Negligência Familiar, o que eu aprendo eu ensino



Negligência Familiar, o que eu aprendo eu ensino.
Eduardo Dalla Costa Rodrigues

Como sempre os problemas familiares vão além do que dizem por ai, problemas de toda sorte, ou azar. Paremos um minuto apenas, para refletirmos sobre o que acontece ao nosso redor.
Os crimes mais brutais são cometidos por pessoas inescrupulosas que no decorrer de sua vida, não teve amor, carinho, apoio ou passou por alguma negligência direta ou indireta. Isso também acontece com os crimes velados, que são, alguns deles, os abusos sexuais de crianças, violência doméstica contra a mulher, esses são casos basilares de todo o problema social.
Vejamos uma criança que é negligenciada, em sua mais tenra idade, é um indicador de que, quem cometeu a negligência fora também negligenciada de alguma forma e há uma grande probabilidade de esta criança negligenciada vir também a negligenciar seus descendentes, isso pode parecer ilação, mas é simplesmente o ciclo "natural" da vida, ou seja, o que eu aprendo eu ensino.
Podemos romper este ciclo, para isso basta olharmos nossas crianças, com olhares mais atento, dando total atenção às suas súplicas veladas, a seus olhares que nos pedem caladas.
A violência é um mau que assola a sociedade e nossas autoridades não veem isso, menosprezam a violência doméstica e isso é feito frente a toda sociedade e como esse mau já esta arraigado pouco se nota quando esse desprezo por parte do Estado.
Um exemplo clássico de negligência familiar por discriminação de gênero, quando a mãe diz a filha(mulher) para ir passar uma camisa para o filho(homem) sair, esta é a típica discriminação de gênero, pois as atividades domésticas são das mulheres; se olhar rapidamente, alguém poderá dizer que isso não tem nada a ver com discriminação de gênero, então veja por esse lado, o Filho(homem) esta sem fazer nada e a filha(mulher) também e com isso a mãe pede para ELA ir passar a camisa do menino, pois como é mulher e sendo esse um serviço das "mulheres"... Este é ponto, o serviço não é exclusivo das mulheres e nunca foi.
O problema da negligência é tão grave que reflete em vários pontos de nossa sociedade. Vejam o caso de um cidadão que passou sua infância sendo negligenciado, cresceu e agora faz parte do corpo de policiais, que estrutura psicológica este cidadão terá para defender a sociedade com armas em punho, nenhuma. E como será quando este policial vier a aposentar, será dado a ele algum tipo de apoio psicológico, pois bem sabemos que a ociosidade pode levar a depressão e matar, isso será combatido para que não aconteça com este cidadão?
Outro exemplo, uma criança que na sua infância vê os pais dizendo que pessoas da sociedade que ocupam cargos políticos são todas corruptas, porém dizendo isso ser nomal hoje em dia, isso é política, quando essa criança chegar a fase adulta e por ventura vier a se tornar uma dessas pessoas, terá uma grande chance de ser um político corrupto e não ver nisso mal algum, pois fora introduzido em seus ensinamentos, pela negligência, que todos os políticos assim o são.
São tantos os problemas ocasionados pela negligência, que se faz necessário uma campanha e um combate mais efusivos por parte do Estado, mostrando o quão importante são determinadas atitudes tomadas em relação às crianças, para que não venham a sofrer problemas psicológicos e sociais em sua fase adulta.
A negligência é apenas uma vertente da violência doméstica, é a mais velada, porém uma das mais avassaladoras em relação à moldagem negativa da mentalidade da criança e do adolescente.
Todas as discriminações e violências de todo tipo são aprendidas ainda quando crianças, se não querem filhos violentos, demonstre calma, paciência à essas crianças.
Isso foi somente um pequeno liame do que realmente é a negligência familiar, poderia ficar aqui escrevendo linhas e linhas, pois a dimensão desse problema é muito grande.
E pra finalizar, será que nós não estamos inseridos nesse meio, negligenciado ou negligenciando?

"A vida é uma aventura aberta, exposta. Não protejam as crianças. Fortifiquem-nas interiormente para que brinquem bem com qualquer brinquedo." (Emmanuel Mounier)
Autor: Eduardo Dalla Costa Rodrigues


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