Caracterização da violência sexual, consequências psicológicas e manifestações clinicas



Caracterização da violência sexual, consequências psicológicas e manifestações clinicas

Characterization from violence sexual, pshychological consequences, and clinical manifestations

1Pedro Henrique Alves
2 Miranildes Batista de Abreu
3 Helga Bennet
4 Xisto Sena Passos

Resumo

O hospital é o local para onde se dirigem as crianças com lesões graves, em suposto risco de vida ou com um número grande de traumas ocasionados, muitas vezes, pela violência sexual omitida ou desconhecida. Neste contexto, os serviços de saúde se tornam espaços onde os profissionais podem romper o círculo desta violência, sobretudo os de enfermagem, que atuam 24h nos serviços hospitalares. Este estudo teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre o diagnóstico e cuidados às vítimas de violência sexual. Para o estudo utilizou-se referencial da pesquisa bibliográfica, através de um levantamento em base de dados nacionais, na Medline, Adolec, Lilacs e Scielo, no período de 1996 a 2008. Nos resultados apontados, buscam subsídios para como diagnosticar uma vítima que sofreu violência sexual. Os dados mostram que dos 29 artigos analisados seis apontam com maior exatidão as manifestações clínicas e as conseqüências psicológicas, treze não citam nenhuma informação proposta pelo objetivo deste estudo, dez dos mesmos analisados indicam um grande déficit nas manifestações clinicas ou conseqüências psicológicas. Diante do exposto concluímos que dos 29 artigos analisados apenas seis apontam subsídios para um bom diagnóstico, ressaltando a necessidade de integralização da literatura, dos profissionais e de órgãos de saúde, para que possam identificar uma vítima de violência e dar um melhor esclarecimento e atendimento.

Palavras chave: violência sexual, crianças, doenças psico-sexuais.

Abstract

The hospital is the place to go where children with severe injuries in alleged life-threatening or with a large number of injuries caused often by sexual violence omitted or unknown. In this context, health services become spaces where professionals can break the circle of violence, especially those in nursing, who work 24 hours in hospital services. This study aimed to broaden knowledge about the diagnosis and care for victims of sexual violence. For the study used a reference of the research literature, through a survey based on national data in Medline, Adolec, Lilacs and Scielo, from 1996 to 2008. The results indicated, seek subsidies to diagnose as a victim who suffered sexual violence. The data show that of the 29 articles analyzed six points with greater accuracy the clinical manifestations and psychological consequences. Thirteen not cite any information proposed by the objective of this study, ten of them analyzed show a large deficit in the demonstrations clinics or psychological consequences. Facing the above we find that of the 29 articles examined only six points subsidies for a proper diagnosis, emphasizing the need for integralização of literature, the professional bodies and health, so they can identify a victim violence and give a better explanation and care.

Key words: sexual violence, illnesses psico-sexual, children.


Introdução

As Organizações das Nações Unidas (ONU), definem violência sexual como "qualquer ato de violência baseado nas relações de gênero que resulte ou possa resultar em dano ou sofrimento psicológico, sexual ou físico, incluindo ameaças, coerção, privação arbitrária da liberdade, seja no âmbito público ou privado" (28). A violência sexual pode ser entendida por um lado, não só pelo aspecto físico, como também psicológico, por outro lado, estudos vêm demonstrando que os motivos influenciam na definição do conceito como, por exemplo: os processos de erotização infantil como música, dança, televisão, cinema, além da banalização do sexo e do corpo.
A prática sexual cada vez mais elevada e difundida pode-se apresentar em formas diferentes de relacionamentos, com a busca excessiva de prazeres egoístas, gerando novas situações e modalidades, não importando se isso vai além do respeito à ética e a moral ao próximo, seja de vínculo familiar ou não (20).
Em todo mundo, o domínio do mais forte sobre o mais fraco sempre deixou claro o seu grau de poder, seja ele no capital universal, na sociedade, nas políticas e na família, ou seja, o poder e essa busca de excessos do ser humano podem ir além dos limites considerados como normais ao nosso próprio ser, o que se soma a pouca importância dada às crianças e aos adolescentes e as consequências dos adultos sobre eles (20).
Atualmente a evolução dos princípios morais e legais em defesa das crianças e adolescentes cresce e se aperfeiçoa a cada ano, o que infelizmente não impede que este crime sobre o menor venha a ocorrer. Os casos de abuso sexual aumentam, gerando transtornos e seqüelas muitas vezes irreparáveis a vítima (20). Os casos de abuso sexual na infância e adolescência são praticados, na sua maioria, por pessoas diretamente ligadas às vítimas, o que por sua vez exercem algum tipo de poder ou dependência, o que se torna de difícil suspeita e complicada confirmação devido o seu elo familiar (20). A violência baseada no gênero dentro do vínculo familiar e fora dele, leva a mulher a vários transtornos psicológicos, seja por vergonha de se expor por medo de romper este elo familiar ou por ameaça, fazendo com que a vítima agredida fique em silêncio, o que infelizmente sugere que milhões de mulheres estão sofrendo com este tipo de violência e vivendo as suas consequências (16).
Se os órgãos de saúde do Brasil se adequassem a necessidade e prestassem um atendimento de emergência adequado poderia prevenir em grande parte as conseqüências dessa violência, o que por sua vez não violaria os direitos humanos (11). A violência sexual continua passando despercebida, trazendo sérias implicações sobre a saúde da vítima, com grande freqüência, talvez por não estiver integrada nas faculdades de saúde do Brasil e nem nos programas de saúde sexual e reprodutiva.
Nossos currículos não priorizam discussões sobre a temática, o aprimoramento e a capacitação ficam na dependência, principalmente, da necessidade e do interesse do profissional. A falta de conhecimento para suspeitar do problema ou fazer o diagnóstico não gera notificação e sem notificação não há tratamento e acompanhamento adequados, não é possível intervir integralmente, tampouco prevenir a violência. Várias são as causas, entre os profissionais da saúde, fazendo com que não ocorra a notificação, como a falta de conhecimento para suspeitar do problema ou fazer o diagnóstico, temor de estar enganado, notificando uma suspeita infundada, sentimento de ausência de suporte institucional para respaldar seu ato, descrença na retaguarda ou no poder público para dar solução aos casos encaminhados quando é feita a notificação (9).
Os profissionais da área da saúde precisam estar bem mais informados sobre este tema, enquanto não souberem avaliar os sinais e sintomas apresentados pela vítima que sofrem este tipo de violência, prevenir e tratar as suas conseqüências não poderão identificar o problema, nem prestar o atendimento necessário, esperados pelos pacientes (7). Estes profissionais são os principais responsáveis por identificar e notificar às autoridades quando ocorre caso de maus tratos, a fim de que se possam desencadear os mecanismos de proteção e tratamento. Destes, o enfermeiro tem importância fundamental no cuidado com crianças vítimas de violência sexual, por freqüentemente atender casos de violência e estar presente no hospital 24h todos os dias. É preciso ressaltar que a maioria dos casos de violência sexual contra a criança não são declarados como tal, por desconhecimento ou omissão, costumam chegar ao hospital declarando que foi vítima de tombos, quedas, brigas ou não sabem o que aconteceu. Neste contexto, é imprescindível que estes profissionais estejam preparados para identificar indícios sugestivos de maus tratos e violência, bem como capacitados para atuar e conduzir o cuidado às vítimas de violência sexual durante o tratamento (8).
As estatísticas nacionais indicam que em apenas 5% dos casos os exames comprovam conjunção carnal. Em síntese apesar das histórias ricas em detalhes da maioria dos casos, relatando atos libidinosos diversos, apenas em 6% deles são identificados vestígios. Em muitos casos o fato ocorreu há longa data, em um único episódio ou de forma continuada. Em outros casos os atos libidinosos perpetrados contra as crianças não são suficientes para deixar vestígios, ou deixam apenas vestígios fugazes (33). Estudos relatam que os registros de abuso sexual no Brasil são semelhantes aos casos Norte Americano. Estima-se, nos Estados Unidos, que 16% das vítimas de estupro estejam abaixo de 12 anos. Quando a vítima tem menos desta idade, a probabilidade do agressor ser uma pessoa da família é de 46% (no Brasil é de 47%) e de ser o próprio pai ou padrasto é de 20%. Em apenas 4% dos casos o agressor é um desconhecido (33).
O objetivo de estudo do presente artigo é ampliar o entendimento sobre violência sexual a profissionais da área de saúde, sobretudo o enfermeiro, oferecendo subsídios para o diagnóstico da violência sexual.

Metodologia

O presente estudo utiliza-se de referencial da pesquisa bibliográfica sobre violência sexual. Foi realizada uma revisão da literatura em artigos publicados no período de 1996 a 2008, através da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), tendo sido consultadas as bases de dados Medline, Adolec, Lilacs e Scielo. Somente foram selecionados os artigos em português, devido à sua maior circulação no meio acadêmico e profissional.
Para fundamentar a discussão dos referidos textos (15) foram incorporadas publicações de outras fontes, que abordavam aspectos da violência sexual de um modo geral. Este acervo secundário foi empregado para fomentar a reflexão acerca da produção analisada.
Os artigos foram analisados seguindo as perspectivas da análise temática (17), sendo inicialmente procedida de leitura flutuante de todo acervo, e identificação dos eixos temáticos e aferidos seus respectivos núcleos de sentido.

Resultado e Discussão

Ao se pesquisar a BVS, utilizando as palavras chaves: violência sexual, crianças, doenças psico-sexuais, foram encontradas 14.647 publicações. E a partir da leitura exploratória dos mesmos identificou-se o idioma, a fonte virtual, o ano de publicação e a revista. Os resultados comuns apresentados pelos autores estão mostrados nas tabelas 1 e 2.
Observa-se na tabela 1, que há um grande número de publicações na Medline (10.077 artigos), tanto publicações em português como em inglês, sendo que nesta base encontram-se somente os resumos, dificultando a pesquisa. Entretanto é na SciELO, com apenas 167 artigos, que se encontram a maior disponibilidade de artigos completos. Dos 61 artigos em português encontrados nesta base de dados SciELO, foram analisados 29 artigos, mais uma dissertação de mestrado, por estarem mais diretamente relacionados ao tema proposto.
Os resultados descritos na tabela 2 oferecem subsídios para diagnosticar uma vítima que sofreu algum tipo de violência sexual, seja pelo abuso físico ou psicológico. Os dados mostram que em 16 artigos analisados, seis apontam com maior exatidão as manifestações clínicas e as conseqüências psicológicas. Os outros 13 artigos não citam nenhuma informação proposta pelo objetivo deste estudo, 10 destes artigos analisados indicam um grande déficit nas manifestações clinicas ou conseqüências psicológicas, mostrando que há uma deficiência tanto dos profissionais ao diagnosticar uma vítima de abuso, quanto dos estudos contemporâneos (2, 4, 6, 19, 25, 26). O agravamento em reconhecer as manifestações clínicas e as conseqüências psicológicas faz com que os verdadeiros números de pessoas que sofreram algum tipo de violência, não se mostrem variavelmente verdadeiros passando despercebidos dos órgãos de saúde, dando a entender de maneira equivocada que a pessoa está passando por algum tipo de sofrimento não abusivo.
Vários autores afirmam que "a vítima de violência sexual está exposta a diferentes riscos, que comprometem sua saúde física e mental" (14, 18, 26). Segundo Kaplan & Sadock12, "as conseqüências da violência sexual são múltiplas, e seus efeitos psicológicos podem ser devastadores e duradores". Estes efeitos variam de diversas formas, com vários sinais e sintomas, trazendo resultados do impacto da vitimização sexual úteis para sua identificação.
Ao analisar a literatura proposta foi observado que a maior freqüência de diagnóstico clínico relatado foram hematomas, seguido de lesões, queimadura, escoriações, mordeduras, edemas e lacerações. A literatura aponta ainda que duas associações desse quadro são de grande importância na identificação da vítima de abuso sexual (4, 6, 10, 21, 22, 24, 25, 26 30).
Vários autores relatam uma série de conseqüências psicológicas, que podem representar uma vítima de violência, tais como ansiedade, déficit de atenção, raiva, ódio, hostilidade, frieza, psicopatia, agressividade, transtorno de sono, estresse pós-traumático, isolamento, hiperatividade, delinqüência, dificuldade na fala, ideação suicida e depressão (24; 19; 25; 31; 4; 32; 6; 5; 14; 26; 30). Porém, para que a vítima da violência chegue ao estado depressivo ela precisa apresentar vários sinais e sintomas, como os relacionados anteriormente.
As funções afetivas e cognitivas do sistema nervoso, na infância e na adolescência são mais suscetíveis e comprometedoras, devido ao não amadurecimento e de não terem sido, ainda totalmente reguladas as manifestações do transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) (31). Freqüentemente são relatadas as alterações no desenvolvimento cognitivo, na linguagem, na memória e no rendimento escolar, rebaixamento da percepção do próprio desempenho, capacidade, agressividade e impulsividade (4). No entanto, dados encontrados sugerem que as vítimas podem ser afetadas de diferentes maneiras e graus. Enquanto algumas podem desenvolver conseqüências mínimas, outras sofrem graves problemas de relacionamento sejam eles, sociais, familiares e conjugais, portanto, não se deve esperar um perfil extremamente caracterizado, pois limitaria o diagnóstico de uma vítima de abuso (29).
Algumas das possíveis conseqüências físicas, emocionais, sexuais e sociais da violência são as doenças sexualmente transmissíveis, traumas físicos e ginecológicos, gravidez, transtornos mentais e dificuldade no ajustamento sexual quando adulto. Segundo Silvia Regina & Marilena28, "há um severo impacto no desempenho e na vida acadêmica da vítima".
Um dos fatores mais relevantes no aumento do impacto da violência sexual, que se tem descrito é o relacionamento entre o agressor e a vítima (29). Também há relatos de agravantes que acentuam os danos e piora o prognóstico, como a intensidade da violência sexual e não sexual, a força empregada, o número de agressores, assim como a freqüência e a duração da violência (1). Ausência de figuras parentais protetoras, de apoio social, ou a resposta negativa da família, pais e educadores à descoberta da violência acentuam o dano. Este é um fenômeno universal, que infelizmente atinge todas as idades, classes sociais, etnias e religiões (20).
Fundamental para prevenção e manejo adequado dos maus tratos é a sua identificação, assim é importante que os profissionais saibam identificar indícios que podem sugerir a ocorrência de maus-tratos (23). Estes indícios incluem as lesões que não se justificam pelo tipo de acidente relatado e que são incompatíveis com a idade (fratura de crânio por bater a cabeça no berço, fratura de perna em crianças inferior a um ano), lesões como equimoses, lacerações, hematomas, fraturas, queimaduras e mordeduras, lesões em vários estágios da cicatrização ou cura, lesões em áreas não comuns de acidentes e quase sempre cobertas, como genitália e nádegas, demora para procurar atendimento médico após o acidente e crianças em situação de higiene precária, como vestuário sujo e inapropriado ao clima local. Com estas manifestações clínicas e com a percepção das conseqüências psicológicas citadas, os enfermeiros têm de avaliar cuidadosamente os sinais e sintomas, pois os mesmos podem estar lidando com uma vítima de violência sexual, passando despercebida, sem os cuidados específicos tanto aos problemas físicos, quanto aos psíquicos (2, 6).
Diante do exposto concluímos que dos 29 artigos analisados apenas seis apontam subsídios para um bom diagnóstico, ressaltando a necessidade de integralização da literatura, dos profissionais e de órgãos de saúde, para que possam identificar uma vítima de violência e dar um melhor esclarecimento e atendimento.

Referências

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Tabela 1. Fonte virtual dos artigos publicados entre 1992 e 2008 sobre a violência sexual e as doenças psico-sexuais.

Bases de dados Português Inglês Total
LILACS 893 556 1.449
MEDLINE 7.772 2.305 10.077
SciELO 61 106 167
TOTAL 11.683 2.964 14.647


Tabela 2. Caracterização dos principais acervos de revisão segundo ano, autor, manifestações clínicas e conseqüências psicológicas.

Referência/Autor/Ano
24Ramos et al. 2001
32WHO; 2003
5CNESR, 2004

Manifestações clínicas
Lacerações, hematomas, equimose, edema e lesões.

Consequências psicológicas
Rejeição pela gravidez, depressão, fobias, ansiedade, tentativas de suicídio, síndrome de estresse pós-traumático, cefaléia crônica, fadiga, transtornos do sono, pesadelos, transtornos de apetite, baixo estima.

Referência/Autor/Ano
19Perry, 2002
2Backes, 2003
4Cardoso et al. 2003
6CFDM ,2003
25Santoro, 2002
26Slack et al. 2004

Manifestações clínicas
Hematomas, escoriações, contusões, queimaduras, intoxicação, lesões, hemorragias, fraturas, equimoses, lacerações, mordeduras, ruptura de vasos sanguíneos, gonorréia, sífilis, condiloma, SIDA, dor nas regiões anal e genital, detecção de semêm, petequias, eritema.

Consequências psicológicas
Psicopatia negligência, delinqüência, convulsões, baixo rendimento psicomotor, insônia, extremo de obediência, apatia, agressividade, isolamento, dificuldades na fala e na escola, desenhos ou brincadeiras que indicam violência, ansiedade, depressão, baixo auto-estima, déficit de atenção, hiperatividade, dificuldade de relacionamento interpessoal, estresse.

Referência/Autor/Ano
31Williams, 2002
14Kuhn et al. 2004

Manifestações clínicas
Não citam

Consequências psicológicas
Medo, vitimização, depressão, sentimento de culpa, comportamento auto destrutivo, ansiedade, isolamento, estigmatização, baixo auto-estima, psicosomatismo, problemas escolares, transtornos de estresse pós-traumático, comportamentos regressivos, birras, choros, fuga de casa, ideação suicida, alterações no rendimento cognitivo, na linguagem e no rendimento escolar, agressividade, impulsividade.

Referência/Autor/Ano
22 Pires e Miyazaki, 2005

Manifestações clínicas
Lesões, escoriações, hematomas, equimoses, ferimentos de pele tecido celular subcutâneo, fraturas, queimaduras.

Consequências psicológicas
Não citam

Referência/Autor/Ano
13Kristensen 1996
10Hornor 2002
21Pfeiffer &Waksman 2004
30Whiffen & MacIntosh 2005

Manifestações clínicas
Eritema, edema, lesões, escoriações, hematomas, lacerações, dilatação anal ou ureteral, rompimento do hímen, equimoses, mordidas, sangramentos, gonorréia HPV, clamídia.

Consequências psicológicas
Vitimização, medo, amnésia pós-traumática
















Autor: Xisto Sena Passos


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