Um monstro chamado ansiedade



Um dia acordamos com uma sensação de "não sei quê"... É uma sensação estranha que, às vezes, se manifesta por suor excessivo, dor no estômago, respiração ofegante, uma pressa sem motivo. Sentimos uma excitação, uma aceleração do pensamento como se estivéssemos em perigo: É a tão falada "ansiedade". Esse estado ansioso provoca agitação, sensação de angústia como se estivéssemos sem ar ou com a garganta oprimida, taquicardia, irritabilidade, tensão, sensação de não conseguir ficar parado, roer unhas, puxar o cabelo. A necessidade de ficar mexendo em algo, ocupar pés e mãos ou falar compulsivamente demonstra a instalação do estado ansioso. Para nós, mulheres, é pior ainda: Corremos para abocanhar um doce ou chocolate, (numa ocasião dessas, já comi um pote de sorvete de quinhentos gramas) e, assim, concorremos para a aquisição de quilinhos extras.
A ansiedade é um dos grandes problemas dos nossos tempos de vida agitada, de estresse, de competitividade. Somos estimulados em demasia pela vida moderna e estamos sempre sendo exigidos, cobrados de alguma forma, no trabalho, na família, no grupo social e nas relações amorosas. Isso requer de nós um grande esforço de elaboração e raciocínios rápidos, o que facilita a ocorrência da ansiedade. Buscamos soluções rápidas para os nossos problemas, vivemos, hoje, o amanhã. Queremos ter respostas antecipadas e não sabemos esperar, preocupando-nos mais com o vir a ser, vir a ter, sem viver o momento presente com suas boas e más situações. E isso nos envelhece rapidamente, estraga a pele, tira o viço do cabelo, enfraquece unhas e mexe com nosso metabolismo.
Todavia, se esses sintomas estão presentes em sua vida, não se apavore, você não é a única, ou o único. Milhões de pessoas neste instante estão passando pelo mesmo quadro. O estado ansioso é comum e pode ser superado. Quando se torna excessivo, já é um caso patológico e aí precisamos correr em busca de auxílio de profissionais da medicina ou da psicologia. Existe até quem diga que é benéfico esse estado para a nossa psiquê, por ser inerente ao ser humano e tratar-se de uma resposta do organismo diante de estímulos perigosos. Dessa forma, o nosso corpo reage às pressões externas acendendo o sinal vermelho.
Sendo uma reação orgânica inata do organismo humano, o problema começa quando ela passa dos limites. Quando isso acontece, as pessoas tornam-se incapazes de enfrentar pequenos estresses, ficando imobilizadas diante das circunstâncias e inaptas à reação de luta e enfrentamento. Não raramente, o estado patológico da ansiedade oportuniza o surgimento de úlceras e gastrites. Se for apenas um estado momentâneo, é possível controlá-la através de exercícios de respiração, de meditação, ou identificando as causas e removendo-as. O essencial é sermos honestos conosco mesmos e, sem máscaras, olharmos para dentro de nós e procurarmos a essência do nosso dia a dia. O que queremos? O que buscamos? O que é importante para nós?
A reflexão sobre nossos atos e atitudes, o olhar de outra forma para nossos problemas, ajuda a disciplinar as crises de ansiedade e a domar "o monstro". Concentrando-nos no presente, temos a possibilidade de mudança para uma qualidade de vida melhor e mais saudável.


Autor: Lucia Czer


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