Che Guevara, herói ou vilão?






Che Guevara, herói ou vilão?

Antônio Padilha de Carvalho

Filho de pais descendentes de nobres europeus, mas sem muito dinheiro, apenas nome, o menino Ernesto Guevara era muito doente, sofria de asma, ficando a maior parte do tempo numa cama, onde aprendeu a ler e escrever com a mãe.
Os seus amigos eram todos almofadinhas e vestiam bem, enquanto o jovem Ernesto ficou conhecido pelo apelido de Chancho, que na língua pátria do mesmo significava "porco", vez que não gostava de tomar banho e vestia muito mal. No carnaval fantasiava-se de Gandhi.
Mesmo sendo atacado por constantes crises de asma, acabou perdendo a virgindade com menos de 15 anos, com uma empregada negra que prestava serviços para um amigo, sendo observado por todos eles, que puderam ver pelo buraco da fechadura a interrupção do coito por algumas vezes para alívio da tosse asmática, vindo tal fato ser objeto de muita gozação.
Durante o curso de medicina em Buenos Aires, nunca participou de nenhum ato político. Ernesto recusava-se a participar de tais eventos. Nessa época, a Argentina vivia momentos de intensa insegurança, posto que sistematicamente, aconteciam golpes militares.
O jornalista americano Jon Lee Anderson, que escreveu uma das várias biografias suas existentes, afirma que "apesar da curiosidade pelo socialismo, ele até então não demonstrava qualquer inclinação por se filiar à esquerda." O que na verdade chamava a atenção do jovem estudante eram duas coisas: os livros e as viagens. Apreciava as filosofias grega e indiana. Lia Freud, Aldous Huxley e tantos outros.
Ernesto levava uma vida como de qualquer jovem de sua idade enquanto vivia na comodidade da capital de seu país. Isso começou a mudar a partir do momento em que saiu de motocicleta pelo mundo (América do Sul) com um colega de nome Alberto Granado. Passou por várias experiências, vindo a conhecer as reais dificuldades pelas quais passavam o povo peruano. Deparou com muito sofrimento, doenças, pobreza, descaso. Conviveu e trabalhou como médico em uma colônia de leprosos no Peru. Nesse período estava lendo Karl Marx, a polonesa Rosa de Luxemburgo e trabalhos do filósofo socialista peruano José Mariátegui.
Resolveu viver na Guatemala, onde o presidente Jacobo Arbenz iniciava uma reforma agrária, época em que conheceu a jovem peruana Hilda Gadea, líder exilada, que acabou por apresenta-lo a Nico Lopez e outros exilados Cubanos. Buscou o México, santuário dos exilados políticos da América Latina. Lá conheceu Fidel Castro, travou amizade e selou seu futuro rumo à glória e morte.
A paixão de Fidel Castro por Cuba e as idéias revolucionárias de Guevara se uniram, atraindo novos simpatizantes para a tomada de poder, sendo certo que apenas a alta burguesia cubana continuava apoiando o ditador Batista, que em maio de 1957 teve a sua primeira derrota, fazendo germinar o mito Che Guevara.
Centenas de pessoas foram fuziladas nos 6 meses em que Che ficou encarregado das execuções de presos políticos. Alguns consideram que ele perdoou o quanto pôde.
Foi nomeado presidente do banco nacional de Cuba. Certa feita teria dito a Fidel: "Não nasci para ser ministro nem avô", queria continuar fazendo revolução em outros países.
Esteve na África em 1965 para irradiar a guerrilha, sem bons resultados, todavia seu sonho era revolucionar a Argentina, acabou por ir para a Bolívia onde foi morto em 9 de outubro de 67, sendo este o diálogo que manteve com seu executor o tenente boliviano Mário Terán: "Fique calmo e aponte bem! Você vai matar um homem". Morreu Ernesto Guevara e nasceu o mito Che.

Antônio Padilha de Carvalho, advogado militante; pós graduado nas áreas do Direito do Estado; Educação e Filosofia; Acadêmico de Geografia da UFMT.



Autor: Antonio Padilha De Carvalho


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