ESCRAVIDÃO E GUERRA



UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANS
ACADÊMICO: JULIANO VILMAR DOS SANTOS

O movimento contra a escravidão começou onde ela não existia. O norte dos estados Unidos queria o trabalho livre, ao sul o trabalho escravo. Em 1850 foi criada uma lei em que era proibido esconder fugitivo. Com o intuito de contestar esta lei foi produzido o romance Uncle Tom?s cabim. Uma mulher é perseguida por homens e por cachorros. Seu filho acabava de ser vendido e a única alternativa era procurar o estado em que a escravidão era proibida. Numa ação de desespero a mulher é obrigada a pular no rio, saltando em pedaços de gelo flutuante e conseguindo a liberdade.
Em Massachusetts, William llyd Garrisson (1838-1909), chamou a nova lei de convênio com a morte. O assunto sobre a abolição da escravidão foi tema para inúmeros poetas e oradores, porém não superior a Castro Alves. Alguns escritores defendiam a abolição da escravidão do mesmo modo que defendiam o vegetarianismo e os demais grupos transcendentalista, apenas utópico.
Outro grupo de transcendentalistas foi os Quakers. A seita religiosa foi uma das pioneiras a libertar seus escravos e a ajudar a exilar os escravos foragidos. Whitter um dos quakers escrevia sobre escravidão na mesma calma que escrevia sobre qualquer outro tema. Ao contrário do Brasil em que a palavra em prol do abolicionista era de um sentimento patriótico, de liberdade, buscando despertar a sociedade para tais atos, nos Estados Unidos a palavra como liberdade não exerceu grande importância, visto que isso fora resolvido através de guerras sangrentas.
A vitória dos republicanos elegendo Abraham Lincon à presidência, foi prenúncio que a guerra não tardaria. Sete estados do sul se deslembraram da União. Falha a contenção de paz entre Estados do sul e os do norte, Os estados do sul expulsaram as tropas do governo da Carolina do Sul. Em setembro de 1863, Lincoln lançou sua proclamação abolindo a escravidão.
Toda a guerra serviu como engrenagem para o início do romance de guerra. Tudo o que até se escondia sob o manto puritano, desvela-se, as atrocidades, o realismo, o heroísmo dos combates são relatados. Entretanto não era apenas uma linguagem crua, e sim um romance. Crane foi o primeiro a demonstrar todo o heroísmo do soldado em guerra, lutando muitas vezes sem saber o porquê, por motivos irracionais ou coletivos. Ambrose Bierce (1842-1914) especializou-se em contos da guerra civil, sendo que seus personagens apresentavam uma linguagem irônica e marmórea. Seus heróis aparecem geralmente montados em cavalos brancos, com sua bela farda. Crane, ao contrário, falava em forma de gírias como adivinhando os futuros romances de guerra. Crane deu uma nova roupagem às despedidas, saindo do tom lamentoso que até então era no estilo romancista, para um modo mais racional, em que a notícia da despedida é dada aos poucos, como forma de preparar a receptora e evitar as lamentações. Outra característica sua é que os heróis são apresentados como seres humanos que além de atos sublimes pelo seu povo, são pessoas que possuem medo. Crane vê o homem verdadeiro.
Foi com a guerra civil nos estados Unidos, que a fotografia, assim como Crane, também começou a mostrar a cenas que aconteciam nas guerra, como corpos dilacerados, sangues derramados, que até então eram ignorados. Isso influenciou todo o mundo, o que era vulgaridade, animalismo, inadmissível passou a ser aceito e aos poucos tido como essencial. Na literatura francesa aparece o poilu, o soldado desgrenhoso e barbudo, substituindo o famoso figurino militar. A pluma no boné perdeu o prestígio para os pelos da barba e as marcas de sujeira.
A poesia também teve destaque, e a guerra civil deu inspiração à Stephen Bebét( 1898 ? 1943 ) com o poema Jonh Brown ?s Body. Fez a trajetória completa da escravidão, desde os navios negreiros que lhe deram início. Possuía ora um estilo leve de retratar esse tema, ora um estilo filosófico. Abraham Lincoln é a figura histórica mais vezes invocada em toda a ficção da guerra. Com seu xale de lã sobre os ombros, ele sempre aparece nos poemas trazendo patia e ternura. Inclusive no poema Jonh Brown ?s Body , também preocupado com o futuro do país. Outros poetas como Carl Sandburg, Vachel Lindsay , também retratam a figura de Lincln como um herói.
Autor: Juliano Vilmar Dos Santos


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