Casamento, Amor e Utopia



A nova lei do divórcio, chamada PEC do amor, foi promulgada e foi, também, motivos de discussões por parlamentares, uns apoiaram outros nem tanto, mas enfim saiu.
Diversas foram as discussões, uma eu ouvi na rádio Senado, onde o Senador Crivella disse que esta mudança na constituição traria um problema às mulheres, elas sairiam perdendo, pois estariam acabando com a família.
Não entendi direito o que ele quis dizer em acabar com a família e isso ser contra as mulheres, pois a família é composta de um conjunto, homens e mulheres, sejam crianças, idosos, jovens.Por que só a mulher sairia perdendo, preconceito, machismo, inferiorização da mulher?
A instituição família da forma com que a igreja vê, de forma arcaica, já esta falida e não tem mais o que se fazer, para voltar os moldes de antigamente, o que eu acho muito bom, pois hoje as famílias chamadas "colcha de retalhos", são as que realmente existem e persistem a existência.
As famílias de hoje são formadas de pais separados, mães de outros casamentos, onde se encontra filhos de um, de outro e filhos em comum. Família esta muito atacada pela igreja, mas é o modelo de família daqui para frente, não deixando de fora também a família dos homoafetivos que são tão família quanto qualquer outra. E é com base nessas famílias que as leis devem ser criadas, sem discriminação a quaisquer integrante.
Não consigo enxergar onde a mulher perderia com o divórcio direto, sendo que na maioria das vezes, salvo casos raros, é a mulher que sofre, no casamento falido e com essa nova lei ela poderá se ver livre de um mal que poderia perdurar tempo demais.
Disseram também que essa Emenda Constitucional, intitulada PEC do Amor, deveria chamar PEC do Desamor, pois bem, será um casamento forçado, onde a mulher tem que se sacrificar para mantê-lo, que manterá a família, o "amor". Que amor pode haver em um lar onde não há mais entendimento, diálogo, onde as brigas já extrapolaram as divisas da rua e adentraram os tribunais por conta de violência doméstica. Seria essa família que tem que manter a todo custo, que amor é esse que resta em casos como este.
Devemos ser livres para que possamos amar e viver com quem quisermos. Somos livres, nascemos livres, a constituição nos delega a liberdade por que ela mesma teria que nos dar lapso temporal para pensar, se queremos ou não ser livres. Havia ai um conflito de vontade e interesses, que com a nova mudança não o terá.
Acredito que leis existem para traçar um limite entre onde começa e termina a minha razão em relação a outrem, para impor limites à sociedade mantendo-a em harmonia, mas nunca deveria se criadas leis para que seja limitado a quem devo ou não amar, com quem devo ou não permanecer em um "casamento" ou "família", principalmente se esse "casamento" ou "família" estiver falido ou à beira da falência.
Parafraseando o Pe. Zezinho, em relação a alteração da Constituição: " ...chamam isso de utopia, eu a isso, chamo PAZ...."
Autor: Eduardo Dalla Costa Rodrigues


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