BRONQUITE



CENTRO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA
DE MACHADO ? CESEP

ENFERMAGEM

DIEGO ANDREAZZI DUARTE







BRONQUITE










OURO FINO ? MG
10 DE NOVEMBRO DE 2008



1. INTRODUÇÃO


Sendo assim, o sistema respiratório é um dos mais importantes sistemas do organismo, sendo essencial para o desenvolvimento das ações vitais e mantenedoras regulatórias.

O não funcionamento deste sistema pode geral diversos problemas secundários e inúmeros processos geradores de sofrimentos e desconforto para o afetado.

Dentre os problemas respiratórios temos uma maior incidência de seu acontecimento em grandes áreas urbana com alto índice de poluição do ar.


2. FISIOANATOMIA


O sistema respiratório é constituído de diversas estruturas que auxiliam nas funções de troca gasosa, absorção de O2 e eliminação CO2 (Hematose), eliminação de calos e regulação do equilíbrio ácido-base do organismo (H+ e OH).

O sistema respiratório é formado pela cavidade nasal, orofaringe (faringe e laginge), traquéia e pulmão (brônquios principais, brônquios lobares, bronquíolos maiores e menores e alvéolos pulmonares).

Além dessas estruturas o sistema respiratório possui outros sistema anexos importantes como o sistema imunológico, que tem como função a eliminação de organismos exógenos patogênicos, através das células específicas desse sistema: neutrófilos, macrófagos, basófilos e linfócitos excretores e IgA (imunoglobulina do isotipo A).


3. BRONQUITE


Podendo designar bronquite como uma inflamação dos brônquios de diversos tamanhos, que transportam o ar às diminutas ramificações e aos alvéolos pulmonares, depois de ter passado pala boca, cavidade nasal, orofaringe e traquéia.

A bronquite atingindo todas as faixas etárias, mas em maior incidência em crianças e idosos. Isso se dá pela deficiência do sistema imunológico, nas crianças o desenvolvimento imunológica ainda da presente e no idosos há uma diminuição fisiológica das funções imunológicas.

A inflamação ou infecção começa em forma de catarro que persiste e ocasiona tosse crônica. A infecção pode se dar após o sarampo, coqueluche ou gripe, ou por invasão de qualquer germe que ataque a nasofaringe, sendo assim podendo ser considerada uma infecção secundária. Outras a bronquite chega pela irritação dos brônquios, ocasionada pelo excesso de fumo e pela aspiração de gases, fumaça ou pó nocivos.


3.1. Classificação


Atualmente pode-se dividir a clássica bronquite como: bronquite aguda e bronquite crônica, que é subdividida em, bronquite crônica comum e bronquite crônica obstrutiva. Sendo a principal causa de obstrução crônica do fluxo aéreo, devido a sua importância, tanto clinicamente como anatopatologicamente. A maioria dos autores modernos só abordam a bronquite crônica obstrutiva, e os demais tratam a bronquite crônica comum de modo insatisfatório.


3.2 Bronquites Aguda


3.2.1. Causas e Via

As principais causa da bronquite aguda são bactérias e vírus (principalmente o vírus da gripe); e agentes respirados mecânicos e químicos diversos (pó variados, fumaça, amoníacos, gases de guerra e outros).

É frequente que a infecção brônquica seja propagada de via aéreas mais altas, como da rinofaringe, laringe e traquéia; mais raramente, a infecção inicia-se diretamente por via aérea, na mucosa brônquica, como na coqueluche (bronquite primária); também a via hematógena pode ocasionar a bronquite (sarampo e outras moléstias por vírus).


3.2.2. Subdivisão e Morfologia

As bronquites agudas subdividem-se, conforme a natureza do exsudato na luz brônquica, em: catarral (serosa ou seromucosa), purulenta, catarro-purulenta, pseudomembranosa e hemorrágica.

As bronquites mais comum são as do tipo catarral e catarro-purulenta. Nelas o exsudato está aderido a mucosa ou livre na luz brônquica. A mucosa acha-se congesta, infiltrada sobretudo por neutrófilos, E numerosos na bronquite mucopurulenta, e ainda linfócitos e monócitos na infecção virótica. Evidenciam-se células inflamatórias nas outras canadas se a inflamação for intensa.


3.2.3. Sinais Clinico


O paciente apresenta tosse seca, ou úmida com expectoração catarral ou mucopurulenta. No sarampo, a bronquite, laringite e traqueíte catarrais podem provocar obstrução, também notada na traqueobronquite da coqueluche. (o vírus do sarampo e o bacilo da coqueluche parasitam o epitélio das vias respiratórias).
A bronquite aguda pseudomembranosa é rara, a não ser em pacientes imunodeprimidos ou em estados graves como traqueostomia. A bronquite aguda hemorrágica aparece nas infecções
que evoluem com grave toxemia (lesão capilar pelas toxinas), e nas infecções viróticas das vias aéreas.


3.3. Bronquites Crônicas Comum (BCC)

A bronquite crônica comum é um tipo de bronquite inespecífica, geralmente de brônquios maiores, com duração inferior a três meses, sem obstrução do fluxo aéreo e de bom prognóstico. Sendo considerada o início da bronquite crônica obstrutiva.

Toda via a distinção entre os dia tipos de bronquite não é boa, e faz com que a bronquite comum não seja tratada na maioria dos livros.

3.3.1. Freqüência

A freqüência exata desta bronquite não é conhecida e talvez isso não é muito mencionada. Sabe-se porém, que ela é comum em neoplasias e muito mais freqüente do que a bronquite crônica obstrutiva.

3.3.2. Etiologia

A clássica bronquite crônica tem várias causas e fatores que a favorecem. Pode provir de bronquite aguda ou surgir pala ações de estímulos leves e de ação prolongada, tais como fumaça de tabaco, poluentes da atmosfera, bactérias, reações alérgicas repetidas etc.


Favorecem também o aparecimento da bronquite crônica: a hipertermia passiva da mucosa brônquica, muito comum a de origem cardíaca, por abaixar a
sua resistência à ação de bactérias de porca virulência; as infecções dos seios nasais, de onde partem bactérias que reinfectam continuamente os brônquios; e alterações da própria parede brônquica, como obstrução (tumor) e dilatação (bronquiectasia), dificultando ou impossibilitando a drenagem das secreções.

3.3.3. Alterações Macroscópicas

A luz dos grandes e médios brônquios contém exsudato mucoso ou catarral; a mucosa acha-se hiperemiada e edemaciada, com áreas esbranquiçadas de mataplasia escamosa.

3.3.4. Alterações Microscópicas

A mucosa dos brônquios maiores mostra infiltrado linfoplasmocitário, de variável intensidade, que raramente se estende às demais camadas brônquicas, provocando até fibrose.

A metaplasia escamosa é muito freqüente, verificada em cerca de 80% dos casos de fumantes e menos freqüente pela ação de poluentes atmosféricos. O epitélio metaplásico pode sofrer alterações displásicas e originar o carcinoma broncogênico. Os brônquios podem também ser atingidos e apresentar fibrose e oclusão da luz.


3.3.5. Sinais Clínicos e Prognóstico

O paciente portador de bronquite crônica comum apresenta tosse, chamada do cigarro, e pouca expectoração mucosa. As lesões morfológicas indicam o bom prognóstico da bronquite crônica comum, aliás conhecida em clínica. Basta afastar o agente etiológico e/ou os fatores predisponentes para que regrida.


3.4. Bronquite Crônica Obstrutiva


A bronquite crônica obstrutiva têm várias denominações, podendo ser chamada também de, bronquite crônica simples, bronquite crônica catarral e bronquite crônica, sendo esta última a denominação clínica mais comum. Porem teoricamente o correto é bronquite crônica obstrutiva.

Sendo assim a bronquite crônica obstrutiva é uma patologia em que o paciente apresenta tosse e expectoração mucosa, eventualmente mucopurulenta, durante três meses seguido e, pelo menos, por dois anos consecutivos, sendo esta definição clínica proposta pela Organização Mundial de Saúde.


3.4.1. Freqüência

A bronquite crônica obstrutiva não é rara, mas é difícil estabelecer sua verdadeira incidência por que somente uma parte dos doentes procuram o tratamento, e os demais não.

A estes atribuem suas tosses ao cigarro, e quando procuram tratamento é por causa da infecção respiratória recidivante ou por sibilos.


3.4.2. Alterações Macroscópicas

A luz do brônquios maiores contém quantidades variáveis de muco, geralmente abundante, ou mocu-pus por infecção bacteriana. Na superfície da mucosa, os orifícios de desembocadura dos ductos excretores das glândulas estão dilatados (até 1 mm de diâmetro) e ocupados por evidente tampão mucoso, devido à retenção de muco mais viscoso do que o normal. Se a dilatação do muco for intensa, formando-se pequenos divertículos, vistos na broncografia. Noa casos

adiantados, a mucosa apresenta-se atrófica e de aspecto reticulado ou estriado transversalmente (hipertrofia muscular).


3.4.3. Alterações Microscópicas e Evolução

O que chama mais atenção, na bronquite crônica obstrutiva, é a hipertrofia e sobretudo a hiperplasia das glândulas mucosas dos brônquios maiores (e ainda da traquéia), responsável por 98% do muco secretado; os 2% restantes são produzidos por células caliciforme da mucosa brônquica e talvez também da bronquiolar.

Os brônquios possuem diversos calibres, inclusive os bronquíolos, apresentam o quadro de inflamação crônica catarral ou simples, caracterizada por infiltração linfoplasmocitária, comumente limitado a mucosa, podendo as vezes ganhar a profundidade. Os infiltrados porém esta presente somente em alguns casos.

A retenção de muco favorece a infecção bacteriana ou viral de brônquios e bronquíolos (bronquite e bronquiolite secundárias), provocando infiltração da parede por neutrófilos e a formação de exsudato mucopurulento na luz.

A mucosa pode ulcerar e cicatrizar com fibrose focal da parede e regeneração do epitélio de revestimento. O mesmo pode acontecer em graus variados nos bronquíolos, que pelo tamanho diminuto são destruídos, que desaparecem ou permanecem com a luz obterada.



3.4.4. Obstrução do Fluxo Aéreo


Esta sugere na bronquite crônica. É produzida por redução da luz das vias aéreas centrais (brônquios maiores) e periféricas (pequenos brônquios e bronquíolos). Nos brônquios maiores (inicia-se nos brônquios maiores e termina nos
piquenos), essa redução é causada por: muco hipersecetado e mais viscosos do que o normal, espessamento da parede pelas glândulas hipertróficas e pela bronquite (edema, infiltrado inflamatório, eventual fibrose intensa).

A perda de cílios, em certas áreas do epitélio, dificulta a eliminação do muco, pois são necessário à sua propulsão ao longo da árvore brônquica.

3.4.5. Epidemiologia, Etiologia e Patogênese

A bronquite crônica ocorre em qualquer idade, mais comumente no homem do que na mulher. Parece que o fundamental na patogênese da bronquite é a hipersecreção da mucosa, causada por tabaco em primeiro lugar e em segundo por ar poluído . A freqüência da bronquite aumenta a medida que se aumenta o número de cigarros fumados, mas pode ocorrer em 10% em pessoas não fumantes. Agravando a tosse e expectoração.


3.4.6. Sinais Clínicos e Prognóstico

Os pacientes portadores de bronquite crônica obstrutiva apresentam tosse persistente com abundante escarro. Há exacerbação aguda periódica da bronquite com piora da tosse e expectoração, causada por vírus ou bactéria, esta provocando escarro purulento. Este escarro pode se tornar crônico na doença mais evoluída.

A obstrução do fluxo aéreo na bronquite varia segundo o grau de lesão, desde nenhuma até intensa obstrução. Causando obstáculos à corrente aérea o exsudato retido na luz de brônquios e bronquíolos e o espaçamento inflamatório dessa via, bem como a hipertrofia e hiperplasia glandulares.


4. ESTUDO DE CASO


Este estudo de caso se deu na Casa de Caridade de Borda da Mata cituada na zona urbana da cidade de Borda da Mata, onde foi realizada a coleta e levantamento de dados por autorização institucional e do indivíduo através de seus responsáveis legais.


4.1. Histórico


M.S.C., sexo feminino, quatro anos, deu entrada no setor clínico de pediatria, chegando no colo de sua mãe R.O.S.C, com queixa principal de vômito, peito cheio e com dificuldade em respirar. Ao realizar o exame físico contatou dispnéia, peito cheio, tosse, sibios e dificuldade respiratória. A mãe relata que a criança apresentou febre e vômito; e nega fazer ou ter feito uso de medicamentos.


4.2. Diagnósticos de Enfermagem


Diante dos problemas levantados foram realizados os seguintes diagnósticos:

?Troca de gases prejudicada, relacionada a mudança da membrana alveolar.

?Risco para nutrição prejudicada, relacionada ao vômito

?Risco para termoregulação ineficaz, relacionado a doença


4.3. Prescrições de Enfermagem


Diante dos diagnósticos estabelecido foram prescritas as seguintes ações de enfermagem:

?Monitorar a temperatura corporal de hora em hora, bem como todos os sinais vitais.
?Coloca-lo em posição confortável que propicie a drenagem das vias aéreas, melhorando a permeabilidade e capacidade respiratória.
?Fornecer alimentação leve e hidratação em pouca quantidades e maior freqüência.


5. CONCLUSÃO


Conclui-se que a bronquite é uma doença causadora de inúmeros processos seja secundários os problemas geradores de sofrimentos teciduais, espirituais ou mesmo familiares. Sendo assim este estudo nos proporcionou uma maior compreensão do tema, bem como conhecimento que possibilitará melhores ações práticas.


REFERÊNCIAS


1. TARANTINO, affonso B. Doenças Pulmonares. 5º ed. Edt. Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, 2002. 439-446.

2. ROBINS stanley L,KUMAR, vinay, COTRAN, ramzi. 6º ed. Edt. Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, 2000. 639-640.

3. STEVENS, alan, LOWE, james. Patologia. 2º ed. Edt. Manole. São Paulo, 2002. 128-132.

4. KUMAR, vinay, COTRAN, ramzi S, ROBBINS, stanley L. Patologia Básica. 5º ed. Edt. Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, 1994. 322-324.

Autor: Diego Andreazzi Duarte


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