Muitos entre nós preferem a ignorância como a saída mais fácil para a manutenção da felicidade.



Por mais de uma vez me vi em meio a seguinte questão: mais vale saber ou ignorar? Tenho minha própria opinião a respeito, mas não a pretenção de apresentá-la como a resposta correta, pois possuo a convicção ainda maior de que o importante é promover a reflexão.
Você já parou um instante para pensar que sua felicidade depende da totalidade das informações que você adiquiriu durante a vida? Agora, examinemos o seguinte caso: você possui uma informação integralmente verídica e que no entanto revelaria a outra pessoa uma situação que indiscutivelmente trará dor e sofrimento a ela. O que fazer?
Partimos da hipótese de que a outra pessoa é feliz na condição que está. A condição a qual me refiro é a de ignorar a parte da realidade que você conhece. Alguns afirmam que a outra pessoa não pode ser feliz de fato enquanto perdurar na ignorância e que a felicidade está ligada a perspectiva que temos da vida, do olhar que lançamos sobre ela.
Antes que você tome qualquer decisão, vale lembrar que aquele que ignora pode permanecer nesta condição por opção própria ou de outrém. Logo, será que a outra pessoa está disposta a saber? Muitos entre nós preferem a ignorância como a saída mais fácil para a manutenção da felicidade.
A informação que você detém é, em outras palavras, PODER. O poder de mudar a vida de pessoas através da informação ou da desinformação. O conjunto de informações de cada um de nós cria diversos panoramas distintos e particulares sobre uma mesma realidade, que ao final de tudo ninguém conhece.
Neste exato instante estou alterando sua perspectiva sobre a realidade. Cada indivíduo influencia o outro distorcendo o quadro que se apresenta diante de seus olhos. Não como em uma televisão, onde de forma passiva observamos as emissões de luz que emergem da tela. Seria mais como uma pintura, onde a tinta nunca seca.
Que tal enxergar um pouco mais dessa tela, nos afastando. O risco que corremos é o de ver o que não nos agrada ou ainda nos confrontarmos com a frustração de não conseguirmos ver toda a tela devido a nossa condição humana.
Tão difícil quanto entender como o outro avista a tela é conseguir se afastar. Nossos pés são presos firmemente ao chão pelas crenças, pelos dogmas e pelos pré-conceitos repassados geração após geração. A tradição deveria ser entendida como a herança da memória dos nossos antepassados e não como uma barreira para o conhecimento.
Já dizia Einstein em sua Teoria da Relatividade que toda matéria distorce o espaço ao seu redor. E esta distorção é proporcional a quantidade de matéria. Acredito que o conhecimento tem influência semelhante sobre a o espaço que percebemos.
Reflita um pouco sobre quem detém esse poder atualmente. Quem pode moldar a "realidade" seguindo interesses particulares? Como perceber o que é real e o que é fictício? Bem, não é fácil e não esperávamos que fosse.
Toda criança atravessa a fase dos porquês. E logo aprende que não conseguirá todas as suas respostas de mão beijada. De tanto perguntar e observar começa a se questionar diante das contradições que verifica nos adultos.
Um dia essa fase passa, e é uma pena. Não sei por qual motivo deixamos de questionar. Somos levados a aceitar as coisas como são e ainda ter que ouvir que sempre foram assim e nunca deixarão de ser. É o começo da triste fase da aceitação tácita, das verdades indiscutíveis, do hoje sem memória. Esta fase é agora.
Autor: Homero Barbalho


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