de reflexão você vai poder decidir ? se quer ou não voar para fora dessa gaiola e projetar-se livre como um pássaro na imensidão do céu azul.

Para tal proeza você terá de fechar os olhos ? olhar-se como se estivesse em um espelho e ver-se como gente ? racionalmente decidir que pessoa será e porque quer ser assim ? se for para ser melhor, mais livre, ter domínio integral de seu corpo, de sua mente, de suas paixões, de seus sentidos e sentimentos ? trate de dar trabalho ao corpo, trate de coibir-lhe os instintos ? governando seu comportamento ? sua atenção, pensamentos, palavras e ações.

Trate de observar todo santo dia ? através de meditação diária, por uma hora ou trinta minutos o que fez em função de sua liberdade ? procure seu aconchego ? feche seus olhos e busque a reflexão ? olhando-se e conversando consigo mesmo sobre suas fortalezas e suas fraquezas. Procure ser rigoroso para com o corpo ? porque ele não vai gostar de treinamento ? não gosta de medidas ? no comer, no beber, na paixão, nos vícios e na preguiça. Exercite o seu corpo ? que é uma maquina maravilhosa a qual quanto mais trabalha mais acumula energia para gastar ? exercite sua mente ? pois quanto mais profundamente for trabalhada, mas claramente poderá ver o verdadeiro caminho dos viajantes.

Na primeira hora da reflexão é fundamental que você decida ? quem manda em quem? Ou você manda no seu corpo e na sua mente ou seu corpo torna-se o dominante. Daí estará aberta a porta para a instalação dos vícios e amarras que o ira ancorar ? nos sentimentos baixos e nos prazeres, como: mentiras, falsidades, ódio, vingança, - que o conduzirão aos problemas pessoais na coletividade; e aos vícios da bebida da comida e da preguiça ? que o conduzirá a não realização de sonhos e projetos e tornarão seu corpo físico imprestável.



Apolinario de Araujo Albuquerque Rio, 28 abril 2010.


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