Cadeia Produtiva De Gemas E Jóias Da Paraíba



CADEIA PRODUTIVA DE GEMAS E JÓIAS DA PARAÍBA: ações propostas o para desenvolvimento do setor

Os arranjos produtivos locais representam um importante fator de desenvolvimento regional devido principalmente às sinergias formadas através da integração de produtores de matéria-prima, prestadores de serviços, manufaturadores, comerciantes e instituições de apoio.

As regiões produtoras de gemas são, geralmente, pobres e dependem de incentivos provenientes de políticas públicas para o seu desenvolvimen-to sustentável. A partir de 1998 um programa de incentivo à exportação de produtos de alto favor agregado criado pela APEX – Brasil em convênio com Instituto Brasileiro de Gemas e Metais preciosos – IBGM contribuiu para consolidação e desenvolvimentode algunsimportantes pólos produtores de gemas e jóias. Tais ações foram mais concentradas nas regiões Sul e Sudeste do país e produziram impactos positivos na competitividade das aglomerações produtivas, diminuindo a informalidade, fortalecendo o cooperativismo e ampliando o acesso das micros e pequenas empresas ao crédito como forma de aumentar o número de empregos, melhorar a renda, profissionalizar jovens e promover a inclusão social.

Neste contexto, implementar e desenvolver ações em arranjos produtivos locais num estado da região Nordeste implica muito mais que promover o acesso das pequenas unidades produtivas aos serviços tecnológicos, financeiros e legais. Implica, primordialmente, em direcionar esforços no sentido de redesenhar uma política de desenvolvimento regional reconhecendo as diversidades, as especificidades e a vocação da região e do seu povo.

O MERCADO DE GEMAS E JÓIAS

A cadeia produtiva de gemas e jóias é representada por um sistema de atividades que engloba a extração da matéria-prima, a lapidação de pedras, a transformação em produtos e sua comercialização.

O Brasil é conhecido internacionalmente como importante produtor de pedras preciosas. Estima-se que em seu solo estão 35% das reservas mundiais. É o único produtor de topázio imperial e turmalina Paraíba e o segundo produtor de esmeraldas. Produz também grandes quantidades de citrino, ágata, água-marinha, ametista, turmalina, topázio e cristal de quartzo.

O setor demanda uma política pública adequada e estável para diminuir a informalidade e promover a competitividade das exportações.

Apesar da ausência de uma política de exportações mais eficiente e abrangente em torno do porte e da localização das empresas produtoras, o setor de gemas e jóias é um forte gerador de divisas no país. Em 2004 o setor exportou em torno de US$ 667 milhões, o que corresponde a 46% da produção estimada, evidenciando assim o impacto positivo na balança de pagamentos brasileira.

A cadeia de gemas e metais está entre os setores considerados dinâmicos, pois o comércio mundial de seus produtos cresce acima de 4% ao ano e o Brasil aumentou sua participação neste mercado de 0,5%, em 1999 para 1% em 2004.

O segmento mais deficitário é o de lapidação de pedras. O Brasil exporta em estado bruto a ametista e a ágata para a Alemanha e Tailândia respectivamente, além de outras pedras importantes como o quartzo, a turmalina e a esmeralda.

O processo de lapidação agrega de 50 a 100 vezes o seu valor, segundo IBGM. Isto posto, torna-se evidente a perda de recursos para a economia. Investimentos em formação de mão-de-obra e aquisição de equipamentos seriam medidas adequadamente para promover o beneficiamento interno dos produtos e gerar internamente, além das divisas valiosas, os empregos exportados junto com a matéria-prima.

Os lapidários, além dos benefícios que produzem para a região onde estão localizados, tradicionalmente impulsionam a indústria joalheira, setor também intensivo em mão-de-obra que, normalmente, atrai jovens em seu primeiro emprego, pois a mão-de-obra joalheira é formada dentro do próprio ambiente de trabalho.

Medidas propostas para consolidação do arranjo produtivo da Paraíba

As ações necessárias para dinamizar o setor de lapidação de gemas no estado da Paraíba poderão ser implementadas através de uma política específica para o setor mediante as seguintes etapas:

-pesquisa de campo para obtenção de dados quantitativos e qualitativos do setor;

-elaboração de um projeto setorial da estrutura produtiva do setor, enfatizando: as vantagens comparativas naturais; as existências de vantagens competitivas e os principais gargalos restritivos ao seu desenvolvimento;

-plano de incentivo ao desenvolvimento do setor envolvendo as entidades de apoio na área de qualificação de mão-de-obra; suporte financeiro; marketing para fortalecer a imagem das gemas da Paraíba e , numa segunda fase, das jóias que serão montadas com as pedras lapidadas da região.

-incentivo e apoio ao associativismo;

Resultados esperados:

-Aumento do emprego e da renda nas comunidades envolvidas no arranjo produtivo local;

-fortalecimento dos elos da cadeia produtiva e surgimento de pequenas e micros empresas correlatas(prestadoras de serviços, comércios de suprimentos, etc.)

-redução da informalidade e consequentemente aumento de emprego formal;

-profissionalização de jovens e melhoria da qualidade da mão-de-obra existente;

-aumento de arrecadação na região devido ao valor agregado na manufatura das pedras;

-inclusão social.

Zita Oliveira *

Perfil acadêmico

*mestra em economia – PIMES/UFPE

*especialização "lato-sensu" em desenvolvimento regional – arranjos produtivos locais.

Pós-graduanda "stricto-sensu" em engenharia da produção – UFPE.

Linha de pesquisa atual: melhoria do processo produtivo do setor de jóias e acessórios intensivos em design.


Autor: Zita Oliveira


Artigos Relacionados


A Realidade Do ArtesÃo No Brasil

Engenharia Clínica: Um Passo Rumo à Acreditação Hospitalar

Cultivo De Flores

A ImplementaÇÃo De PolÍticas De InovaÇÃo Em Pequenas E MÉdias Empresas

Resumo Histórico Sobre Os Médicos Sem Fronteiras

Roraima. Um Estado Em Desenvolvimento.

O Desenvolvimento Tecnológico, Globalização E Os Bancos