MITOS DO COTIDIANO



MITOS DO COTIDIANO

É muito comum ver nos veículos de comunicação, notícias de fugas mirabolantes de presos.
Certa vez, ouvi em um noticiário que dezenas de presos fugiram por um túnel e ganharam a rua através dele.
Após o ocorrido foi feita uma perícia para averiguar as causas da fuga e chegou-se a conclusão que, as ferramentas usadas nas escavações foram feitas de colheres. Pois bem, não deveriam entrar em um presídio objetos metálicos que possam ser usados como armas.
O pior de toda essa enganação é que não é cabível alguém cavar um buraco no concreto com uma colher. Aquele que atesta isso, se não mascarou seu laudo pericial no mínimo nunca tentou quebrar uma calçada de concreto com marreta e talhadeira.
Outro mito é atestar que a areia da escavação ficam guardadas em sacos dentro da própria cela. Isso não é possível, as celas vivem lotadas e as cadeias não fabricam sacos, como esses detentos conseguem tantos sacos. Para cavar um túnel seriam precisas muitas carroças de entulhos saindo de lá.
Quem já cavou uma fossa séptica, ou retirou a raiz de uma árvore, furou poços, ou simplesmente observam detalhes sabe exatamente do que estou falando.
É humanamente impossível essa operação sem a conivência de parte do sistema, sem a ajuda mecânica ou sem a ajuda de ferramentas pesadas. Caso não seja assim só nos cabe imaginar que as cadeias são propositalmente construídas sobre terrenos próprios para escavação e sem nenhuma concretagem.
Visto que nossos legisladores não alcançam competência para defender o povo, fico feliz pelos que fazem a sua parte, no combate a esses mitos do cotidiano. Acredito que nessa questão específica a OAB pode e tem dado sua contribuição para que se punam os responsáveis pelas fugas.
Afinal nossos representantes das urnas estão muito ocupados votando projetos importantes como colocar nome de família de políticos em ruas do seu bairro. Eles não podem desperdiçar as verbas sociais com problemas tão pequenos como a defesa civil, a reforma tributária ou jurídica ou previdenciária ou a falência do sistema prisional.
O povo não precisa de saúde, educação ou segurança, o povo precisa de nome de ruas que homenageiem os políticos. Talvez por isso esteja sempre na rua da amargura.

É só uma indignação, afinal só mudam os palhaços, o circo continua o mesmo.


Autor: Cesar Gonçalves


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