Desigualdade Social: O Brasil nosso de cada dia.



Desigualdade social: O Brasil nosso de cada dia

Azenate Lopes de Lima Soares
Universidade Federal de Pernambuco
Recife - PE, Brasil
Julho / 2010


Resumo: Este trabalho busca apresentar de forma clara e objetiva, o aspecto responsável pelo grande e rápido declínio de qualquer sociedade que se diz civilizada: as desigualdades sociais. Esse "fenômeno" tão comum entre nós, gera uma reação em cadeia de grandes proporções, onde se não tomarmos uma atitude rápida e eficiente seremos "devorados" por nós mesmo, ou seja, nos transformaremos em verdadeiros canibais sociais "civilizados".
Palavras -Chave: Pobreza, educação, desigualdade, sociedade.

1.Introdução

As relações que os seres humanos estabelecem entre si e com a natureza, de caráter econômico, político, cultural, produzem modos de ser e de viver e definem, a cada momento, o que será considerado imprescindível ao bem viver: um conjunto de bens e serviços, produzidos por toda a sociedade, que poderão ser usufruídos. Materializado nos objetos de consumo, nos produtos e bens materiais ou simbólicos e nos serviços, encontra-se o trabalho humano, realizado sob determinadas relações e condições, ou seja, um simples presente de natal pode representar algo que vai além de uma simbologia natalina.
As relações existentes entre os homens em sociedade podem ser analisadas a partir das relações de trabalho e consumo, mas ficam muitas vezes obscurecidas pela frequente afirmação de que todos são igualmente livres tanto para trabalhar e escolher um tipo de trabalho como para consumir. Essa afirmação não considera as desigualdades de acesso ao trabalho, aos bens de consumo e aos serviços, ou a distribuição diferenciada entre as classes sociais. Consumir, portanto, não é um ato "neutro": significa participar de um cenário de disputas por aquilo que a sociedade produz e pelos modos de usá-lo, tornando-se um momento em que os conflitos, originados pela desigual participação na estrutura produtiva, ganham continuidade por meio da distribuição e apropriação de bens e serviços.(Parâmetros curriculares nacionais ? trabalho e consumo).

2. O Presente de Natal

A nossa sociedade é dimensionada em classes, logo, vai existir uma classe que domina e outra que é dominada, isso é óbvio. Agora a forma de dominação e submissão é definida o quanto de "grana" o individuo tem pra gastar. Ora, se eu tenho muito dinheiro, logo sou rico e posso dominar. Se eu tenho pouco dinheiro, logo sou pobre e serei dominado. Essa é a mais nua e crua verdade. Mas se essa desigualdade tão agressiva imposta aos mais fracos acabasse? O que seria dos dominados? Essa é uma das pergunta que faz tremer a nossa sociedade como um todo. Os mais poderosos ficarão mais fracos e os mais fracos se tornariam mais competitivos.
Esse tipo de questão é exatamente o que os poderosos mais temem, imaginem só? Eu, pobre, filho de operário, sem saber me expressar de acordo com a norma culta, sem roupas de grandes grifes, descendo de um ônibus lotado, frequentando os mesmo ambientes que os "senhores do mundo", acho eu, que isso seria de matar do coração muita gente. É isso mesmo, matar do coração mesmo! Pois tem pessoas que não suportaria tal "humilhação", existem indivíduos que jamais voltariam a um lugar onde estivesse esse "tipo" de gente.
Essas pessoas que se dizem civilizadas, temem esse modo de pensar porque, de alguma forma perderiam um pouco de seu poder e ficariam não tão distante ? ao menos fisicamente, desses "seres inferiores". Seria tudo tão diferente se essa desigualdade social (ao menos financeira), fosse diminuída, acho que muitos fenômenos sociais seriam extintos e tudo seria visto de forma menos agressiva.
Os presentes de natal teriam menos valor financeiro e mais simbólico e sentimental (o que realmente tem que ser). Acho eu, que tudo isso vem de problemas enraizados em nossa sociedade desde a colonização pelos "patrícios". Sua sociedade puramente aristocrática, só visava os mais ricos e os mais pobres cada vez mais pobres. Ricos estudavam pobres trabalhavam (quando existia trabalho) e foi em cima dessa base tão alagadiça intelectualmente que nossa sociedade se desenvolveu. A base pra uma determinada sociedade, civilização, seja lá o que for, crescer bem e com saúde social, sem dúvida nenhuma é a educação, sem essa mentalidade nada funciona. Com educação, criam-se oportunidades, quebrarem-se preconceitos, geram-se seres pensantes e produtivos, ou seja, é à base de qualquer país que visa o desenvolvimento e o igualitarismo social.

3. Ricos bem ricos X Pobres bem pobres.

No Brasil, existem pessoas muito ricas, ou pessoas muito pobres, não tem um meio termo. Os pobres vivem como tal e os ricos vivem com medo dos pobres, pois são eles que ameaçam sua vida de "nobres donos do mundo". Ser rico nesse país é uma tarefa que exige muita coragem; explico o motivo. Os que tem muita grana pra gastar e esnobar, não dispõem de algo fundamental para uma vida bem vivida; a liberdade. Essa tal liberdade, chega a se tornar um sonho e ao mesmo tempo um grande pesadelo para os donos do dinheiro. Não podem frequentar praias, bares, cinemas, comer um cachorro quente com os amigos (se é que têm) na esquina, ou seja, vivem com muito dinheiro, mas não vivem de verdade. Suas casas são cercadas de verdadeiras muralhas, grades e em muitos casos cercas elétricas. São prisioneiros de suas próprias criações (os pobres). Se ao invés de enxergarem a vida por essa ótica tão distorcida e tão separada, os ricos, lutassem por melhores condições de vida para os pobres e tentassem lutar por uma distribuição de renda mais justa e igualitária, acho eu, que "os donos do mundo" teriam mais sossego em gastar seu "dinheirinho".

Referências
[1] BUARQUE, Cristovam. Os instrangeiros. A aventura da opinião na fronteira dos séculos. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2002.


Autor: Azenate Lopes


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