Don't look back in anger...



Confesso que eu estava morrendo de medo, o cheiro daquele lugar, as pessoas me olhando com curiosidade... Algumas delas estavam piores do que eu. Admito. E faço isso com o coração em mãos. A espera me fez suar gelado, minhas pernas mal me obedeciam, minha mente estava vazia. Até que ouvi meu nome ser pronunciado por uma mulher, esta estava de branco, sua altura era mediana. Seus olhos azuis eram atraentes e seu corpo era bem estrutural. Certo, eu não deveria ter admirado tanto assim, mas só em saber que ela tinha uma face angelical e de aparência agradável, eu me acalmei.
Nós rimos em alguns momentos, mas também, falamos sério. Só estávamos nós lá, e alguns de seus companheiros de trabalho. Eles também me inspiravam confiança. "Alívio." Era o que eu sentia antes de me sentir sonolenta e então cair na escuridão de minha mente.
Eu usava um lindo vestido branco com fitas vermelhas, em volta de mim só conseguia ver rosas amarelas, o cheiro delas me fascinava. "Correr, correr, correr" ? Era só isso que conseguia fazer e pensar. Estava indo longe demais não era possível ver as rosas amarelas que estavam por toda a minha volta. De repente elas sumiram e o céu ficou escuro interrompendo minha visão, não conseguia ver nada além da neblina densa que tomou conta do lugar. Aquilo não era esperado.
"Fique aqui, não vá. Volte, agora." ? Alguém me alertava, mas nada conseguia ver. Eu queria gritar por socorro, queria dizer que estava com medo, eu queria correr de volta para o campo aceso e cheiroso. Eu queria acordar, mas aquela agonia durou muito tempo.

Tudo girava conforme eu era puxada, de uma forma bruta, daquele sonho indefinido.
Custei para abrir os olhos, depois de tanto tempo pude sentir meus dedos, eles se mexiam, e isso era estranho para mim. Meu corpo estava leve, escutava bem de longe algumas vozes, uma algazarra na verdade, algo como; "Finalmente! Deus seja louvado! Graças a Deus..." Tinha algo mais, porém não consegui entender. Meu raciocínio ainda era lento, o bastante para ainda não conseguir falar.
Já haviam me dito que isso aconteceria, os ossos frágeis, o cérebro lento, abatimento... Mas a única coisa que não sabia era que veria todas aquelas pessoas ao redor de mim, assim como as flores amarelas. E fiquei feliz em saber que a neblina não havia me acompanhado desde então.

Ver o rosto das pessoas que imaginamos não ver nunca mais, é sempre bom. Faz-nos lembrar de tudo o que passamos e do que sentimos falta.

Lágrimas rolaram dos meus olhos sem eu nada dizer. Aquele momento era único, eu estava bem, sobrevivi, a fé realmente moveu uma montanha enorme em minha vida. Com a ajuda de todos que amo hoje eu posso dizer, EU VENCI. E aqui estou, e ficarei por muito tempo e mais um dia. Ah... Eu espero que sim.

Duda F.
Autor: Duda Ferreira


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