DOAÇÃO/ADOÇÃO DE CRIANÇAS - Um problema Nacional



Pesquisas elaboradas entre as décadas de 50/60 formaram uma opinião negativa dessas mães, pois os pesquisadores acreditavam que elas tinham algum tipo de desvio psicológico.
"A percepção que se tem da mãe doadora é de alguém que tem desvio patológico" Hatman 1994)
A mãe que doava seu filho era vista, como aquela que por despreparo, ou gravidez indesejada, ou mesmo por situação financeira dava seu filho para o preservar de uma criação difícil e até perigosa.
Por outro lado aquela que o abandonava, era vista como desequilibradas, cruéis e desnaturadas.
No final da década de 90, foi sugerido que não se usasse mais o termo abandono, e sempre usar o termo "Doação" para evitar que essas mulheres fossem oprimidas e rotuladas.
Diversos são os fatores que incentivam a mãe á doar seu filho, entre eles podemos citar alguns como: Social e econômico, infância de violência, dificuldades de relacionamento, falta de apoio familiar, imaturidade.
"Há pessoas que têm apensas a possibilidade de gestar e dar à luz, mas não de criar; há pessoas que têm a possibilidade de acolher e acompanhar amorosamente o crescimento da criança, embora não tenham podido gera-la"( Autor desconhecido).
A realidade, é que a mãe quando entrega seu filho para doação, toma uma atitude de extrema coragem, e independente de seu amor ou desprezo pela criança, ela o faz com a intenção de a criança seguir por um caminho diferente do dela, e de preferência... Um caminho melhor.
No espiritismo aprendemos a não julgar essas mães, lembrando de que: "O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito" (Evangelho Segundo o Espiritismo ? Kardec, A.)
Porem, as mães que doam seus filhos hoje temem o futuro das crianças, se não é sem motivo, hoje (Maio/2010) temos em todo o País cerca de 4.861 crianças para adoção, sendo 2.174 do sexo feminino e 2.687 do sexo masculino( Fonte www.cnj.jus.br/) é... Parecem muitas crianças? Bem... E as pessoas querendo adotar? São 27.818 pessoas dispostas a adotar uma criança.
A grande questão é: se tem mais que cinco vezes a quantia de interessados, por que não se concretiza essa adoção?
Talvez encontremos em outros números as respostas, por exemplo, dessas crianças, mais de 3.000 são negras ou pardas; mais de 1.300 tem irmãos, mais de 2.000 tem entre 8 e 12 anos, não vou mencionar as crianças com doenças ou deficientes...mas o numero é "razoável" em algumas regiões.
Extraindo raras exceções, a maioria desses "interessados", só adotam seus novos filhos, após um certo período, onde seria mais uma adaptação/avaliação, testando essas crianças, com puro interesse de os aprovar ou não como seus futuros herdeiros.
Seria injusto de minha parte, não dizer que existem aqueles que aceitam a criança, de qualquer cor, sexo ou estado de saúde, mas também seria hipocrisia não comentar que a "história" real é que esses anjos são uma minoria.
A realidade, é que nossa cultura é preconceituosa, nossos critérios são construídos em cima de paradigmas com relação à cor, sexo, e mesmo doenças.
Precisamos mudar essa realidade, modificar nossa forma de pensar, lembrando que essas crianças são seres humanos, que não tem culpa da situação em que se encontram, e precisam ser amadas.
"Nossos filhos não são nossos filhos, são antes, irmãos. Os corpos que têm são filhos dos nossos corpos, nada mais. Os chamados filhos adotivos são os filhos do coração, estão unidos à nos por indestrutíveis laços espirituais.Somos todos filhos uns dos outros."(Lições de sabedoria - Marlene Nobre - FE)

Autor: Marcos Paterra


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